A
IMPORTÂNCIA DA VIDA DO CRISTÃ0
Côn.
José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Nem sempre se
aquilata a veracidade do valor da presença de um autêntico seguidor de Cristo
no meio em que vive. A ordem do Mestre divino foi esta: “Brilhe a vossa luz diante
dos homens para que vejam as vossas boas obras e louvem o vosso Pai que está
nos céus.” (Mt 5,16). Isto significa ser
profeta do Deus interior que com cada um fala numa elocução única que precisa
depois ser transmitida. Esta linguagem é captada no silêncio tonificador das
preces fervorosas nas quais o cristão se dispõe inteiramente a ouvir o seu
Senhor. Então ele se torna apto a levar aos outros mensagens sublimes,
oportunas. É que “a boca fala do que está cheio o coração" (Mt 12,14),
Entretanto, quem vive unido a Cristo, para não deixar a tocha se apagar,
procura se resguardar sempre num recolhimento oportuno para continuamente
receber movas inspirações divinas, sendo delas um apóstolo incansável. O que
faz o valor de uma alma é a grandeza de sua união com Deus, desejando sempre as
verdades eternas. Torna-se desta maneira um filtro em que a passagem destas
realidades comunica uma sublimidade maravilhosa. Antes de levá-las aos outros é,
preciso, de fato, adquiri-las. Quem procura as coisas do céu as encontra, porque
o Espírito Santo alumia a mente e o coração dos que as buscam. Isso ocorre para
quem sabe penetrar no secreto abrigo do mundo sobrenatural longo do bulício
externo. É na oração que o cristão se torna clarividente, purificando o seu
coração dos vícios, das banalidades mundanas para, deste modo, arrastar a
muitos para o caminho das virtudes, longe dos declives morais; Então muitos se
convencem de que ao retificar a conduta à luz dos preceitos divinos se
desobstrui tudo que impede a verdadeira felicidade. Passam a compreender que a
preguiça espiritual é o sepulcro de uma existência que deve aspirar à
perfeição, segundo o preceito de Jesus: “Sede perfeitos como o Pai celestial é
perfeito” (Mt 5,48). Luta persistente então contra a sensualidade que enegrece
a imaginação, embota a inteligência. Para que isto não venha a ocorrer é
preciso incrementar o espírito de oração que leva uma vida organizada diante de
Deus. Dá-se desta, forma o afastamento de normas artificiais traçadas por uma
fantasia não controlada. A ação do cristão se torna então um agir ao fulgor de
convicções bem determinadas, afastada a vadiagem dos pensamentos inúteis que
conduzem a uma vida dispersa. Percebe-se, desta maneira, que o silêncio tonifica o organismo
espiritual, afastadas as leviandades das divagações, dos caprichos da vontade,
das sacudidelas de projetos vãos. É preciso que as orações sejam sempre a
expressão de um desejo firme dos tesouros eternos. Isto gera o fortalecimento do anelo de fazer
em tudo a vontade de Deus o que é sumamente formativo. Dentre as preces a Missa
tem lugar privilegiado para o cristão, pois esta o põe em espírito de
fraternidade universal, dado que, através dela, cada um se sente inserido na
corrente salvadora do sacrifício do Calvário. Chama o cristão à realidade para
que ele não seja meramente levado pelos acontecimentos. ´É, sobretudo, na
participação do Sacrifício do Calvário que o Espírito Santo mostra a cada um
sua missão específica a cada semana.
Isto decorre da atenção à Palavra da Bíblia explicada nas homilias que
permite entrar nos desígnios de Deus. O cristão pode assim vencer as
dificuldades que obstaculizam sua ascensão espiritual. Disto resulta sua visibilidade,
provinda da fé que conduz à prática das virtudes, mormente da caridade, da
humildade e do fervor religioso. Este cristão está continuamente em sintonia
com Deus e pode expandir deste modo o Reino que o Senhor Jesus veio instalar
nesta terra. Trata-se de uma evangelização constante, pois se irradia uma luminosidade
decorrente do Evangelho vivido intensamente. Eis aí a chave do anúncio da Boa
Nova por toda parte. *Professor no
Seminário de Mariana durante 40 anos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário