terça-feira, 21 de maio de 2013

IMPORTÃNCIA DO CONCÍLIO DE TRENTO

IMPORTÃNCIA DO CONCÍLIO DE TRENTO (1545-1563)
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
O Concílio de Trento foi o instrumento essencial da reforma católica no século XVI.  Após nove anos de esforços, o Papa Paulo III conseguiu com êxito abrir a primeira sessão, dia 13 de dezembro de 1545. Este Concílio reafirmou o conteúdo da fé. Foi um empreendimento notável do Pontífice Romano por causa das vicissitudes da política internacional da época.  A Catedral de Santa Maria de Trento foi durante 19 anos a sede deste Concílio. Houve intervalos freqüentemente muito longos, sobretudo, sob o Pontificado de Paulo IV (1555-1559). Quando o Papa Pio IV (1559-1565) encerrou o Concílio, a maior parte dos problemas da Reforma tinham sido estudados a fundo e sabiamente resolvidos. A Eucaristia, como o conjunto dos sacramentos, assim como o Santo Sacrifício da Missa, o culto a Nossa Senhora e aos santos, o purgatório, foram objeto de decretos dogmáticos. As duas fontes da fé, a Escritura e a Tradição, foram declarados intactos pela Igreja, Apenas esta Igreja como veiculo privilegiado da graça do Divino Espírito Santo, é quem dá ao verdadeiro sentido da Bíblia. O Concílio reconheceu expressamente a cooperação do homem na obra de sua salvação e negou que a justificação pela fé basta para se receber a graça. Eis porque os cânones conciliares reafirmaram claramente que todos os sete Sacramentos da igreja contêm realmente a graça e que seu uso é indispensável para a salvação eterna dos batizados. Quanto ao Matrimônio, foi defendida sua indissolubilidade, como também foi tomada uma medida importante para acabar os matrimônios clandestinos.  As uniões secretas fora declaradas não só ilícitas, como já havia sido decretado no 4º. Concílio de Latrão, mas também inválidas, não se reconhecendo senão o casamento contraído na presença do Pároco e duas ou três testemunhas. A redefinição dos dogmas foi acompanhada por uma reforma disciplinar que retirava a Igreja dos abusos e críticas reinantes. O Concílio lembrou aos Bispos a obrigação da residência nas suas dioceses e enumerou, com cuidado, suas tarefas. Propôs para os padres a criação, em cada Diocese, de centros formação, ou seja, os
Seminários, iniciativa decisiva e que daria ótimos resultados. O Concílio de Trento reorganizou ainda os Estatutos das ordens monásticas, decretou a participação obrigatória nas Missas dos Domingos e Dias Santos de Guarda e decidiu que houvesse a redação de um manual de instrução religiosa para uso do clero e instrução dos fiéis, a saber, o Catecismo. O sucessor de Pio IV, o Papa Pio V, (1566-1572) se dedicou na aplicação dos decretos doutrinais e disciplinares deste Concílio. Publicou o Breviário para uso dos sacerdotes e o Catecismo para a doutrinação dos fiéis Este Catecismo que ficou em vigor até o Concilio Vaticano II em 1965. Aliás, neste ano de 2013 se comemora também os vinte anos da publicação do Novo Catecismo da Igreja Católica. Pio V fez também reforma do Missal simplificando-o. A Missa era celebrada na Europa segundo vários ritos, mormente, o romano, milanês, galicano, dominicano e outros. O Papa simplificou e uniformizou o rito comum da Igreja Latina. A Missa, dita de Pio V, ficou em vigor até o Concilio Vaticano II. Tudo isto fruto do Concílio de Trento.  Pio V contou com grandes bispos reformadores como São Carlos Borromeu de Milão.  Por volta de 1560, como resultado deste Concílio, a Igreja e os católicos reencontraram a dignidade de sua fé. O Concílio de Trento constituiu o fato mais importante da restauração católica.  Segundo Ranke,”rejuvenescido, purificado e unido pòde o catolicismo opor-se vigorosamente ao mundo protestante”. A doutrina católica se tornou mais precisa. Os decretos do Concílio de Trento modelaram fortemente o futuro da Igreja.  Definiram as condições de uma liturgia viva e de uma vida sacramentai profunda.
 * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

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