sábado, 24 de setembro de 2011

RELIGIOSIDADE DE UM POVO

A RELIGIOSIDADE DE UM POVO
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Muito se tem escrito sobre o fim do comunismo e o debacle da URSS ( União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) que se deu muito antes do que se poderia esperar. Estão vindo a tona os crimes cometidos em nome do marxismo desde 1917. Os números são impressionantes: oitenta e cinco milhões de mortos e até o execrável nazismo matou menos, pois foram vinte e cinco milhões as vítimas do totalitarismo hitleriano.. É evidente que o século vinte ficou definitivamente marcado e manchado por estas duas horrípilas hecatombes. Stalin foi, porém, muito pior do que Hitler! A diferença alarmante do número da carnificina perpetrada por ambos não distingue, entretando, um do outro. Ambos foram dois monstros detestáveis. O nazismo foi vencido em 1945 e agora ruíram os mitos comunistas. Uma visita à Polônia e à Rússia neste momento foi sumamente proveitosa, pois já reconstruíram muito do que a Segunda Guerra Mundial destruiu e uma década após a queda do muro de Berlim e da dissolução da URSS se pode perceber a ojeriza do povo polonês e russo ao regime comunista. Os símbolos marxistas foram banidos e tremula triunfante as bandeiras de novas pátrias libertadas. Na Polônia os postais mostram o que era antes da Guerra de 1939, o que foi após a guerra, e o que já foi recuperado. São ruas, monumentos, estátuas ... Está viva na mente do povo polonês o holocausto dos judeus e o monumento elevado às vítimas é visitado com emoção e repulsa por crimes tão vís. Na Rússia é impressionante o retorno às práticas religiosas. Os comunistas destruíram mais de seiscentas igrejas, mas conservaram os grandes templos da Igreja Ortodoxa, riquíssimos em ouro, prata e ícones feitos por notáveis artistas. Muitas ainda são visitadas como museus, outras já estão sendo utilizadas para o culto, sendo que são numerosas as Igrejas Católicas onde os ofícios religiosos são assistidos por inúmeros fiéis. Este sacerdote pôde celebrar Missas na Rússia, sendo que, por ser domingo, em São Petersburgo, antiga Leningrado, ao se dirigir à atendente na portaria do Hotel a qual falava um bom francês, ela passou o horário de várias Missas naquele domingo. Conseguimos dos padres dominicanos um horário especial Eram quatro horas da tarde naquela cidade. Uma igreja inteiramente queimada pelos comunistas! Devia ser imponente! Está sendo, aos poucos, restaurada com ajuda dos EUA e da Alemanha. Muitas pessoas estavam dentro da Igreja de Santa Catarina numa das principais avenidas da antiga capital russa e assistiram aquela Missa. É impressionante o número de ícones de Nossa Senhora e dos santos nas Igrejas Ortodoxas e naquelas onde já se realizam o culto divino os fiéis a acenderem velas diante dos ícones de sua devoção. O vaticínio de Nossa Senhora de Fátima se realizou: deu-se a derrota do comunismo na Rússia. Após mais de setenta anos de um regime ateu, durante o qual o ateísmo era imposto nas Escolas, perceber que a religiosidade do povo não se apagou é a prova incontestável de que o homem é, de fato, um ser por excelência religioso e que Deus realmente existe! Vale a pena visitar a Rússia com seus museus fantásticos, como o Ermitage de São Petersbugo, êmulo, sem dúvida, do Museu do Prado de Madrid. No dia em que estávamos nesta cidade eram sepultados os corpos do czar Nicolau II, seus familiares, seu médico e uma funcionária doméstica que haviam sido fuzilados por ordem iníqua de Lenin. tendo sido seus corpos jogados numa floresta. Um estudo científico levou até os cadáveres destas vítimas da insânia leninista e o Presidente Yeltsin, apesar dos protestos dos comunistas remanescentes, lá estava para prestigiar a cerimônia na fortaleza de Pedro e Paulo. A grande conclusão é esta: Nazismo nunca mais, comunismo nunca mais!

* Professor no Instituto de Filosofia do Seminário de Mariana

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