A
UNIDADE E A FIDELIDADE DOS CÔNJUGES CRISTÂOS
Côn. José
Geraldo Vidigal de Carvalho*
Jesus deixou
clara e categórica a exigência cristã da unidade e da fidelidade dos esposos
cristãos (Mc 10,2-16) Esta clareza e taxatividade devem tanto mais
ser ressaltadas quando se considera o contexto atual. Com efeito, para muitos é
chocante as palavras do Mestre divino: “Todo o que repudiar sua mulher e casa
com outra comete adultério contra ela: e se uma mulher repudia o seu marido e
casa com outra, comete adultério”, Ele aliás alertou: “não separe o homem o que
Deus uniu”. Não obstante o grande número de casais que vivem santamente, o
sacramento do matrimônio, é público e notório que há casais que se separaram,
que se divorciara e inúmeras são as feridas nas consciências de muitos cristãos
e como sofrem os filhos cujos pais romperam os laços matrimonias legítimo! É
óbvio que estas pessoas devem ser ajudadas na medida do possível, mas sem
deturpar o que Jesus abertamente ensinou. Um meio valiosíssimo para preservar a
unidade e a fidelidade dos cônjuges cristãos é a preparação eficiente para
recepção do sacramente do matrimônio. Aqueles que já convolaram núpcias, mas se
encontram com problemas familiares devem procurar soluções justas para firmar e
reafirmar sua relação conjugal, imitando aqueles que anos e anos veem mantendo
a união prometida no dia do casamento. Para viver plenamente o que Jesus ensinou
sobre a unidade e fidelidade matrimonial é preciso força espiritual, preces ardentes
dentro e fora do lar. Esta dimensão religiosa se baseia também no que Cristo asseverou
dizendo que pelo matrimônio os batizados não são dois, mas uma só carne e sua
ordem expressa foi esta: “Não separe, portanto, o homem do que Deus uniu” Isto
mostra como o homem e a mulher, pelo casamento, deverão estar bem de acordo
entre eles em tudo e sempre. Foi Deus que os uniu. É Deus que lhe dará luz e
força para permanecerem unidos. Trata-se de um engajamento total neste tripé
sagrado: unidade, fidelidade e fecundidade. Isto é possível quando há o esforço
sincero de transformar o amor mútuo no amor mesmo de Deus. Este Deus que é amor
é verdadeiramente único, fiel e fecundo. Deste modo maravilhosamente fica
sublimado a dileção sincera o que os cônjuges manifestam um ao outro. Eis aí o
que quer expressar o que Jesus disse ao falar em “o que Deus uniu”. Refletir sobre isto é importante, porque o
amor humano é limitado se ele é deixado a si mesmo sem esta força sobrenatural
sem a presença do Deus Todo Poderoso. O homem e a mulher precisam muitas vezes
se ultrapassar a si mesmos e até mesmo
em algumas circunstâncias serem heróis, mas com a graça divina é possível
manter a unidade e fidelidade prometidas ao receber o santo sacramento do
matrimônio. O Espírito Santo presente no coração dos cônjuges transforma o amor
humano que é limitado no amor imenso do Ser Supremo. É este Espírito divino que
dá a verdadeira dimensão do amor que deve reinar entre os batizados unidos pelo sacramento do matrimônio e imersos
nesse oceano infinito do amor divino. Há então a percepção da fortaleza interior
ofertada pela graça divina que é mais potente do que as forças humanas. Torna-se
assim possível praticar em plenitude o amor conjugal. Na escola de Jesus se
aprende a dialogar, a perdoar sempre, a sacrificar um pelo outro a própria vida.
Deste modo, as infidelidades devidas às fraquezas humana são superadas
porque sólido é o fundamento que uniu
dois corações através do sacramento do matrimônio. O projeto de Deus há de
sempre prevalecer não obstante as fraquezas humanas e, por vezes o
endurecimento das mentes que se deixam dominar
pelos males que afligem os incautos.
O liame que deve unir os cônjuges é objeto de ataques de rara violêncis
em nossos dias e se multiplicam em certos países os processos atinentes ao
divórcio, afetando, portanto, o plano estabelecido pelo Criador. Deve-se sempre
lembrar que
Deus não pode nem se enganar, nem enganar os homens e, assim sendo, a unidade e
a fidelidade conjugais são imprescindíveis para a felicidade no lar. O que Deus
estabeleceu deve ser aceito em sua globalidade e em todas as suas dimensões.
Eis porque a presença do Ser Supremo é fundamental para a vivência cristã dos
que contraíram o matrimônio. Deus deve
ser colocado no centro do amor conjugal. São três vontades que devem interagir: a do homem, a da mulher e a de Deus. É esta presença
do Todo Poderosa Senhor no seio da família que une duravelmente os corações. Eis por que a oração é imprescindível para a
durabilidade do amor conjugal e o que Deus uniu o homem não separará! *`Professor no Seminário de Mariana durante 40
aos.
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