quinta-feira, 21 de abril de 2016

COMO VENCER AS INSINUAÇÕES DIABÓLICAS

COMO VENCER AS INSINUAÇÕES DIABÓLICAS
Côn. José Geraldo V Vidigal de Carvalho*
O Salmo 62 (61) apresenta de maneira clara e objetiva o posicionamento do ser racional diante das tentações do espírito maligno. Destas invectivas satânicas ninguém está imune neste mundo. Basta percorrer a vida dos santos para se certificar desta verdade. A Virgem Maria, a cheia de graças, foi a única isenta dos assédios do demônio, por especialíssimo desígnio de Deus. São Pedro foi taxativo: “Como um leão a rugir o demônio anda em derredor de vós prestes a vos devorar. Resisti-lhe firmes na fé” (1 Pd 5,8). A própria Bíblia descreve a pugna de notáveis personagens contra as invectivas do diabo. Este até ousou tentar o próprio Filho de Deus  que nos três ataques infernais derrotou o inimigo, deixando exemplo magnífico a seus seguidores. Estes devem repetir com Davi no mencionado salmo, “jamais vacilarei”.  (Sl 62,7) É pela porta dos pecados capitais com seus desdobramentos que entram as tentações e cada um tem, o que os teólogos chamam de defeito dominante. São sete os pecados capitais: Soberba (Tg 4,6; 1 Pd 5,5): Avareza (Cor 6,10), Luxúria (idem), Inveja (Gal 5,19), Gula (Idem), Cólera ( Idem),  Preguiça( Pv 6,6). Estar disposto a não cair nas armadilhas de satanás é uma atitude interior de suma valia. O cristão deve estar cônscio de que não é “uma parede inclinada, um muro prestes a ruir” (Sl 62 4)), pois pode repetir com São Paulo: “ Eu tudo posso naquele que é a minha fortaleza” (Fl 4,13).O objetivo da tentação é “seduzir” e, por isto com o demônio não pode haver fraqueza alguma, dado que ele, sendo espírito, é muito mais sagaz que “os filhos de Adão”, ou seja, as pessoas comuns e as pessoas letradas, inclusive os grandes teólogos ou místicos.  Nada de se iludir com a proposta diabólica: “Não ponhais nela o coração” (Sl 62,11). A razão pela qual há a certeza absoluta da vitória é que “a Deus pertence a força” (Sl 62,12)  Com a repulsa ao demônio vem a inefável paz da consciência: “Sem. Deus minha alma regozija, dele vem a minha salvação” (Sl 62,1). Ele se torna, realmente, “rocha”, “fortaleza”, “esperança”, “glória” como está neste mencionado salmo. Então este Senhor Onipotente precisa ser sempre um “abrigo (Sl 62, 8).  Nele se deve confiar em qualquer tempo Aconselha então o salmista: “Derramai vosso coração em sua  presença” (Sl 62,9). Aliás, o próprio Deus disse a Abraão: “Anda na minha presença e sê perfeito (Gn 17,1) O notável Patriarca nos momentos de solidão, de desespero se entregava ao Senhor do qual nunca se apartava. Quem assim age está blindado contra o inimigo, pois tem sempre o Todo-Poderoso diante de si e sabe que Ele devolve “a cada um conforme suas obras”. Vale a pena meditar o salmo 62 e impregnar a alma com esta sabedoria celestial como uma arma a mais que leva a grandes triunfos espirituais. Na vida espiritual o forte é quem foge das ciladas do demônio, para poder sempre viver em função da Palavra de Deus sem jamais a perverter se lançando em circunstâncias que conduzem à perda da graça santificante. O cristão, então se fortalece espiritualmente para qualquer eventualidade com o Pão do céu que é Jesus eucarístico, evitando transformar a oração em idolatria, quando se pede a Deus não o que é necessário à própria salvação, mas o supérfluo para a existência, o que é uma perversão da prece que não leva a uma conversão, mas à obsessão de tudo ter.  Para não se lançar no precipício da omissão dos deveres é mister, além do mais,  a coragem que demonstrou Jesus, repelindo logo as insinuações do maligno. Finalmente, é preciso afastar todo e qualquer equívoco, pois o combate que Cristo permitiu houvesse entre Ele e o diabo não deve se apresentar ao seu discípulo como algo impossível de ser vencido. É que imerso no mistério trinitário se pode repetir sempre com São Paulo: “Eu tudo posso naquele que é a minha fortaleza” (Fp 4,13). Jesus foi conduzido ao deserto pelo Espírito Santo e, fiel à missão que Lhe fora confiada pelo Pai, derrotou o demônio. Trata-se de um combate espiritual, mas com o Espírito divino a vitória é de Cristo com o qual se identifica o cristão e o objetivo  principal é fazer em tudo a vontade do Pai. Com isto, nem a gula, nem a idolatria, nem a omissão impedem a caminhada rumo à Trindade Santa na Jerusalém celeste. Por tudo isto o cristão está  envolto na esperança fagueira de que nunca  cairá nas garras de satanás Ninguém pode escapar à prova da tentação, mas o progresso espiritual de cada um se realiza no combate. Para se conhecer a si mesmo é preciso ser provado e não pode ser coroado sem ter vencido o inimigo e suas invectiva. O  fiel, revestido de austeridade, com a graça de Deus, será sempre um vitorioso! * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.




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