DIA DA PÁTRIA
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
O papa Bento XV deixou uma frase esplendorosa: “Se a lei da caridade nos impõe como um dever amar os nossos inimigos, com maior razão, ela nos ordena demonstrar a nossa afeição àqueles que nos são ligados com os vínculos de uma Pátria comum”. Porque se deseja a felicidade de todos é que cumpre saber escolher sempre com discernimento sábios dirigentes. Além do mais, a religião de Jesus Cristo faz do patriotismo uma lei. Não há, segundo o sábio Cardeal Mercier, cristão perfeito que por isso mesmo não deva ser um perfeito patriota. A razão é simples: o amor da Religião e o amor da Pátria, porque ambos têm a Deus por autor, são duas realidades inseparáveis. Contudo, é inútil procurar o bem da Pátria, a prosperidade das nações e a harmonia na sociedade se não se tem em vista a estrutura evangélica das famílias e os princípios bíblicos da reta conduta. Candidato que prega a dissolução dos laços matrimoniais, que é a favor do amor livre, do casamento de homossexuais e outras aberrações e não respeita o Decálogo, não pode ser votado por quem se diz epígono do Redentor. É que a religião e a moralidade são os esteios indispensáveis do desenvolvimento nacional. Quem trabalha por solapar estas poderosas colunas da felicidade humana é um traidor da Pátria. Assim sendo, o amor da Pátria é, com o amor da Igreja, o sentimento mais sagrado de um nobre coração. A Pátria e a Igreja, o sentimento nacional e o sentimento religioso, longe de se repelirem, se robustecem mutuamente e, alternadamente, se elevam. A pátria é a sucessão contínua de uma raça humana possuindo o mesmo sol, falando a mesma língua, vivendo sob as mesmas leis e que, não morrendo nunca, se perpetua e se renova sempre como um ser imortal que não tem senão Deus antes de si e Deus após si. Miklas, último presidente da Áustria, assim se expressou: “ A Pátria é um ideal que queremos servir, porém, sempre à luz da eternidade, porque nós nos sentimos dominados pelo ideal supremo, o único que possa receber nossa oblação total. Somente a união desses valores humano com os valores eternos, pode levar os povos ao verdadeiro progresso”. Nem se deve esquecer que a palavra Pátria se deriva de “pater”, pai. A família a é a pátria em miniatura. O conjunto das famílias forma a Pátria. Assim como a família tem obrigações para com o Pai, o seu Chefe, da mesma maneira o Pai tem deres e direitos relativamente à Família. O mesmo se verifica com referência à Pátria e seus filhos. Em que incide então na prática o patriotismo? Consiste em que todos os cidadãos cumpram escrupulosamente todos os seus deveres cívicos, sociais e religiosos. A Pátria não são a terra, os rios, os vales, as montanhas, as árvores, as flores, mas é, sim, o conjunto de pessoas unidas em torno da mesma bandeira, do mesmo hino, mas conscientes de seus deveres e direitos persistentemente respeitados. Por isto se alguém vilipendia os ensinamentos religiosos, a santidade conjugal, a decência, a probidade e fala em patriotismo, não passa de um hipócrita refinado. Peste da Pátria são os políticos corruptos, os candidatos populistas, os eternos enganadores do povo, aqueles que incentivam as injustiças, se apossam das verbas públicas e ambicionam o poder para se enriquecer e seus sequazes. São personalidades mutiladas que devem ser extirpadas como cancro daninho. No Dia da Pátria, porém, exaltemos os verdadeiros heróis que eivados de civismo se imolaram pelos compatriotas e se mostraram homens valentes dotados de caráter sem jaça, cultura a serviço do bem de todos, estadistas que honraram a nação, gigantes da virtude, paladinos da verdade, exemplos que perduram e são uma reprovação perene dos crápulas e inimigos do povo. * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.
terça-feira, 6 de setembro de 2011
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