segunda-feira, 15 de agosto de 2011

SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DE MARIA

SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DE MARIA
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Na solenidade da assunção de Maria aos céus todas as vozes se reúnem para aclamarem o poder e a glória desta mulher bendita. O Senhor Jesus Cristo, contempla nessa Virgem a sua santa mãe e a eleva acima de todas as criaturas, declarando-a bendita entre todas as mulheres e fazendo-a rainha do céu e da terra. O Pai e o Espírito Santo a aureolam com fulgores resplandecentes. Os anjos a saúdam como a sua soberana e os homens não conhecem prestígio mais elevado, virtude mais esplendorosa, amor mais grandioso do que a importância, o valor e a dileção de Maria Santíssima. A este concerto mundial, a esta apoteose incomparável, a esta aclamação de todos os povos, unimos hoje as nossas vozes e os nossos cantos, celebrando a elevação de corpo e alma desta soberana que entra triunfalmente na Jerusalém celeste. Quanto fervor para publicar o louvor que enche os corações dos fiéis! Como é grandioso este dia verdadeiramente especial que encerra sublimes e consoladores ensinamentos da nossa religião: ida de Maria Santíssima para céu, dia de sua exaltação, apoteose da virtude e da santidade tudo isto graças a sua correspondência às graças com que foi mimoseada por Deus! Esta grandeza incomparável da Mãe de Deus reflete em cada batizado, pois esta comemoração é toda iluminada pela esperança e pela certeza de que também nós teremos o nosso dia de glória; se acha iluminada pela certeza de que os verdadeiros cristãos, os homens de bem, os justos, os amigos de Deus, terão o seu dia de triunfo, o dia da felicidade eterna, essa ventura que jamais terá fim, jamais terá defeito, jamais ocaso, e será plena, completa, perfeita, absoluta, como o foi para a Mãe de Deus. Lembremo-nos, porém, de que antes dessa glorificação Maria Santíssima, tendo na terra encontrado as mesmas dificuldades e os mesmos sofrimentos que encontramos, passou ela também pela morte. Ela não pôde evitar essa morte destinada a todos nós, ainda que ela fosse pura e imaculada. O próprio Jesus, Deus e homem verdadeiro, seguiu o mesmo caminho: Ele morreu na cruz, no monte Calvário e não quis subir gloriosamente ao céu sem antes sofrer a humilhação da morte, dessa horrível morte que o pecado introduziu no mundo. Morrer é a condição atual de todos os viventes, desde que Deus fora ofendido na terra pelo primeiro homem. A morte de Maria, contudo, foi qual suave sono do qual ela despertou para subir de corpo e alma para junto de seu divino Filho. Na morte de Maria Santíssima não encontramos a corrupção, não deparamos a destruição e o aniquilamento, porque o pecado não manchou essa vida, pois foi imaculada em sua conceição. Maria triunfou da decomposição da sepultura, de sorte que a morte para ela foi apenas a passagem rápida e gloriosa do tempo para a eternidade, da terra para o céu; foi antes, dizem os santos Padres e repete toda a tradição cristã um adeus dito a terra, um êxtase divino. Este prodígio é atestado pelo sentimento unânime de todos os fiéis e pela tradição constante dos séculos. Eis porque não há um povo, uma cidade, uma igreja, que possua uma única relíquia do corpo da Virgem Maria, tesouro precioso que o céu para si reclamou. Este triunfo de Maria é atestado pela Igreja que celebra por este acontecimento uma de suas mais solenes festividades. Dogma de fé proclamado solenemente pelo Papa Pio XII, dia primeiro de novembro de 1950. Esta é a festa da Senhora da Boa-Morte, a festa da Senhora da Glória, a festa da Rainha do céu, entrando nos palácios deslumbrantes reservados por Deus para os que a imitam e nela confiam. Todos estes diversos títulos, têm como objeto mensagens sublimes. Hoje vemos a justiça infalível de Deus, recompensando a fidelidade de Maria e a glorificação real e completa da honra, da verdade, da virtude e do bem. Essa recompensa e essa glorificação existem para todos os autênticos cristãos e são a nossa mais sublime esperança e a nossa suprema consolação neste vale de lágrimas. Quando Cristo nos aconselha a resignação, a paciência, o perdão das ofensas, pureza de consciência, Ele sabe que a nossa conduta segundo os mandamentos divinos não será frustrada. Ao deixar este mundo o discípulo de Cristo terá um prêmio perene. Quando Jesus nos proíbe a vingança, a maledicência, a calúnia, a fornicação Ele se reserva o direito de fazer brilhar a verdade ao glorificar os justos no final de sua trajetória terrena, além da paz, da alegria, da serenidade que possuem os que trilham os caminhos do bem. Praticar a virtude é já gozar um pouco neste mundo do gozo eterno. Como estes ensinamentos animam os bons na caminhada dolorosa da existência! Por tudo isto, cumpre uma devoção filial a Maria, cuja proteção nunca falta àquele que implora seu auxílio na luta constante para superar as dificuldades da via e triunfar sobre as insídias do Maligno. Eis porque com grande fervor se deve pedir sempre à Virgem Assunta aos Céus: “Rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte” na certeza de que ela estará a nosso lado no momento decisivo de nossa peregrinação terrestre. * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.
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