quarta-feira, 19 de outubro de 2016

O PERIGO DAS GENERALIZAÇÕES

O PERIGO DAS GENERALIZAÇÕES
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*

 Há uma música denominada “Pelos pecados” muito difundida que tem a seguinte frase: “Hoje se a vida é tão ferida, deve-se a culpa / E a indiferença dos cristãos!”. Melhor se diria “Deve-se à culpa de alguns cristãos”. Nem todos os cristãos são maus cristãos a ponto de tornar a vida do mundo tão desgraçada. Há numerosíssimos santos na Igreja que são, de fato, para-raios diante dos crimes que se cometem mundo afora. Perfeito é só Deus e há de se distinguir entre pecados graves e leves e também entre falhas que não são pecados, mas fruto da mera fragilidade humana, cometidas sem pleno conhecimento e sem pleno consentimento. Segundo Dom Murilo Krieger, Para o cristão, mais do que um culpado, o mal tem uma causa: a liberdade. Fomos criados livres, com a possibilidade de escolher nossos caminhos. Podemos, pois, fazer tanto o bem quanto o mal. Se não tivéssemos inteligência e vontade, não existiria o mal no mundo; se fossemos meros robôs, também não. Por outro lado, sem liberdade não haveria o bem e nem saberíamos o que é um gesto de amor. Também não conheceríamos o sentido de palavras como gratidão, amizade, solidariedade e lealdade”. Adite-se que são os santos da vida de cada dia e os mártires de nossos dias que fazem progredir a Igreja com sua vida coerente e seu corajoso testemunho de Jesus Ressuscitado, graças à obra do Espírito Santo. Foi o que inclusive ensinou o Papa Francisco na sua homilia na missa matinal do dia 7 de abril de 2016 na Capela da Casa Santa Marta em Roma. São, na realidade, um sem número de bons cristãos que dão testemunho de vida e se alegram em ser luz do mundo, atraindo as bênçãos de Deus para esta terra e não desventuras. Há muita coerência entre a vida de muitos batizados e sua fé, fruto da ação dos dons divinos. São os santos de todos os dias que no cumprimento de seus deveres e na observância dos mandamentos divinos fazem gloriosa a Igreja de Cristo que é  “una, santa, católica”. * Professor no
Seminário de Mariana durante 40 anos 

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