ORAÇÕES A MARIA E AOS SANTOS
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Está claro na Bíblia que em Deus “nós somos, nos movemos e existimos” (Atos 17,28). Isto explica bem a Comunhão dos Santos, ou seja, os que são peregrinos nesta terra, os que padecem no purgatório e os que se acham no céu. Deus é onipresente, onipotente, onisciente. Maria, os santos e anjos podem ouvir as orações, pois estão diante dele e a Ele apresentam nossas preces. Está no Livro do Apocalipse: “Veio outro anjo, e pôs-se junto ao altar, tendo um incensário de ouro; e foi-lhe dado muito incenso, para que o oferecesse com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro que está diante do trono. E da mão do anjo subiu diante de Deus a fumaça do incenso com as orações dos santos” (Ap 8,3-4). Lemos ainda no Apocalipse: “Logo que tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos. E cantavam um cântico novo, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo e nação; e para o nosso Deus os fizestes um reino de sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra" (Ap 5, 8-10). Porque estamos unidos a Deus, lá no céu os santos podem ouvir nossas orações, pois já estão perante o Ser Supremo que lhes revela as necessidades e as preces seus irmãos na terra. A Igreja ensina que “a maternidade de Maria, na economia da graça perdura ininterruptamente, a partir do consentimento dela na Anunciação. Por isso Ela é invocada como mãe, advogada, protetora, auxiliadora”. Sobre os santos a Igreja doutrina que “eles não deixam de interceder por nós ao Pai, apresentando os méritos que receberam na terra pelo único mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo”. Escreveu o Apóstolo São Paulo na Carta aos Romanos: “Estou convencido de que nem a morte nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente, nem o futuro, nem as potestades, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá nos separar do amor de Deus manifestado em Cristo Jesus , nosso Senhor” (Rm 8,38-39). A morte não nos separa do amor de Cristo nem dos irmãos, não rompe a comunhão entre os que estão com o Senhor, no céu, e nós, peregrinos aqui na terra. Em Deus, o Senhor de tudo, todos vivemos e permanecemos num consórcio vital. O fato de que, orando com confiança, muito se obtém de Maria, dos anjos e santos é também comprovado por aqueles que confiam nesta proteção e atestam as graças obtidas, deixando claro quão poderosa é a intercessão daqueles que foram invocados. Suas preces foram ouvidas e atendidas. É o exercício da solidariedade e da caridade que unem numa aliança profunda todos os membros do Povo de Deus aqui na terra e lá na Casa do Pai. * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.
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