JESUS, CENTRO DA HISTÓRIA
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Cristo é a luz que ilumina todo o homem (Jo1,9) e, vem a ser no mundo intelectual, moral e espiritual o que o sol é no mundo material. Mais ainda, é a razão de tudo, a causa de tudo, o fim de tudo: “Por meio dele o mundo foi feito (Jo 1,10). Tendo vindo a esta terra, Ele preside os séculos que O precederam como aqueles que vieram após Ele. Os tempos antigos O esperaram e o preparam Sua chegada; os tempos modernos marcham sob a Sua claridade e vivem de Sua vida. Dentre o povo hebraico, Deus escolheu uma família e a conduziu em terra estrangeira. A família de Abraão viveu também no Egito (Gên 12,10 ss), no meio da civilização mais apurada da época, voltando depois para a Palestina e formou-se, educou-se e de tal sorte se desenvolveu que constitui um povo. Deus serviu-se desse povo para mostrar progressivamente ao mundo a figura grandiosa de Cristo.
Esse povo começou recebendo de Deus uma crença, uma fé, a fé no único Deus verdadeiro, o Ser supremo, absoluto, eterno e necessário. Depois, no monte Sinai, Deus lhe deu uma lei, uma constituição, os dez mandamentos, a mais bela, a mais perfeita constituição que a humanidade possui. Finalmente lhe foi concedido um território na terra prometida a Abraão. Assim organizado, assim constituído, esse povo hebreu, encerrou-se em seu pequeno país como em um santuário, instruiu-se, educou-se, fortificou-se, e quando chegou o momento marcado pela Providência, Deus se serviu do cativeiro para lançá-lo no seio das grandes nações civilizadas do Oriente, levando nas mãos as Escrituras, nas quais estavam escritas as últimas profecias e delineados os últimos traços da imagem do Salvador, a fim de que essas nações também O aguardassem. Esse conhecimento acordou no espírito dos povos a lembrança da promessa feita aos nossos primeiros pais no paraíso, e para a Judéia se voltaram as esperanças da humanidade, pois de lá viria a salvação do mundo. Em Belém nasceu um dia o Messias e nele se processou a síntese universal dos acontecimentos humanos. Fora dele tudo é trevas, confusão e desordem; com Ele tudo é harmonia, luz, unidade e beleza. A existência humana na terra nos aparece então como aquele templo grandioso que S. João viu no Apocalipse, cujas linhas convergiam para o trono do Cordeiro imaculado, que é a luz vivente que tudo ilumina. Jesus é o caminho da humanidade, é a verdade das inteligências, é a vida das almas. Sendo Cristo a luz do mundo, o centro da história humana, é ele realmente o fim de cada um, o amor dos corações, a causa da existência dos que nele crêem. Em Jesus a infância vê o caminho que deve seguir na pureza, no respeito e na obediência; a mocidade encontra nele a verdade, a dedicação, a virtude e o amor, tudo o que entusiasma os corações nobres e as almas bem formadas; o pai e a mãe, o operário, o artista, todas as classes sociais, aprendem dele a paciência no trabalho, a coragem e a satisfação no cumprimento do dever, o valor do sacrifício, a reabilitação pela penitência, a esperança da vida feliz e eterna no reino de Deus. Todos, tomando as suas cruzes e seguindo o Cristo, com ele têm a plena certeza de que chegarão um dia à glória celeste, ao fim para que foram criados, porque Ele é origem de tudo. Como muito bem se expressou Karl Adam, o homem e Cristo são como a pergunta e a resposta; o problema e a solução. Quem nele depara a resposta a suas indagações e a solução de seus problemas está definitivamente salvo. É por Ele, com Ele e nele que, na unidade do Espírito Santo se rende ao Pai toda honra e toda glória. Como explicou São Paulo aos Filipenses: “Deus O exaltou e Lhe deu o nome que está acima de todo o nome, para que ao nome de Jesus todo o joelho se dobre nos céus, na terra e abaixo da terra e toda língua proclame que Jesus Cristo é o senhor para glória de Deus Pai” (Fl 2, 9-11). * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
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