sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

A GRANDEZA DE SÃO JOÃO PAULO II

A GRANDEZA DE SÃO JOÃO PAULO II
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
A figura gigantesca do Papa São João Paulo II marcou o final do século passado e o início do terceiro milênio. Uma atividade hercúlea na evangelização do mundo não apenas pelos seus monumentais pronunciamentos e suas substanciosas encíclicas, mas ainda pelas suas viagens apostólicas. Estas o fizeram um apóstolo Paulo dos tempos modernos, o itinerante pregador do Evangelho. Este Papa pela sua cultura, pela sua santidade existencial, desde os tempos de suas atividades evangelizadoras na Polônia, conquistou não apenas inúmeros admiradores, mas ainda fez grandes amizades, sendo não apenas um mentor intelectual de notáveis personagens, como ainda um Diretor Espiritual inigualável. Por tudo isto, ao vir à tona sua vasta correspondência com a filósofa Ana Maria Tymieniecka, o fato não pode ser analisado superficialmente numa deplorável exploração jornalística. Os escritos de São João Paulo II sobre o sexo revelam sua firmeza ante tudo que se refere ao sexto e nono mandamentos, oferecendo orientações profundas sobre a vivência destes sagrados preceitos da Santa Lei de Deus. Expressões que tenha empregado nas missivas referidas e que podem supor a extrapolação de uma amizade santa não podem ser analisadas com vulgaridade. O gênero epistolar exige muita bagagem cultural do hermeneuta, tanto mais que, como Pastor de Almas, Wojtyla orientava com sabedoria seus confidentes, homens e mulheres, nos seus conflitos existenciais. Adite-se que quer o Papa, quer a citada filósofa eram experts no ramo da Filosofia denominada Fenomenologia, Há necessidade de se penetrar fundo nesta concepção filosófica para, colocando em parêntesis o passado e o futuro, viver intensamente o agora. Isto projeta a voos a espaços que ultrapassam a esfera meramente material. Tanto isto é verdade que muitas vezes as tertúlias entre os citados personagens versavam sobre as realidades divinas numa imersão mística em Deus que, por certo, os elevava a páramos bem longe de injunções terrenas. Aliás, um dos livros da filósofa Tymieniecka tem por epígrafe ”Fenomenologia da Vida”. Este assunto escapa de longe à percepção de muitos jornalistas despreparados. Adite-se que as amizades de São João Paulo II com as mulheres era bem semelhante às que o próprio Cristo teve na sua passagem nesta terra como, por exemplo, ocorreu com Maria Madalena que deixava sua irmã Marta agitada nos afazeres domésticos para escutar o Mestre divino, o qual elas recebiam em sua casa. Que São João Paulo II não teve relação conflitiva com a mulher e o sexo se pode deduzir de todas as suas ações e mesmo do que vem sendo extravasado sobre as aludidas missivas. É de se notar que este Papa perdeu ainda jovem sua mãe a qual faleceu de infarto e ele teve uma irmã que morreu antes de nascer. Estas ausências femininas ele as sublimou numa intensa e fervorosa devoção a Maria. Como poucos ele escreveu sobre a Mãe de Jesus, tendo visitado seus santuários com imensa piedade. Isto impedia uma sublimação conflitiva com as mulheres, pois com templava nelas a “Cheia de Graças”. Segundo um dos biógrafos de São João Paulo II, este Papa “via o feminino como reflexo da Virgem Maria”.  Portanto, é numa ótica muito diferente daquela que os sensacionalistas projetam que se deve interpretar a amizade de São João Paulo II não apenas com a filósofa  Ana Maria Tymieniecka, mas também com outras mulheres. O Papa Francisco abordado, recentemente, pela imprensa precisou declarar abertamente que não é pecado ser amigo de ninguém, seja homem ou mulher. Isto, evidentemente desde que não se ultrapassem os limites da moral bíblica, respeitando a Lei divina. Por tudo isto, fulge ainda uma vez a grandeza de São João Paulo II, baluarte da ortodoxia, exemplo vivo de santidade e temor de Deus, sabedoria que serviu com destemor a expansão do Evangelho. Lá do céu ele proteja a Igreja e a todos os fiéis!* Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.







Nenhum comentário:

Postar um comentário