DIA DO PAPA
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Com júbilo a cristandade celebra o Dia do
Papa, o Soberano Pontífice, Vigário de Cristo, Chefe visível da Igreja
Católica. Ele é o sucessor de São Pedro, uma vez que este Apóstolo foi Bispo de
Roma, por um desígnio da Providência divina. Após sua morte todo aquele que foi
eleito para esta sede episcopal se tornou herdeiro de toda sua autoridade.
Cristo prometera o sumo pontificado a São Pedro ao lhe dizer: “Tu és Pedro e
sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não
prevalecerão contra ela. E eu te darei as chaves do reino dos céus e tudo que
ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será
desligado nos céus (Mt 16,18-19). Após sua ressurreição, conferiu a ele os primado ao lhe dar esta
ordem: “Apascenta os meus cordeiros,
apascenta as minhas ovelhas” (Jo 27, 15-18). Portanto, Pedro deveria governar a
universalidade do rebanho, sem nenhuma
exceção e com poder supremo e imediato sobre todos os Pastores e Fiéis. Ele
assumiu uma posição de autoridade única entre os apóstolos e seu nome é
mencionado na Bíblia mais de cem vezes,
sendo que o Apóstolo São João, que é o segundo apóstolo mais citado, o é vinte
e nove vezes. A CNBB mostrou como se deve então comemorar o Dia do Papa, ou
seja, “com pregações e orações que traduzam amor, veneração, respeito e
obediência ao Vigário de Cristo na terra”. De fato, o Papa é o Vigário de
Cristo porque ele O representa neste mundo e ocupa o seu lugar na direção de
toda a Igreja. É deste modo o Chefe visível da Igreja com a autoridade mesma de
Cristo que é o Chefe invisível desta instituição por Ele fundada. Deste modo, o
Papa é o Doutor universal, infalível nas definições que dizem respeito à fé e
aos costumes, uma vez que tem a assistência contínua do Espírito Santo em virtude
de sua suprema autoridade apostólica. Foi, portanto, inspirado Santo Ambrósio
ao proclamar: “Lá onde está Pedro, se encontra a Igreja; e lá onde está a
Igreja, está Cristo”. Disto resulta a
lealdade que todo católico deve dedicar
ao Papa, observando com fidelidade suas sábias orientações e diretrizes para
toda a comunidade eclesial. Sua palavra deve ser acolhida com uma adesão
religiosa, fazendo ecoar por toda parte pela vivência de suas diretrizes a voz
que emana da cátedra petrina. Em nossos dias maravilhosa a polivalência com que
o Papa Francisco tem abordado os problemas atuais. Comunicador admirável não
hesita em escolher palavras e fórmulas num linguajar acessível que toca os
corações. Por vezes suas expressões são acompanhadas de humor ou de metáforas descomplicadas
que fazem a delícia da mídia e impressionam positivamente os fiéis. Quer nas
Missa ou nas audiências ou nos mais
diversos encontros no Vaticano ou em suas apostólicas viagens pelo mundo, sua
palavra clara, objetiva enleva os ouvintes.
Na primeira Missa que ele celebrou na Capela Sixtina afirmou: “Podemos edificar
muitas coisas, mas se não confessamos Jesus Cristo isto nada vale. Tornamo-nos
uma ONG humanitária, mas não a Igreja esposa do Senhor”. Na sua primeira
alocução por ocasião do “Angelus” alertou: “Deus não se cansa de nos perdoar,
se nós vamos a Ele com o coração contrito”.
Na Missa de inauguração de seu pontificado assim se expressou: “Não nos
esqueçamos jamais que o verdadeiro poder é o serviço e que o papa, ele também,
por exercer o poder deve entrar sempre mais no serviço que tem sua culminância
luminosa sobre a Cruz”. Numa de suas homilias na Casa Santa Marta declarou: “A
Igreja não pode ser uma baby-sitter que toma conta de uma
criança para que ela adormeça. Se assim fosse, seria uma Igreja entorpecida”.
Em outra homilia exaltou o júbilo que deve ter todo cristão: “A alegria é um
dom do Senhor. Não sejais como cristãos melancólicos que parecem pimenta com
vinagre, mas sede pessoas que são alegres e que têm uma vida saudável”. Grande
sua preocupação sobre a preservação do meio ambiente. Na primeira celebração
deste ano pediu o fim da indiferença que obstaculiza a solidariedade e que
a humanidade saia da falsa neutralidade que cria
obstáculos que impedem a partilha. Deus
o ilumine sempre. lhe dê coragem para enfrentar com sabedora os problemas
hodiernos e saibamos usufruir deste Ano da Misericórdia por ele promulgado.*
Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.
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