GOVERNO
PERDULÁRIO
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*, da Academia Mineira
de Letras.
Ao lado da
precariedade do sistema rodoviário brasileiro e de outros males que atingem a
população o grande tema do momento continua sendo o aumento dos impostos. O problema
é bem antigo. Em 1713 grande era a aflição que pairava nas Minas Gerais. Além
do imposto por bateia e dos impostos de indústrias e profissões, pagavam-se
diversas e não pequenas taxas como os direitos de entrada, incidindo em cargueiro de fazendas secas; cargueiro de
molhados; escravos; cabeça de gado, enfim em todas as atividades
coloniais. Uma consciência crítica resultou deste estado de coisas daí e a
revolta que se instalou fatalmente, fruto das resistências aos excessos da
fiscalização extorsiva. Sintomáticas foram as revoltas de 1720 na vila de
Pitangui, onde Domingos Rodrigues do Prado, paulista de Taubaté agitou o povo,
seduzindo-o para não pagar os quintos. Em junho daquele ano, em Vila Rica se levantou um
grande motim, pois entrou logo o povo a clamar contra as casas da fundição que
o Rei havia mandado estabelecer. A violência fluía natural deste contexto,
gerada pela própria ordem social e como negadora desta ordem. A violência
advinha assim quantidade de impostos. Reações violentas sempre se opuseram a
tal atitude governamental. As tensões
nas Minas promanavam da situação e a rebeldia surgia, manifestando-se
drasticamente. Tratava-se de uma questão de sobrevivência. Em 1755 o terremoto
de Lisboa acarretaria nova pressão sobre os colonos. Afirma Diogo de
Vasconcelos: “Em tempo algum o povo de Minas foi esmagado por um aparelho mais
brutal e caviloso”. Foram anos amargos de subsídio
voluntário para a reedificação daquela cidade. Em 1783 o fisco era
terrível. Na França, a indignação contra a gabelle, um
imposto sobre o sal, foi um dos fatores que contribuíram para a Revolução
Francesa, durante a qual os coletores de impostos foram mortos na guilhotina.
Saltando
no tempo até 2014, aí estão as contradições do Governo no que tange a arrancar
dinheiro da população, a qual vive denunciando a malversação do dinheiro
público
Surgem,
felizmente, novos defensores do povo, atualmente os corajosos democratas e eles
têm razão.
Houvesse
mais parcimônia nos gastos governamentais e, inclusive, menor seria a carga tributária que acaçapa a
cidadão.
O governo é perdulário, gasta
realmente mal. Há dias os jornais publicavam os gastos astronômicos do governo
do Maranhão com compras de alimentos e tudo pago com dinheiro do povo. Somas
fabulosas estão sendo gastas com estádios que se tornarão elefantes brancos.
Tudo isto é sumamente constrangedor. Eis porque a cidadania exige um apurado
senso crítico. É preciso estar o cidadão, sobretudo num ano eleitoral,
vigilante, protestando contra a corrupção. Ficar bem informado é a saudável
estratégia que blinda contra a influência maléfica dos mentirosos.
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