quarta-feira, 9 de novembro de 2011

JESUS, GLÓRIA DA HUMANIDADE

JESUS, GLÓRIA DA HUMANIDADE
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Filho de Deus feito Homem, possuindo assim duas naturezas, mas uma só pessoa, Ele a segunda Pessoa da Santíssima Trindade, Verbo Eterno de Deus, Jesus, tendo vindo a esta terra revolucionou a História. Tal a sua missão sublime: “Eu vim para que todos tenham vida e a vida em abundância" (Jo 10,10). Sua missão foi restabelecer o Plano de Deus, recuperar a Vida divina para a humanidade. Lembra São João: "De tal modo Deus amou o mundo que lhe deu seu Filho Único" (Jo 3,16), Em Cristo o pecado de nossos primeiros pais foi reparado. Explica São Paulo: "Por meio do sangue de Cristo é que fomos libertos e nele nossas faltas foram perdoadas, conforme a riqueza da sua graça. Deus nos fez conhecer o mistério da sua vontade, a livre decisão que havia tomado outrora de restaurar em Cristo todas as coisas, tanto as celestes como as terrestres." (Ef 1,7-10). Por Cristo, com Cristo e em Cristo os homens readquiriram o equilíbrio, a harmonia e a comunhão perdidos quando estes recusaram a vida divina no paraíso terrestre. O ser racional recebeu então uma função cultual no universo, pois como bem disse Bossuet: “O homem está à frente do mundo visível para ser o adorador da natureza invisível”. Esta tarefa é exercida, sobretudo, pelo cristão que tem uma Vida nova em Cristo, a vida da graça, a vida divina, dado que no batismo renasceu pela água e pelo Espírito Santo que o Salvador enviou de junto do Pai. A graça santificante no cristão é essencialmente comunitária, como a vida divina na Santíssima Trindade Em Cristo os homens podem dizer a Deus: "Pai Nosso”. Os homens, filhos de Deus, são desta forma "o Povo de Deus", a família de Deus, circulando em todos a mesma vida divina. Por tudo isto Cristo se tornou, de fato, a glória da humanidade. A vinda dele a este mundo foi o ponto culminante da História, onde se encontram o Antigo e o Novo Testamentos e para onde convergem todos os fatos, bem se dividindo a História em antes e depois dele. Jamais homem algum passou por um presépio e por uma cruz para subir sobre o altar, imolando-se pela humanidade e ninguém foi tão humilde e pobre para conquistar a terra. É que Ele, realmente, era o Sumo e Eterno Sacerdote. Ele quis nascer numa manjedoura, fraco e indigente como o mais carente dos renascidos. Os coros angélicos, contudo, celebraram com os seus cantos esse nascimento, os astros iluminaram a terra, reis poderosos se puseram em movimento para adorá-lo e o ouro, o incenso e a mirra lhe foram oferecidos, tudo isto patenteando uma revelação extraordinária dos céus. Ameaçado pela ambição de Herodes, ele fugiu para o Egito, ficando lá exilado. Veio depois para Nazaré, cresceu em idade e sabedoria, no trabalho e na obscuridade como as outras crianças daquela localidade. Aos doze anos foi a Jerusalém ensinou no templo aos doutores, revelando uma sabedoria até então desconhecida. Foi batizado no rio Jordão como os pecadores, mas o céu se abriu e atestou a sua filiação divina. Foi tentado no deserto como todos os homens, mas poucas palavras foram suficientes para confundir o tentador. Ele, pobre, teve fome e sede, mas alimentou multidões com cinco pães e alguns peixes. Não teve, de fato, onde descansar a cabeça, mas era o Senhor dos elementos cósmicos; tanto que repousou, mas durante o sono não permitiu que a barca dos pescadores naufragasse. Sentiu a tristeza e a fadiga, mas consolou os que padeciam em seu derredor e sanou enfermidades. Pranteou a morte de Lázaro, mas o ressuscitou, Foi, deste modo, sempre aparecendo a divindade ao lado da humanidade. No pretório de Pilatos, enquanto homem, foi vilmente julgado, mas, antes, no Tabor, fora reconhecido pelo Pai como o Filho bem-amado. Ele foi crucificado, mas a terra tremeu. Ele morreu, mas o sol se escondeu entre as nuvens e o firmamento se cobriu de luto. Foi sepultado, mas ressuscitou imortal e impassível. Durante quarenta dias, esteve ainda com os seus discípulos, mostrando a cada momento a sua humanidade, mas, no dia da Ascensão, do monte das Oliveiras, subiu aos céus, provando, mais uma vez, ser Ele o Deus glorioso e onipotente. Ele, enquanto homem, sofreu todas as nossas dores e misérias, mas enquanto Deus, nele apareceram todos os atributos divinos, o sublime da sabedoria, do poder e da glória. É Ele o representante mais ilustre da humanidade. São Paulo podia, portanto, com toda razão dizer aos Filipenses: “Ao nome de Jesus, todo joelho se dobre, no céu, na terra e nos infernos (Fl 2,10). * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

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