segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

SEJA O VOSSO "!SIM'", "SIM"; O VOSSO 'NÃO", "NÃO"

SEJA O VOSSO SIM, SIM
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Jesus ensinou: “Seja o vosso “sim”, “sim”, o vosso “não”, “não”. Ele convidou então o seu seguidor a viver na verdade em todas as ocasiões. Trata-se de se adaptarem o pensamento, atos e palavras à realidade em si. A Verdade Suprema é Deus, a Verdade Absoluta. Assim sendo, aquele que vive sua vida, conformando-a com a vontade divina, este é um ser humano autêntico. Praticar os mandamentos é manifestar coerência na existência, porque se alguém diz que tem fé no Criador e não adere ao que Ele preceituou quer a simbiose do “sim” e do “não”. É um refinado fingimento existencial. Eis porque o Papa Francisco, ao celebrar a Missa na Capela da Casa Santa Marta, dia 4 de junho de 2013 demonstrou que há uma “maneira de falar cristã”, isto é, “sem impostura”, “como uma criança, na verdade do amor”. A falsidade, segundo o Chefe da Igreja é satânica Segundo ele, a linguagem dos corruptos é uma linguagem de simulação, pois parecem pessoas dignas, mas seus atos são calamitosos para a sociedade. Verifica-se uma persuasão diabólica. Jesus sempre se indignou diante da hipocrisia e era franco perante os fariseus e os chamava claramente de hipócritas, sepulcros caiados. Aliás, escribas e fariseus execravam a Cristo exatamente porque odiavam a verdade. Eles eram embusteiros. É o que acontece com tantos políticos que se dizem defensores do bem público, mas o dilapidam, desviando verbas e aumentando o próprio patrimônio. O mesmo se diga de tantos cristãos que se mostram como pessoas piedosas, mas cometem as ações mais indignas. Não vivem o que professam crer. Testemunhar a verdade é fazer com que a vida esteja de acordo com o que Deus preceituou e Jesus veio pessoalmente ensinar. O carisma do batizado precisa transparecer nas suas ações. É  o  viver na verdade, praticando continuamente obras de justiça e de dileção a Deus e ao próximo. É ensinar a todos a serem artesãos da paz. É praticar o que Jesus falou: “Seja o vosso “sim, “sim”.  Deste modo, se pode perceber que a Verdade liberta (Jo 832). Tudo isto porque a noção da verdade não é simplesmente de ordem intelectual, mas ela precisa envolver toda a existência do ser racional. Assim sendo, há necessidade de uma identificação daquilo que se diz com aquilo que se pensa e faz. As palavras não devem ser utilizadas para seduzir o próximo, como meio para enganá-lo. A verdade deve iluminar todas as ações, fruto de uma lógica interior que esplende em todo e qualquer procedimento.  Além de tudo isto, cumpre a cada um dizer o “sim” a si mesmo e não estar a se iludir. Muitos não se conhecem e a grande máxima inclusive da filosofia greta é esta: “Conhece-te a ti mesmo”.  Aí está a razão pela qual muitos se julgam superiores aos outros ou usam de uma máscara interior  para se passarem como santos e perfeitos, embora o seu interior se pareça com uma árvore carcomida. Deste modo, para que não haja mistura do “sim” e do “não” é preciso um olhar sincero para o interior da própria consciência. Depois, cumpre um olhar profundo para Deus para que o olhar de cada um coincida com o olhar divino. Tudo que fugir disto é mentira e o pai da mentira, segundo Jesus, é satanás (Jo 8,44). O cristão para quem o “sim” é “sim” e o “não”, “não”, evita transigir com a falsidade. Unindo-se a Cristo que é “Caminho, Verdade e Vida”, o batizado vive e age na Verdade. Por tudo isto, descobrir a verdade é encontrar o autêntico segredo da vida humana coerente. Nunca se pode, portanto esquecer que a verdade  e a  vida não podem ser separadas. Não é possível viver entre o “sim” e o “não”. Muitos preferem viver no claro-escuro, sem procurar de fato a luz sobre sua própria existência. São João advertiu que aquele que é da verdade vem para a luz (Jo, 2,21). Aderir à verdade na perspectiva cristã não se limita a uma adesão expressa meramente pelos lábios, mas em ser e agir de conformidade com a mensagem do Evangelho, numa projeção sincera para Jesus, deixando-se animar pelo seu espírito. Este sacerdote, certa vez, escutou de uma pessoa engajada numa certa pastoral este absurdo: “Eu sou metade de Cristo, metade do diabo”. Quantos também têm o desplante de comungar em pecado mortal, profanando o Sacramento da Eucaristia! Estas pessoas jamais entenderam o que Jesus ensinou “Seja o vosso “sim”, “sim”; o vosso “não, “não”. * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

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