segunda-feira, 11 de junho de 2012

JESUS EUCARÍSTICO

JESUS EUCARÍSTICO
         Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Na Eucaristia Jesus continua a viver realmente no meio dos homens e prossegue a renovar cada dia pela humanidade o sacrifício que ofereceu no Calvário e aplica a cada alma em particular, no instante maravilhoso da comunhão, as graças e os méritos da redenção. É o maior, o mais admirável e o mais divino dos sacramentos. Ele quis viver no meio dos homens pela sua presença real nos Sacrários das Igrejas sob os véus eucarísticos. Eis a grande verdade, alimento da fé cristã, farol de todas as esperanças, chama do verdadeiro amor, Que Ele se manifestou pão da vida, lemos claramente no Evangelho (Jo 6,21-58). Ele falou abertamente: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6,56). No Cenáculo, Ele realiza inteiramente a promessa eucarística, instituindo o tão sublime Sacramento. São Paulo, após recordar o que Jesus fez na última Ceia mostrou que os fiéis devem se preparar para receber o Corpo de Cristo e assim se expressou: “E por isso todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente, torna-se culpado para com o corpo e o sangue do Senhor. Examine, pois, cada qual a si mesmo e, assim, coma deste pão e beba deste cálice” (1 Cor 11, 27-28). A Igreja através dos séculos jamais duvidou da presença real do divino Redentor na Eucaristia e sempre rechaçou as heresias atinentes a este mistério de amor. Na época das perseguições os cristãos, nas catacumbas ou onde se lhes era possível realizar o rito eucarístico, sempre cumpriram a ordem do Salvador: “Fazei isto em memória de mim”. Quando surgiu a liberdade com o Edito de Milão levantaram-se as basílicas e as catedrais, as igrejas, as capelas para abrigarem os tabernáculos no quais Jesus se tornou concidadão de seus seguidores. Os maiores teólogos desde os Apóstolos até Santo Tomás de Aquino, do Doutor Angélico a São Bernardo, do mais célebre personagem do século XII a São Francisco de Sales, de São Francisco de Sales a Bento XVI sempre incentivaram a fé na presença real de Cristo no sacramento do altar. Os atos de fé dos verdadeiros cristãos se tornaram manifestações de amor e de gratidão a Jesus Eucarístico. Ele recebeu por toda parte a homenagem da inteligência e do coração de seus autênticos epígonos. Quem percorre com atenção o Evangelho percebe que Cristo ensinava a doutrina ao povo e todas as vezes que não era compreendido pelo seu auditório, explicava imediatamente o seu pensamento. Certa ocasião, falando a Nicodemos que o homem deve renascer uma segunda vez para entrar no reino dos céus, não sendo entendido, Jesus explicou-se dizendo que estava se referindo ao batismo, deste nascimento misterioso que a graça opera nas almas, do sacramento sem o qual não se pode entrar no reino dos céus. Em outra oportunidade, falando contra a cizânia dos fariseus e vendo que os apóstolos o interpretavam mal, Ele explicou que pregava contra a falsa doutrina dos membros daquela seita judaica. Em outras circunstâncias são os Evangelistas que nos revelam os pensamentos do Divino Mestre. Jesus tendo declarado aos judeus que, se eles destruíssem o templo, em três dias ele o reedificaria, lemos imediatamente depois que o Redentor falava do templo do seu corpo, que devia ressuscitar no terceiro dia. Depois, porém, da instituição da Eucaristia, não se encontra uma só explicação, porque tudo aí é claro, tudo é evidente. A vontade formal de Cristo foi manifesta. Se durante o tempo de sua existência terrestre Jesus tinha ensinado a verdade, não seria pouco antes de sua morte  que enganaria seus discípulos.  A estes falou sem anfibologia lá no Cenáculo e eles entenderam perfeitamente o que Jesus lhes disse naquela ceia de despedida. Assim Ele nos deixou esta faustosa certeza de que na Eucaristia se acha a fonte de toda misericórdia, de toda dileção, de toda ventura. Ele ocultou aos homens sua humanidade e sua divindade para ser a estrada sublime pela qual remontássemos de novo Àquele que é o nosso princípio, exercendo a grande virtude da fé. Enquanto neste anguloso promontório da existência terrena os homens gemerem como exilados só a Eucaristia, Vida divina, Verdade absoluta, continuará a ser a solução para o espírito humano. Este forceja romper as muralhas terrenas e se expandir pelas regiões celestes para se entregar aos êxtases do amor sem limites e precisa então deste Pão do Céu para ultrapassar as barreiras do tempo.  Este Sacramento tem sempre, de fato, depurado, espiritualizado, sobrenaturalizado os cristãos com o maravilhoso estímulo de suas eternas esperanças. * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.


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