segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

A ESTRELA DOS MAGOS

A ESTRELA DOS MAGOS E A FÉ
Côn.José Geraldo Vidigal de Carvalho*
A solenidade da Epifania vem lembrar que a caminhada dos Magos foi uma caminhada da fé. A fé é como uma estrela, não o sol, é uma pequena luz que guia ao encontre de Jesus. A condição é que coloque na rota para Ele, que se deixe atrair para Ele, se dispondo a procurá-lo como fizeram aqueles sábios (Mt 2,1-12). Em Jerusalém os especialistas da Palavra de Deus e os sumos sacerdotes não foram até o divino Infante porque seus interesses eram outros. Isto os impediria sempre de reconhecer em Cristo o Messias prometido. A fé simbolizada na estrela vista pelos Magos conduz até Jesus, mas é importante fixar que tal encontro muda a vida daquele que O achar. É de se observar que o Evangelista mostrou como, depois de homenagear o Menino Deus, aqueles Reis ficaram cheios de alegria e não eram mais os mesmos. Tanto isto é verdade que eles tomaram um outro caminho de volta para sua terra. Não seguiram a ordem de Herodes para lhe indicarem onde estava Jesus, não cediam ao poder terreno, não pensavam como o rei deste mundo, pois tinham contemplado o soberano celeste. De plano, esta festa da Epifania convida a todos os fiéis no início deste novo ano a reencontrar Jesus, cortando os laços de tudo que é ilusório, perverso neste mundo conspurcado pelo pecado e que quer a morte de Deus e daí todas as desgraças humanas. Deus, contudo, se deixa localizar por todos aqueles que sinceramente O buscam, O desejam. Ele então vem até aqueles que Lhe abrem seu coração. Uma condição se impõe, qual seja, que se faça tudo que estiver ao alcance de cada um, como fizeram os Magos.  Estes em Jerusalém indagaram, procuraram se informar sobre onde estava o Rei dos Judeus que acabara de nascer. Fizeram de sua parte e foram recompensados. A manifestação de Jesus aos Magos era bem o indício de que Ele viera para salvar todos os povos e a cada um ao qual Ele se manifesta incumbe o dever de ser também estrela a mostrar que Ele deve viver na existência de todos os homens e mulheres, na sociedade toda e que apenas nele se depara a verdadeira felicidade. Esta é uma tarefa de cada dia, de cada momento. Jesus dirá que seus seguidores são luz do mundo e sal da terra. Cumpre mostrar a todos que, de fato, Jesus é Rei, como bem simbolizou o ouro ofertado pelos Magos. Ele é Deus, indicado pelo incenso. Ele é o Redentor que se sacrificaria pela humanidade, como bem assinalou a mirra que Lhe foi ofertada. Epifania é bem uma festa de Jesus, a plena manifestação do que Ele é. Os Magos, que não tinham artrose nem física nem espiritual, se ajoelharam perante a imensidade do Mistério de Jesus. Tomaram a postura de suplicantes, a postura daquele que reconhece a superioridade do Filho de Deus. Muito antes de Pascal no século XVII, os Magos já mostravam que perante Deus, diante do divino Redentor, o ser racional só é grande quando se ajoelha. Ajoelhados, os sábios vindos do Oriente ofereceram seus presentes, mas antes já haviam aberto seus corações ao Astro do Alto que viera visitar o planeta terra, fazendo-se homem no meio dos homens. Quantos cristãos, contudo, continuam adorando os falsos deuses apresentados por uma sociedade de consumo, criados pelas ilusões da mídia! Esquecem eles do ensinamento de São Paulo, afirmando que somente ao Nome de Jesus “todo joelho se dobre no céu, na terra e nos infernos” (Fl 2,9).  Jesus, o Filho de Deus, deste Deus perante o qual se ajoelharam Abraão, Moisés, Davi, personagens ilustres do Antigo Testamento. Todo cuidado é pouco para não se adorar falsas divindades. O Filósofo Americano Peter Kreeft alertou: “Uma das mentiras das mais destrutivas de Satanás é afirmar que se ajoelhar numa igreja adorando Cristo é inútil, supérfluo e que isto afasta das necessidades vitais, dos deveres cotidianos [...] No entanto a adoração é mais poderosa do que uma bomba atômica para destruir o mal. Porque se o ser racional com sua inteligência pode construir uma arma tão poderosa como a bomba atômica, quanto mais poderoso será o Amor increado de Jesus no Santíssimo Sacramento para estabelecer a Paz eterna neste mundo”! É preciso imitar os Magos e saber adorar Jesus. São Leonardo clamava que é necessário repartir Cristo por toda parte, tendo-O no centro do coração para colocá-lo no centro da História, no meio de todo o universo.  Jesus deve ser nosso referencial supremo. Ou Ele, ou nada! Como os Magos caminhemos em 2014 por outros caminhos de apostolado sincero a começar pela renovação do próprio coração para que se possa levar a mensagem de Jesus por toda parte. Para isto que cada um se deixe guiar pela estrela da fé e estará ajudando a salvação do mundo inteiro, renovando a face da terra. * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos

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