HOMILIA POR OCASIÃO DO CASAMENTO DE JULIANO E IVY NA IGREJA DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA, DIA 29 DE DEZEMBRO DE 2012.
Les grandes eaux ne peuvent éteindre l`amour et les fleuves ne le submergeraient pas.
Águas caudalosas não conseguem extinguir o amor nem arrastá-lo as grandes inundações (Cântico dos cânticos 8,7).
Poucas vezes este celebrante preside uma cerimônia como esta tão caracterizada pela uma marca internacional.
Aliás, o convite já indica isto e um telefonema, ainda neste mês de dezembro, vindo lá de Miame dos Estados Unidos, era do Juliano a fazer o convite para esta solenidade na qual ele se convolaria núpcias com Ivy que fez da França como que sua segunda pátria, lá onde aprofundou seus estudos, passando a cultuar a língua francesa que é a língua dos poetas, dos sábios, dos intelectuais. Razão pela qual as reflexões de hoje estarão embasadas em pensamentos profundos bem codificados nesta bela língua. Cumpre, porém, de plano observar que é o amor que conduziu ao Altar aqueles que se encontraram um dia nos caminhos da vida.
Prezados Juliano e Ivy,há uma grande complexidade no conceito de “encontro”
O homem de hoje mal sabe o que vem a ser propriamente encontro, apesar de todos os dias, a toda hora, estar submetido a eles.
No entanto há sempre algo de significativo no ato do encontro.
É como uma pedra que tomba na água e que produz visíveis círculos concêntricos na superfície do líquido e outros invisíveis nas profundeza e no ar.
Está repleto de segredos que vão do passado ao presente e até ao futuro os quais criam relações entre os seres racionais e mesmo com as coisas que estão em seu derredor.
Um dia houve um encontro entre vocês, Juliano e Ivy. Não foi no JSC ao qual pertenceu o Juliano, como soe acontecer com tantos jovens dos quais o Diretor Espiritual tem tido a honra de presidir casamentos em nome da Igreja.
Foi no COLUNI e isto mostrou que aí já estava um mensagem de vida para dois jovens idealistas, profundamente religiosos, e que percorreriam as estradas da sabedoria na Biologia e na Engenharia de Alimentos.
L`amour n`a pas meilleur ministre que l`occasion – O amor não tem melhor instrumento do que a ocasião e, desde o início, vocês perceberam que ocorreria o que dizia Marie de France: Ni vous sans moi et ni moi sans vous – nem eu sem você e nem você sem mim. Foi o que falou Antoine Bret era le premier soupir de l`amour – o primeiro suspiro do amor, Aliás, Disraeli discorreu sobre La magie du premier amour. Como explica Beaumarchais L´amour est le roman du coeur – o amor é o romance do coração.
Sabedores, porém, de que, como bem se expressou Alfred de Musset, on se badine pas avec l`amour – não se brinca com o amor, vocês levaram a sério o que um sentia pelo outro.
Tanto isto é verdade que contradisseram o provérbio francês loin des yeux, loin du coeur – longe dos olhos, longe do coração e apesar de terem que fazer seus estudos de pós-graduação em países diferentes nunca se sentiam longe um do outro.
Um encontro, porém, foi marcante na vida de ambos e se deu em Paris, como bem descreveu o Juliano num relato minucioso desta história de amor. Foi uma estadia na França que consolidou definitivamente os laços que uniam duas nobres almas. Como l`amour rend éloquent ceux qu´il anime - o amor torna eloqüente aqueles que ele anima, uma das passagens mais belas do referido texto juliano é exatamente sobre este encontro na França.
Hoje é o dia solene, quando o sacramento do matrimônio unirá para sempre duas vidas e as bênçãos divinas tornarão esta união inalterável: elles rendront cette union inaltérable e este casamento estará para sempre escrito no céu un mriage pour toujours écrit en ciel.
Preceituou Jesus: Ce que Dieu a uni, que l’homme ne le sépare pas – o que Deus uniu o homem não ouse separar (Mc 10 1-12). Para isto que vocês rezem sempre: “ Seigneur, permets-nous d’apprendre de toi le chemin, la vérité et la vie. Libère notre cœur de tout attachement à l’égoïsme” - Senhor, daí-nos aprender de vós o caminho, a verdade e a vida. Libertai nosso coração de todo e qualquer egoísmo”.
Nunca se recordam demais as palavras de São Paulo sobre o sacramento do matrimônio: " Ce mystère est grand, je veux dire qu'il concerne le Christ et l'Eglise " (Ep 5, 32) – Grande mistério é este, mas digo-o referendo-me a Cristo e à Igreja.
Assim como Cristo se sacrificou pela sua Igreja, do mesmo modo o marido se imola por sua esposa. Durante mais de dois mil anos a Igreja, a esposa mística do divino Redentor, vem proclamando suas grandezas, assim a esposa é por toda parte a glória de seu marido.
Que vocês sejam ótimos pais que saibam bem educar seus filhos, inoculando-lhes o respeito a Deus, pois diz o salmista que "La crainte [la révérence et l`adoration] de l'Éternel est le commencement de la sagesse" ( Ps 111.10) – a flor da sabedoria é o temor de Deus, ou seja, a reverência, a submissão ao Ser Supremo.
Então haverá uma família feliz porque assim alicerçada naqueles princípios religiosos que ambos herdaram e que transmitirão àqueles que serão seu tesouro mais precioso no qual se prologará o amor que os trouxe até o Altar.
Les grandes eaux ne peuvent éteindre l`amour et les fleuves ne le submergeraient pas.
Águas caudalosas não conseguem extinguir o amor nem arrastá-lo as grandes inundações (Cântico dos cânticos 8,7).
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