terça-feira, 5 de junho de 2012

O CRISTÃO E JESUS CRISTO

 O  CRISTÃO E JESUS CRISTO
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
A crença em Jesus Cristo  é o cerne da fé do cristão. Nem sempre se reflete sobre o significado profundo do nome do Verbo Encarnado. Os Israelitas muito apreciavam este prenome e Jesus, na língua hebraica, tem esta significação: “Deus é a salvação”. O termo grego Cristo, ou seja, o ungido, aquele que recebeu a unção, é a tradução da palavra hebraica Messias.  Jesus é, realmente,  o Messias enviado pelo Pai  e ungido pelo Divino Espírito Santo. Ele que realizou em si as perspectivas de salvação expressas do Antigo Testamento. Como bem se expressou São Paulo: “Quando veio a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, que nasceu de uma mulher e nasceu submetido a uma lei (Gl 4,4) . Donde a lógica conclusão do Apóstolo:  Em nenhum outro há salvação, porque debaixo do céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos. (Atos  4,12) O nome de Jesus, o Messias,  causava espécie, estranheza e surpreendia, tanto que o mesmo São Paulo afirmou: “ Nós pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos; (1 Cor 1,23) . Neste início de milênio  cumpre um sério exame de consciência para que se verifique se Jesus Cristo é na prática cotidiana, em tudo, o cerne das atividades do cristão.  Cumpre analisar até onde cada um se empenha em fazer o divino Redentor realmente conhecido e amado.  É que hoje a responsabilidade de quem se diz seguidor de Cristo  é ainda maior, uma vez que o cristianismo se espalhou por toda parte, mas nem sempre a civilização que se diz cristã o é de fato nos costumes, nos meios de comunicação social, nas estruturas econômicas, no modo  de ser de tantos batizados. Não há para todos  uma vivência plena de tudo que Jesus Cristo ensinou.  Nem todos  colocam em prática o que aconselhou  São Paulo: “Como (de nossa pregação) recebestes o Senhor Jesus Cristo, vivei nele” (Col 2,6) e o Apóstolo podia  então afirmar: “Porque para mim o viver é Cristo (Fil 1,21). Estas reflexões colocam assim aspectos importantes da vivência cristã e explicam o que é, na verdade, crer no Filho de Deus, aceitá-lO e fazer dele o protagonista de seu epígono, a Pessoa que desempenha ou ocupa o primeiro lugar nos pensamentos, palavras e ações de quem anda na sua esteira, acompanhando-O de perto. O discipulado  requer que se viva em função do Mestre e por Ele, se ponha a caminhar, colocando seus passos nos passos dele  estando inteiramente à disposição do Pai para servir a todos os homens. Ele tem que ser o referencial de tudo. A Igreja de Jesus Cristo  não é  um mero conjunto de doutrinas e de mandamentos, de instituições e estruturas, mas o seu Corpo Místico, sendo Ele uma videira e os seus discípulos os ramos estreitamente a Ele unidos, todos em comunhão com Ele. Não basta, portanto,  estar cristão, mas ser na realidade cristão. * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

 




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