Glorioso Santo Antônio de Pádua, notável Luz da
Santa Igreja.
Côn;
José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Em sua milenar história a Igreja tem ostentado uma
multidão de homens e mulheres que entenderam e puseram em prática a ordem de
Jesus “Sede perfeitos, como o Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48). Entre eles
está o ínclito Santo Antônio. Fernando foi o nome que ele recebeu no dia de seu
batismo em Lisboa, cidade que o viu nascer em 1195 dentro de uma família nobre
e rica. Filho de Martinho de Bulhões e Maria Teresa de Taveira, pais de
comprovada virtude, que puderam e souberam transmitir ao filho um exemplo
magnífico de vida cristã. Bem cedo fulgiram as qualidades de Fernando, que
primava pela piedade e correção de atitudes. Sua primeira escola foi a comunidade
dos cônegos da catedral de Lisboa. Completados os quinze anos quis entrar para
a Ordem dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho. Em Lisboa, a visita de
parentes e amigos o distraiam de seu grande objetivo que era uma profunda união
com Deus e a entrega total a seus estudos a bem do apostolado que tinha em
mira. Isto motivou o pedido de Fernando para ser transferido para a cidade de
Coimbra, onde prosseguiu sua trajetória de eclesiástico exemplar. Certa vez ele
presenciou a partida de cinco franciscanos para as missões na África e surgiu
no seu coração o desejo de se tornar discípulo de São Francisco. Um fato o fez
tomar esta resolução: aqueles missionários que tinham ido para a África haviam
sido martirizados pelo Evangelho e Frei Fernando assistiu o féretro daqueles
heróis em Portugal. Fez-se franciscano e, em 1220, quando tomou o nome de
Antônio com o qual entraria na História como um dos santos mais populares de
todos os tempos. Logo se colocou à disposição de seus superiores para as
Missões na África, visando a conversão dos mouros. Tais não eram os planos de
Deus, pois, lá chegando, uma enfermidade o obrigou a regressar à Europa, indo
não para Portugal, mas para a Itália, pois uma tempestade desviou a embarcação
para as costas da Sicília. Desembarcou em Messina e, de lá, foi para Assis,
onde estava São Francisco. No Capítulo Geral da Ordem passou despercebido.
Entretanto, como houve logo depois uma ordenação sacerdotal em Forli, faltando
o pregador, ele foi escolhido para falar à comunidade dos frades. Sucesso
absoluto! Todos ficaram encantados com a unção daquele jovem pregador e com o
conteúdo de sua doutrina. Concluíram que ali estava um talento escondido e que
deveria ser aproveitado a bem da Evangelização. Grande era, de fato, sua
ciência e sabedoria. São Francisco mesmo o encarregou de ensinar teologia aos
frades. Antônio lecionou em Bolonha, Montpellier, Tolosa e Pádua. Sábio, seus
sermões arrastavam multidões que enchiam as igrejas para escutar a Palavra de
Deus tão bem transmitida. Toda a sua doutrina foi um incansável anúncio do
Evangelho. A pregação era o seu modo de acender a fé nas almas. Ouvintes de
todas as classes sociais e crenças escutavam sua palavra que tocava os corações
mais empedernidos. Ele combatia com denodo as heresias. Gostava de pregar
sobretudo para os pobres e admirável sua caridade para com os mais humildes.
Era um enamorado da Santa Pobreza. Transmitiu o conteúdo da fé e fez acolher os
valores do Evangelho de acordo com a cultura popular de seu tempo. Sua fama se
espalhou e as graças que as pessoas alcançavam com suas bênçãos fizeram com que
entrasse para a História como o santo dos milagres mais extraordinários.
Faleceu com trinta e seis anos. Ainda hoje causa espanto a desproporção entre o
reduzido tempo de sua vida e a grandiosa
obra apostólica por ele realizada. Foi enterrado em Pádua, cidade que lhe
emprestaria o nome e lhe ergueria uma Basílica magnífica lá está numa redoma
sua língua que não se corrompeu. Tornou-se o santo que abençoa aqueles que
querem um bom casamento, pois atuara na vida de uma jovem que, seguindo suas
instruções, convolou núpcias felizes.
Daí ser o santo casamenteiro. Hoje, mais do que nunca, se faz mister a
invocação de Santo Antônio para que os jovens saibam escolher bem o companheiro
de jornada e para que os esposos vivam
fiéis a seus compromissos matrimoniais. Todos saibamos imitar os
exemplos de Santo Antônio. Ele foi um evangelizador pela palavra e pelo
testemunho de vida. * Professsor no
Seminário de Mariana durante 40 anos.
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