O PODER DE JESUS SOBRE AS DOENÇAS
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Inúmeras passagens dos Evangelhos mostram que Cristo, como divino taumaturgo, curou as mais variadas doenças, estando continuamente junto dos que padeciam alguma moléstia. Durante seu profícuo ministério Ele encontrou por toda parte enfermos em seu caminho. Assim aconteceu em Cafarnaum com a sogra de São Pedro, acamada com febre sendo que depois Ele curou naquela cidade “muitas pessoas de diversas doenças”(Mc 1,30.34). Movido de compaixão Ele restituiu a saúde aos que dele se aproximavam com e profunda fé. Esta virtude era inclusive uma exigência que fazia. A dois cegos que lhe pediam a cura ele disse: “Faça-se-vos segundo a vossa fé (Mt 9,28). Sua força divina era colocada a serviço dos que jaziam presos em terríveis enfermidades. A doença é sempre o sinal do estado em que se encontra o homem após o pecado original. Enquanto durar o mundo atual a humanidade tem que carregar as conseqüências de sua rebelião contra o seu Criador. O estado de perfeição só se dará lá no céu. Tendo assumido a natureza humana, Jesus se identificou com os sofredores: “Estive doente e me visitaste”. Este cuidado com os padecentes é, aliás, uma das condições para se entrar no Reino dos eleitos (Mt 25,36). Servir os doentes é servir ao próprio Cristo em seus membros que padecem. O enfermo é então a imagem e o símbolo do próprio Filho de Deus que quis conhecer nesta terra as misérias humanas, não apenas as corporais como, outrossim, as do espírito, como aconteceu na sua agonia no Horto das Oliveiras e no alto da Cruz. Como profetizou Isaías eram nossos males que Ele suportou (Is 53,4). Como Redentor da humanidade Ele passou “fazendo o bem e curando todos os que estavam no poder do diabo” (Atos 10,38). Ele era o médico do corpo e da alma e mostrou que com sua Paixão e Morte daria um novo sentido às dores humanas, conferindo-lhes um valor de redenção, de purificação. São Paulo compreendeu isto magnificamente e disse aos Coríntios: “Trazemos em nosso corpo os sofrimentos mortais de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nosso corpo” (2 Cor 4,10). . Neste sentido o Apóstolo mostrava aos colossenses que cumpre ao cristão “completar na sua carne o que falta aos sofrimentos de Cristo por seu corpo, que é a Igreja”. Embora se deva lutar contra a doença, valorizando o dom da vida, evitando tudo que possa prejudicar a saúde, quem passa por alguma moléstia deve se integrar no processo da auto-salvação, suportando-a em reparação das próprias faltas e das iniqüidades que se cometem mundo afora. É necessário sempre esperar o momento em que Deus irá atender as súplicas e restituir a saúde. Na cura da sogra de São Pedro é de se observar que quem obtém a cura de sua doença deve se entregar ainda mais fielmente a suas tarefas diárias. Com efeito, São Marcos destaca que imediatamente aquela senhora se reintegrou a suas tarefas familiares, manifestando sua gratidão exatamente no serviço de quantos estavam naquela casa. A um miraculado, que desejava segui-lo, Ele disse: “Vai para tua casa, para os teus e narra-lhes tudo que o Senhor fez por ti e como se compadeceu de ti”. Ele partiu e começou a apregoar na Decápole as grandes coisas que Jesus lhe tinha feito, e todos ficavam maravilhados” ( Mc 5,19-23) O melhor hino de ação de graças é, de fato, o cumprimento do dever nas tarefas que Deus destinou a cada um. Nem se pode esquecer que o tema “Fraternidade e Saúde Pública” com o lema “Que a saúde se difunda sobre a terra.” (Eclo 38,8) será refletido na Campanha da Fraternidade deste ano e recordará assim, ainda uma vez, o poder de Jesus sobre as doenças e a responsabilidade de cada um perante os que sofrem, sobretudo os familiares. O Médico divino conta com cada um de nós não apenas para que com confiança nele vençamos a doença, mas também ajudemos a todos que sofrem, levando-lhes auxílio espiritual e material. Uma das melhores contribuições para com os necessitados é ajudar, a quem precisa, a comprar os remédios prescritos pelos médicos. Jesus espera também que proclamemos por toda parte as maravilhas que ele opera em nossas vidas e isto como um ato de agradecimento. * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
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