VOTO, ARMA DA DEMOCRACIA
Côn.
José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Aproximam-se
as eleições e, nem sempre, alguns eleitores se conscientizam da grandeza do
exercício da escolha criteriosa de
candidatados competentes, devotados a sua tarefa. Trata-se do desempenho de uma
verdadeira função pública. Com efeito, o eleitor fica investido de uma ação
superior que visa o bem comum. Portanto,
enorme a responsabilidade de quem vai confiar mandato àqueles dos quais
dependerão medidas salutares para os males que afligem a sociedade e das quais
resultarão o progresso socioeconômico da população. Por isto mesmo o voto é um
dever político que muito interessa à vida coletiva. Esta obrigação pode inclusive
variar de intensidade conforme as circunstâncias de cada contexto histórico.
Será tanto mais grave quanto mais imediatamente estiverem em causa valores
morais essenciais como ocorre no Brasil de hoje. Os partidos agrupam os cidadãos segundo suas
maneiras de conceber e realizar um programa de ação frutífera para todos os
cidadãos. Estes partidos devem existir não para si mesmos, mas para uma ação
política que beneficie a todos.
Entretanto, pode haver desvios e o espírito partidário, afastado de sua
nobre missão, leva ao detrimento de seu fim lógico para desgraça geral. É
quando os indivíduos procuram só o seu bem próprio, impedindo o desenvolvimento
da Nação, dos Estados e dos Municípios. Daí decorre a corrupção, mal a ser
combatido sem tréguas. Eis por que é
preciso analisar com cautela e discernimento o valor pessoal dos candidatos,
suas qualidades, sua mentalidade, sua lealdade, suas declarações. Preconceitos tenazes, discussões estéreis,
rivalidades pessoais podem deturpar o processo eleitoral e todo cuidado é
pouco. Nada, portanto, mais necessário do que a maturidade política do eleitor
que deve ter o tino para colocar a
felicidade de todos acima de tudo. A participação popular no poder redunda
assim num ato democrático de importância capital. Há, felizmente, formadores de
opinião pública que sabem orientar com sabedoria os eleitores. São os
comunicadores honestos, mas há também aqueles que disseminam notícias falsas,
ataques injustos, denegrindo os que são contrários a suas ideias endeusando
incompetentes e aventureiros. O cristão ao dar o seu voto tem como critério
supremo os mandamentos da Lei de Deus, não sufraga jamais aqueles que são
contrários aos mesmos e aos ensinamentos
da Bíblia. É que o voto é um direito, mas também é um dever moral que leva
a excluir os que não respeitam os princípios éticos. As eleições despertam
senso das responsabilidades políticas na
escolha de líderes que autenticamente
representem os interesses da população Estar conscientizado de tudo isto leva
a criar condições compatíveis
para o combate às situações de miséria, elegendo pessoas incorruptíveis,
dotadas do saber político. * Professor no
Seminário de Mariana durante 40 anos.