sábado, 15 de setembro de 2018

A importância da vida do cristão



A IMPORTÂNCIA DA VIDA DO CRISTÃ0
 Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Nem sempre se aquilata a veracidade do valor da presença de um autêntico seguidor de Cristo no meio em que vive. A ordem do Mestre divino foi esta: “Brilhe a vossa luz diante dos homens para que vejam as vossas boas obras e louvem o vosso Pai que está nos céus.” (Mt 5,16).  Isto significa ser profeta do Deus interior que com cada um fala numa elocução única que precisa depois ser transmitida. Esta linguagem é captada no silêncio tonificador das preces fervorosas nas quais o cristão se dispõe inteiramente a ouvir o seu Senhor. Então ele se torna apto a levar aos outros mensagens sublimes, oportunas. É que “a boca fala do que está cheio o coração" (Mt 12,14), Entretanto, quem vive unido a Cristo, para não deixar a tocha se apagar, procura se resguardar sempre num recolhimento oportuno para continuamente receber movas inspirações divinas, sendo delas um apóstolo incansável. O que faz o valor de uma alma é a grandeza de sua união com Deus, desejando sempre as verdades eternas. Torna-se desta maneira um filtro em que a passagem destas realidades comunica uma sublimidade maravilhosa. Antes de levá-las aos outros é, preciso, de fato, adquiri-las. Quem procura as coisas do céu as encontra, porque o Espírito Santo alumia a mente e o coração dos que as buscam. Isso ocorre para quem sabe penetrar no secreto abrigo do mundo sobrenatural longo do bulício externo. É na oração que o cristão se torna clarividente, purificando o seu coração dos vícios, das banalidades mundanas para, deste modo, arrastar a muitos para o caminho das virtudes, longe dos declives morais; Então muitos se convencem de que ao retificar a conduta à luz dos preceitos divinos se desobstrui tudo que impede a verdadeira felicidade. Passam a compreender que a preguiça espiritual é o sepulcro de uma existência que deve aspirar à perfeição, segundo o preceito de Jesus: “Sede perfeitos como o Pai celestial é perfeito” (Mt 5,48). Luta persistente então contra a sensualidade que enegrece a imaginação, embota a inteligência. Para que isto não venha a ocorrer é preciso incrementar o espírito de oração que leva uma vida organizada diante de Deus. Dá-se desta, forma o afastamento de normas artificiais traçadas por uma fantasia não controlada. A ação do cristão se torna então um agir ao fulgor de convicções bem determinadas, afastada a vadiagem dos pensamentos inúteis que conduzem a uma vida dispersa. Percebe-se, desta maneira,  que o silêncio tonifica o organismo espiritual, afastadas as leviandades das divagações, dos caprichos da vontade, das sacudidelas de projetos vãos. É preciso que as orações sejam sempre a expressão de um desejo firme dos tesouros eternos.  Isto gera o fortalecimento do anelo de fazer em tudo a vontade de Deus o que é sumamente formativo. Dentre as preces a Missa tem lugar privilegiado para o cristão, pois esta o põe em espírito de fraternidade universal, dado que, através dela, cada um se sente inserido na corrente salvadora do sacrifício do Calvário. Chama o cristão à realidade para que ele não seja meramente levado pelos acontecimentos. ´É, sobretudo, na participação do Sacrifício do Calvário que o Espírito Santo mostra a cada um sua missão específica a cada semana.  Isto decorre da atenção à Palavra da Bíblia explicada nas homilias que permite entrar nos desígnios de Deus. O cristão pode assim vencer as dificuldades que obstaculizam sua ascensão espiritual. Disto resulta sua visibilidade, provinda da fé que conduz à prática das virtudes, mormente da caridade, da humildade e do fervor religioso. Este cristão está continuamente em sintonia com Deus e pode expandir deste modo o Reino que o Senhor Jesus veio instalar nesta terra. Trata-se de uma evangelização constante, pois se irradia uma luminosidade decorrente do Evangelho vivido intensamente. Eis aí a chave do anúncio da Boa Nova por toda parte. *Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

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