quinta-feira, 6 de junho de 2013

JESUS, CAMINHO PARA O PAI

JESUS,  CAMINHO PARA O PAI.
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Há verdades basilares sobre as quais nem sempre se reflete em profundidade. Uma delas é a assertiva de Cristo que se identificou como sendo o Caminho (Jo l4, 6). O Papa Bento XVII assim expressou: “Ser cristãos é um caminho, ou melhor, uma peregrinação, um caminhar junto com Jesus Cristo. Um caminhar naquela direção que Ele nos indicou e nos indica”. Quem procura um caminho tem uma meta em vista, o mesmo acontecendo com quem aponta a via a ser percorrida. Todo mistério da Encarnação oferece aos homens os meios a fim de poderem retornar para junto do Deus. Eis porque Jesus é o caminho para o Pai. Sua missão salvadora se cifra nesta meta extraordinária. Ele sempre manifestou estar consciente de sua tarefa messiânica e foi sua opção radical, em tudo, realizar o mandato do Pai. Declarou abertamente: “Meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou (Jo 4,34)”. Esta opção radical de Jesus, até sua ascensão ao céu, que faz coincidir seu desígnio com o do Pai é uma lição magnífica para seus seguidores. Alias, Ele ensinaria a rezar ao Pai: “Seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu”. Tocantes as passagens do Evangelho quando Ele se retira para a montanha, lugar de silêncio, a fim de orar ao Pai na solidão e na contemplação. Mostrava ser no contato com o Ser Supremo que é possível discernir o significado da missão de cada um nesta trajetória terrena. Lá no Horto das Oliveiras, no instante trágico de sua agonia, Ele se volta para o Pai, pois Sua alma estava numa tristeza mortal. Assim orou: “Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice, contudo, não se faça como eu quero, mas como tu queres” (Mt 26,39). Que ensinamento maravilhoso para quantos se revoltam ante as provações da vida! Não apenas nos instantes aflitivos, mas também nos pormenores do dia a dia cumpre checar o que, realmente, Deus quer que se faça. Nas preces em geral é preciso jamais querer manipular o Senhor de tudo. Em toda sua passagem por esta terra Jesus revelou o Pai que é misericordioso que deseja a felicidade completa para seus filhos. No colóquio com Nicodemos Jesus afirmou: “Deus amou tanto o mundo que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que crer nele não pereça, mas tenha a vida eterna; porque Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por sua obra" (Jo 3, 16-18). Como pedagogo admirável Jesus deseja que se tenha fé total, inabalável no Pai amoroso, correspondendo inteiramente a este maravilhoso amor. Caminho para o Pai, Ele veio como luz do mundo e “todo aquele que pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, por temor de que as suas obras sejam conhecidas por aquilo que são” (Jo 3 19-20). O retrato falado do Pai cheio de benignidade e comiseração Jesus deixou na parábola do Filho Pródigo. Além disto, doutrinou sobre a certeza inabalável na providência paterna. Se Deus cuida dos pássaros e das plantas, não deve haver preocupação com o que comer ou o que beber, nem andar ansioso, pois “bem sabe o vosso Pai que delas precisais. Buscai o seu reino e essas coisas vos serão dadas por acréscimo” (Lc 12, 22 -34). É preciso então que o autêntico discípulo de Jesus tenha percepção plena da ternura deste Pai que Jesus veio mostrar, fazendo-se o caminho até ele. É de bom alvitre um auto-exame para se verificar se, de fato, há uma caminhada nas trilhas deixadas pelo Mestre divino. Deste modo, serão afastadas as preocupações inúteis, as sensações de receio e de apreensão, de fobia, de depressão às quais se agregam fenômenos somáticos como taquicardia, sudorese e outros muitos É que o poder do Deus Todo-Poderoso se patenteia por um amor que multiplica suas dádivas e que respeita a liberdade do ser humano, o envolvendo em inefável ternura. Mesmo àqueles que não O conhecem ou dele se esquecem Ele conserva na existência e lhes dá tudo que é necessário para a subsistência. Felizes, porém, os que vivem em função de sua dileção infinita e sabem usufruir a paz, a tranqüilidade, a imperturbabilidade de uma confiança filial para com Ele. Ditosos aqueles que vivem o aforismo: “Amor com amor se paga”. Estes percebem ainda mais vivamente que o seu destino será se inebriar um dia na visão beatífica, quando estarão no céu participando para sempre da beatitude que este Pai reserva para os que realmente O amaram neste mundo. * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.



























































































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