segunda-feira, 15 de abril de 2013

JESUS AMA SUAS OVELHAS

                        JESUS AMA SUAS OVELHAS
                                   Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Quando Jesus diz que ele conhece suas ovelhas, segundo o Papa São Gregório Magno, isto quer dizer: “Eu as amo” (Jo 10, 27-30).  De fato, no Evangelho de São João conhecer e amar são a mesma coisa. Maravilhosas e ternas as palavras deste Bom Pastor: “Eu dou-lhes a vida eterna e jamais perecerão e ninguém as arrancará de minhas mãos”. Cada ovelha lhe é  preciosa, pois lhe é um presente do Pai. Cristo então dá a cada uma segurança e total confiança. O Pai e eu somos um, afirmou Jesus. Eles são um no Espírito de Amor.  Em outra oportunidade Cristo afirma: “Quem me vê, vê o Pai” (Jo 14,9). Disto deve resultar uma certeza inabalável em seu amor, em sua ternura e em sua misericórdia. Entretanto, nunca se deve esquecer que o caminho do Bom Pastor  se encontra na sua Igreja na qual no dia do Batismo cada um foi acolhido. É nela que as ovelhas se reúnem para escutar Sua Palavra  para depois sair e atrair as que se acham longe do divino Redentor. O carisma das ovelhas deve se difundir por toda parte. É por meio de seus seguidores que o Bom Pastor se faz presente no mundo. Quando Ele disse que ninguém arranca Sua ovelha de suas mãos é porque há os que  tentam arrebatá-la dele. Jesus com isto deixa a todos de prontidão, ou seja, cumpre estar atento para não O abandonar, mesmo porque Ele respeita sempre a liberdade de cada um. Ele luta sempre a favor das ovelhas que lhe são fiéis, mas não força nenhuma a estar no seu redil. Quem lhe é fiel tem a garantia absoluta de que Jesus está vivo e não se aparta dos que ouvem a sua voz. Deve, em consequência,  existir uma espécie de convivência entre a ovelha e o Pastor. A voz deste Pastor é um clamor que se impõe. Quem, porém, é capaz de captar sua presença percebe sua mensagem contínua: “Eu estou contigo, te conheço, te darei a vida eterna e jamais perecerás”. Ele quer conduzir a todos para a vida, enquanto o mundo quer atrair suas ovelhas  para as levar à morte e isto com todas as seduções que a tantos enganam. Eis porque Ele conta com as ovelhas fiéis para irradiar seu amor e a dileção do Pai. O que foi dito ao Apóstolo Paulo vale para todos que lhe pertencem: “Eu fiz de ti a luz das nações, para que, graças a ti, a salvação chegue às extremidades da terra” (At 13,47). Isto porque o cristão verdadeiro é portador da mensagem deste Bom Pastor por toda parte. Não há então limites no horizonte de quem foi batizado, pois no lar, no trabalho, nos ambientes de diversão, onde quer que esteja, deve  ser o testemunho da felicidade de pertencer ao Bom Pastor. Não basta estar cristão, mas ser cristão em plenitude. Jesus conduz para as fontes das águas vivas, mas é preciso a cooperação generosa com Ele nesta tarefa sublime. Ele mesmo afirmara: “Eu tenho  ainda outras ovelhas que não são deste aprisco. A elas também tenho eu de reunir e elas ouvirão a minha voz e então haverá um só rebanho e um só Pastor” (Jo 10,16). Para que isto ocorra é necessário que existam  ovelhas, autênticos epígonos de Jesus, homens e mulheres, jovens, crianças atraídos pelo verdadeiro Pastor. A ele aderidos livremente por terem percebido nele a fonte da verdadeira felicidade. Esta, porém, deve ser levada àqueles que a desconhecem. Para tanto é preciso uma fé profunda, não meramente decorativa conformista, mas viva, vibrante. É a fé  daqueles que sabem sempre escutar a voz de Jesus, não obstante o bulício do mundo. Vivência na comunhão total com Ele numa existência integralmente pautada por seu Evangelho. Com efeito, se os cristãos não têm um liame vital com Ele, mas uma mera profissão de fé conformista sem engajamento concreto, o anúncio da Boa Nova não se concretiza. As palavras do Bom Pastor podem até se tornar idéias interessantes, utópicas. Quem está convicto da veracidade da assertiva de Jesus: “Eu e o Pai somos um” tem certeza de que possui a vida eterna e esta vida eterna consiste em conhecer a Deus e aquele que enviou. Tal realidade, contudo, não depois da morte, mas agora por entre as vicissitudes da passagem por este exílio terreno até que se possa estar para sempre com Ele na Casa do Pai, tendo arrastado a muitos para junto deste Deus que quer que todos tenham a vida e a tenham em abundância. * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

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