sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

NASCEU DA VIRGEM MARIA

NASCEU DA VIRGEM MARIA
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Uma das verdades mais importantes que o Natal de Jesus oferece é o fato de que sua mãe, é, verdadeiramente, Mãe de Deus. Com efeito, a maternidade diz ordem á pessoa e não à natureza e a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, que já possuía a natureza divina com o Pai e o Espírito Santo, assumiu no seio puríssimo de Maria a natureza humana. Deus e homem verdadeiro é aquele divino Infante que se contempla numa manjedoura! Daí todas as justas honras que a cristandade tem prestado a esta mulher bendita à qual São Paulo assim se refere: “Mas ao chegar a plenitude dos tempos enviou Deus o seu Filho, nascido duma mulher, nascido sob a lei, a fim de resgatar os que estavam sujeito à lei e para que nós recebêssemos a adoção de filhos” (Gl 4, 4-5).
Em todos os séculos posteriores as letras, as artes, os monumentos, as preces haveriam de render homenagens a essa mãe privilegiada. Ela mesma lançou sobre os séculos futuros esta profecia: “Todas as gerações vão me proclamar bem-aventurada” (Lc 1,48). Uma pobre donzela conjeturar assim o porvir só pode ter sido uma mulher inspirada por Deus, dado que ela sempre ostentava um perfeito equilíbrio em todas as suas palavras e ações. O que é mais sublime, porém, é que a predição se realizou como o comprova toda a História da Igreja.
Maria, não obstante ser mãe, é também virgem. Assim, de fato, se deu, porque puríssima devia ser a mãe do Verbo de Deus Encarnado cujo berço é o ponto inicial do processo soteriológico: “Nasceu o Salvador” (Lc 2,11). Os anjos entoaram hinos ao seu aparecimento na terra, os pastores e os reis Magos lhe trouxeram os primeiros dons e as primeiras reverências da humanidade. No presépio soprou à primeira brisa da salvação da humanidade, graças à cooperação daquela que disse ao Arcanjo Gabriel ser a serva do Senhor. Toda sua glória viria exatamente do fato maravilhoso de sua maternidade divina.
Jesus, o filho de Maria, nasceu pobre. O seu berço não estava ao lado de um trono e uma gruta, onde se refugiavam os rebanhos, foi o seu palácio. Nesta indigência, porém, não desapareceu Sua majestade divina. Tanto isto é verdade que 2011 anos depois reina uma alegria universal! Um frêmito geral de doce satisfação agita a humanidade. Todas as nações cristãs em festa, celebrando este fato único e encantador: o nascimento do Filho de Deus na terra.
Antes os Patriarcas O anunciaram, os Profetas O retrataram, os Justos o representaram, os povos ardentemente O desejaram e O aguardaram com grande expectativa.
Depois, os Apóstolos O fizeram conhecido pelo mundo afora, os Mártires morreram por Ele, as Virgens O seguiram, os Teólogos escreveram sobre Ele páginas encantadoras, os Santos imitaram as suas virtudes, as nações, purificadas pela Sua luz, se regeneraram, e vinte e um séculos de civilização nasceram do seu berço. A História passou a se dividir antes e depois dele! Ele é o ponto de chegada do mundo antigo e o ponto de partida do novo mundo, é o centro da História humana. Cristo nascido em Belém é a verdadeira luz do mundo. Por isto ele vem a cada cristão a toda hora a todo instante para derramar nos corações sinceros, retos, puros a abundância de suas graças. Todos que são por Ele, todos os que participam da redenção que Ele veio oferecer, reinarão por toda uma eternidade venturosa na Casa do Pai. Todos que O contradizem, mais dia menos dia, ruem por terra. Passam os grandes homens, dão-se as grandes transformações sociais, operaram-se progressos científicos inimagináveis, mas o divino Redentor permanece e permanecerá sempre como a única fonte da verdadeira felicidade e longe dele apenas decepções, falsas alegrias, aparentes conquistas. Ele, ontem, amanhã e sempre, o Rei imortal dos corações que buscam aquela ventura que o mundo e seus sequazes jamais poderão oferecer. Por tudo isto no Seu Natal honras são prestadas também à sua Mãe Santíssima que se tornou o caminho seguro para se ir até Ele, como aconteceu com os Magos que, segundo São Mateus, O “encontraram com Maria sua mãe” (Mt 2,11).* Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

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