quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

A FAMILIA DE NAZARÉ

A FAMÍLIA DE NAZARÉ
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
A solenidade da Sagrada Família vem lembrar que ao longo do Antigo Testamento, mas sobretudo nos Profetas, Oséias em particular, o amor conjugal é apresentado como a imagem por excelência das relações entre Deus e seu povo.Aliás,modelo de toda comunhão entre as pessoas humanas. No Novo Testamento este mesmo amor conjugal se torna a imagem viva da relação entre Cristo e sua Igreja. O protótipo, inclusive, de toda comunhão no grêmio da Igreja. É de se notar que, criando o homem a sua imagem e semelhança, o Ser Supremo havia feito deles seres racionais voltados para uma união comum. Quando sesta união encontra um fruto na vinda a este mundo de uma criança os esposos reproduzem na terra o mistério da Santíssima Trindade na qual o Espírito Santo procede do amor que une o Pai e o Filho. Este, vindo ao mundo para salvar a humanidade rebelada contra seu Criador, concebido do Espírito Santo no seio da Virgem Maria, fez questão de viver dentro de uma Família humana, tendo como pai legal São José. A Família de Nazaré  se constituiu num exemplo de todas as famílias e comunidades cristãs. Por entre a dramaticidade da existência num vale de lágrimas, a Família de Nazaré conheceu momentos difíceis, superados com as virtudes de pais extraordinários como ocorreu com a fuga para o Egito, quando Herodes intentava matar o divino Infante. Maria se apoiava em São José e este, pai amoroso, neste mundo tudo fazia para a defesa daquele que o Pai celeste lhe havia confiado e na proteção daquela que era a esposa do Espírito Santo. Esta ida dolorosa para um país estranho vem recordar a todos os esposos, àqueles que se amam dentro das diversas comunidades, que seus destinos são comuns e, por entre as incongruências da vida, o amor tudo supera. O afeto mútuo é que sustenta a família  e qualquer comunidade, por entre as dificuldades que surgem e é esta mesma dileção que faz, então,  reluzir as comunidades cristãs unidas no amor ao próximo e a Deus. Quer na comunidade familiar, quer na comunidade eclesial o que acontece a cada um deve interessar a todos. O outro precisa sempre ser tomado em consideração. Desde que Deus comunicou a São José que ele deveria receber Maria como sua esposa diante da lei a vida de ambos mudaram inteiramente, Vão juntos a Belém para se inscrever no recenseamento, assistem o nascimento de Jesus e vão  juntos para o exílio. Os problemas de um eram os problemas do outro e agora até  questões envolvendo o Filho de Deus encarnado.  Nunca se pode esquecer que a célula familiar, bem como as diversas comunidades humanas,  compreendem pessoas interdependentes em tudo. José e Maria com Jesus após o Egito não voltam para a Judéia, mas para a Galiléia se ajustam sempre aos planos de Deus. Em Nazaré passaria a viver a família modelar. José no seu trabalho humilde, Maria a cuidar da casa e ambos inteiramente vivendo em função de Jesus. Ele sofreram as condições dos pobres e dos oprimidos se identificando com eles. As figuras que surgem antes da ida para Nazaré foram emblemáticas. Os Magos que estiveram em Belém eram o símbolo de uma humanidade inquieta e que procura, apesar dos pesares, a salvação, mas sábios que reconheceram Deus num menino inerme. Herodes e seu filho Arquelau representavam bem o poder explorador e opressor, invejoso de uma possível hegemonia do filho de José e Maria, temerosos de perder seus privilégios e daí a intenção de O matar. Neste história, porém, os personagens dignos de louvor eram Jesus, Maria e José, a Sagrada Família. Esta família na sua existência movimentada se tornou  realmente um modelo concreto de toda família humana. São Paulo na sua Carta aos Colossenses desceu a detalhes de como deve viver uma família harmoniosa. O leitmotiv do Apóstolo é a caridade, que o vínculo da perfeição. Para isto a oração é imprescindível para unir esposos e filhos num mesmo ideal. Tudo fazendo para o Senhor Onipotente e não para os homens. Dentro desta perspectiva se pode dizer com toda certeza que a família nunca esteve em crise. As pessoas que a compõem podem, muitas vezes, se verem  em situações complexas, esquecidas da herança eterna que aguarda lá no céu os que cumprirem plenamente seus deveres na comunidade familiar e na sociedade humana como autênticos cristãos. Porque todos somos bem-amados do Pai devemos nos revestir de ternura, bondade, compreensão, perdão cordial a cada passo na vida. Onde reina o verdadeiro amor há paz, harmonia e um por todos, todos por um marcham felizes para a Casa da Eternidade sob os olhares de Jesus, Maria e José. * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.




.





Nenhum comentário:

Postar um comentário