ORDENAÇÃO DAS MULHERES
Côn.José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Ao se deparar, em certas revistas, declarações de pessoas que se dizem teólogos, vem à baila o dito francês “ passer du coq à l'âne", ou seja, passar, saltitar de um assunto a outro. Isto com uma variedade na qual se misturam agressões a princípios morais cujo desprezo inclui a afronta a mandamentos sagrados do Decálogo, menoscabo à doutrina professada pela Igreja, fatos históricos mal interpretados. Infligindo as normas da lógica filosófica tal miscelânea só serve para confundir as mentes incautas. Um dos pontos que tem sido alvo daqueles que vivem do sensacionalismo teológico é a ordenação sacerdotal das mulheres. O Papa João Paulo II nunca deixou de mostrar que a Igreja não recebeu de Jesus a faculdade de ordenar mulheres. Cristo não ordenou mulher alguma. No Cenáculo ele deu aos Apóstolos e a seus sucessores o mandato de consagrar o pão e o vinho: “Fazei isto em memória de mim” (Lc 22,19; 1 Cor 11,24 s). Ali na última Ceia ele conferiu o sacerdócio àqueles seus discípulos por Ele especialmente reunidos No Oriente e no Ocidente esta norma foi, através dos séculos, sempre observada. João Paulo II publicou a Carta Apostólica Ordinatio Sacerdotalis, dia 22 de maio de 1994 na qual deixa claríssimo este ensinamento que promana do próprio Fundador da Igreja. Eis suas palavras textuais: “Portanto, para que seja excluída qualquer dúvida em assunto da máxima importância, que pertence à própria constituição divina da Igreja, em virtude do meu ministério de confirmar os irmãos (cf Lc 22,32), declaro que a Igreja não tem absolutamente a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres, e que esta sentença deve ser considerada como definitiva por todos os fiéis da Igreja”. A atitude de Jesus não implica depreciação da mulher, pois, na verdade o sacerdócio é uma função de serviço muito mais do que uma honra ou promoção. João Paulo II escreveu uma Carta Apostólica sobre a Dignidade da Mulher na qual ele mostra as tarefas que sobretudo as mulheres sabem e podem exercer, mormente formando os grandes santos e os mais importantes beneméritos da sociedade. Diz o papa que nunca se poderá retribuir à mulher o serviço que ela presta à sociedade civil e religiosa. Logo depois de Jesus é uma mulher a mais bendita das criaturas: Maria Santíssima. É de se notar a sábia observaão do citado Papa João Paulo II: “O modo de agir de Cristo não fora ditado por motivos sociológicos ou culturais próprios do seu tempo. Como sucessivamente precisou o Papa Paulo VI, «a verdadeira razão é que Cristo, ao dar à Igreja a Sua fundamental constituição, a sua antropologia teológica, depois sempre seguida pela Tradição da mesma Igreja, assim o estabeleceu». O Papa fala em antropologia teológica e não zoologia, como afirmam ironicamente certos escritores que contestam a tradição eclesiástica. Em suma, todo cuidado é pouco e há necessidade de muito senso crítico para não se assimilar os erros grosseiros que se difundem por toda parte, até, por vezes, infelizmente, na imprensa católica* Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos
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