quinta-feira, 18 de agosto de 2011

A RELIGIOSIDADE DE UMA CIDADE MINEIRA

A RELIGIOSIDADE DE UMA CIDADE MINEIRA
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Dia 30 de setembro é a data da Cidade de Viçosa em Minas Gerais. Notáveis o espírito de fé do viçosense, o fervor de um povo que cresceu à sombra da Cruz de Jesus Cristo, a fidelidade à verdade do Evangelho e à Igreja Católica.É que tão logo das regiões auríferas de Ouro Preto, de Mariana, de Piranga afluíram os primeiros colonizadores, na terra bendita de Santa Rita a Religião cintilou. A 8 de março de 1800, o Pe. Francisco José da Silva obtinha de D. Frei Cipriano de S. José a licença para erigir uma ermida, sob a invocação desta gloriosa Padroeira, no então pequeno povoado. Gloriosa santa, desde os primórdios, a presidir os destinos desta região. Em 1876, elevada a cidade, a vila de Santa Rita do Turvo passou a se denominar Viçosa, em homenagem ao santo bispo marianense D. Viçoso. Suas ruas e praças públicas homenageiam Cristo, Maria e os Santos. O mês de maio, com suas tradicionais coroações, marca a alma viçosense. Na rocha firme da verdadeira Igreja, Viçosa transmite às festas litúrgicas luzimentos ímpares, sobretudo em suas famosas Semanas Santas e nas solenidades do dia 22 de maio. Soleníssimas comemorações que agermanam, numa mesma fé, milhares de corações. Entre os fatos marcantes da história viçosense se recorde um dos capítulos da guerra do Paraguai. Rebrilha a participação ativa dos habitantes da antiga Santa Rita do Turvo de onde partiram, sob as bênçãos do Pároco, Pe. Manuel Filipe Neri, os voluntários na companhia de Francisco de Paula Galvão. Autoridades civis e pessoas gradas se fizeram presentes à saída dos aguerridos soldados com palavras de estímulo e aplauso. Francisco de Paula Galvão, pacífico mestre-escola do povoado, foi logo incorporado como Tenente ao 17o Batalhão de Voluntários da Pátria. Na épica Retirada da Laguna, Galvão se fez figura singular. A batalha de Nhandipá, a 11de maio de 1867, por sua conduta heróica, lhe consagrou os méritos. Títulos e honrarias proclamaram seu valor. Fez-se merecedor da medalha concedida pelo Decreto nº 3.926, de 7 de agosto de 1867, pois brilhara em território inimigo. Cavalheiro da Ordem de Cristo, pelo Decreto de 19 de agosto do mesmo ano, já tinha sido antes nomeado Cavalheiro da Ordem da Rosa. Foi sempre um soldado a serviço da pátria e repleto de merecimentos, pois “passando a servir no 5o Batalhão de Guardas Nacionais, em Paconé, foi louvado pela subordinação, inteligência e zelo que revelou e por haver cooperado em manter a disciplina e apagar a discórdia que ameaçava esse batalhão”. Pelo Decreto de 2 de março de 1870, nomeado Capitão Honorário do Exército brasileiro. No mês de setembro, em que se comemora festivamente o aniversário desta cidade universitária se lembre ainda que esta é uma urbe celeiro de vocações sacerdotais e religiosas. Fonte de bênçãos é nela o mosteiro das Monjas Beneditinas, a presença das Oblatas de Nazaré e das Irmãs Carmelitas da Divina Providência, de vários sacerdotes, do Diácono Dr. Luís Carlos Lopes e de inúmeros movimentos pastorais que engrandecem a religiosidade de Viçosa. Tudo isto leva a todos os católicos viçosenses a se engajarem em missões evangelizadoras das quatro paróquias e da Capelania da Universidade Federal. Eis assim Viçosa qual Rainha circundada de esplendor. Que os jovens idealistas, que a ela acorrem de todo o país em busca de uma sólida formação, continuem a nela deparar os padrões que marcam o autêntico cristão. Progressista por excelência, avantajada em todas as empresas úteis e fecundas perante a consciência pública, sem tréguas, Viçosa continuará a ser sempre uma propulsora dos princípios do Evangelho que levam às paragens da ventura e da paz.
* Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário