01 “MARIA GUARDAVA TODAS ESTAS COISAS E
SOBRE ELAS REFLETIA EM SEU
CORAÇÃO”
(Lc 2,17)
Côn. José Geraldo Vidigal de
Carvalho*
Na primeira sexta-feira do ano de 2021
unidos à Santa Mãe de Deus, Maria, muitos fazem mais uma comunhão reparadora ao
Coração de Jesus, e todos começamos a caminhada através de um Ano Novo. A
narrativa do Evangelho sobre a ida dos pastores ao Presépio ressalta a
importância da Virgem Maria, Mãe de Jesus, a qual refletia no seu coração sobre
os fatos maravilhosos que se davam em derredor de seu divino filho recém-nascido
(Lc l2, 16,21). Contempla-se então uma fé confiante. É justamente após a
comunicação do anjo de que um Salvador lhes nascera, o Cristo Senhor, é que os
pastores se puseram apressadamente a caminho até o presépio. Contemplaram no
anjo o mensageiro de Deus e nele creram. Isto se deu porque havia neles uma abertura sobrenatural
que lhes permitia acolher aquilo que jamais eles teriam imaginado, ou seja, um
Redentor viera a este mundo. Isto na verdade tinha ocorrido na cidade de Davi
bem próximo deles. Sabiam perfeitamente que para Deus nada é impossível, mesmo
o inimaginável. Deste modo no raiar de um Ano Novo estes pastores nos ajudam a perseverar
em uma absoluta confiança em Deus, bem como Maria, cujo sim dado ao anjo da Anunciação
trouxera ao mundo o eterno amor, o filho de Deus, e cujo manto sagrado cobriria
de luz os que dessem idêntica adesão às mensagens divinas. Maria, como como
ressaltou São Lucas, guardava todas estas coisas e sobre elas refletia em seu
coração. Durante todo o amo de 2021 cumpre fazer a experiência do Salvador em
nossas vidas. Os pastores se puseram em marcha até onde se achava Menino. Não
basta confiar, é preciso agir de acordo com esta confiança e esta fé. Como bem
lembra célebre ditado: “Ajuda-te que o céu te ajudará”. É preciso fazer a experiência
deste Salvador na própria existência. Os pastores foram ao encontro de Menino
Deus e encorajam os fiéis a irem sempre à procura de Jesus, Maria e José, deles
nunca se afastando e junto deles encontrando as graças divinas. Por que vivia imersa nestas realidades
celestiais, analisando-as em seu coração, Maria irradiava por toda parte os esplendores
divinos. Eis porque então depois de encontrarem Jesus, os pastores voltaram,
glorificando e louvando a Deus por tudo que tinham visto e ouvido. Isto a nos convidar
a passar este novo Ano numa fé confiante e ardente, fazendo de cada dia uma realidade
marcada
pelo louvor divino, Uma vida bela, santa e luminosa. A cada hora deparando
motivos de uma sincera e vibrante glorificação à divindade, corações imersos na
luminosidade do Menino Deus salvador, vivendo em plenitude aa experiência da
salvação na qual estava mergulhada Maria. Total disponibilidade interior numa
disposição contínua, recolhida, humilde e atenta. Então estaremos aptos a implorar
a paz e misericórdia de Deus para o mundo tão conturbado no qual se vive no
presente contexto histórico, e haveremos de tornar isto uma faustosa realidade.
É de se notar que os pastores não se deixaram envolver por grandes questões
filosóficas ou teológicas, mas simplesmente acolheram as mensagens celestiais,
aproximando-se daquela que era a cheia de graças junto da qual depararam o
divino Redentor. Àquele menino, como registrou ainda São Lucas, completados os
oito dias para sua circuncisão, lhe foi posto o nome de Jesus como lhe tinha
sido dado pelo anjo antes que nascesse. A exemplo de Maria, José e os pastores
saibamos acolher plenamente a palavra de Deus, vivendo-a profundamente em todo
o decorrer de 2021 sempre maleáveis à ação do influxo divino. Lembremo-nos sempre que a fé, a esperança e a caridade são os anjos que
indicam o crepúsculo seguido
duma aurora sempre rósea e ridente. Estas
virtudes não são negada a dor alguma, não recusam pousar no leito de
qualquer que seja o doente, de acariciar com sua asa benéfica a fronte de todo
aquele que se sentir infeliz com as provações que por certo virão durante 2021.
Com a graça divina todas as tribulações poderão ser vencidas. Grande feitos poderão marcar este Ano Novo.
Lembremo-nos de que a vida do autêntico cristão não deve ser um campo imenso,
mas deserto; uma árvore grande, mas infrutífera; um dia longo de inverno, mas
sem sol. A exemplo de Maria, guardemos todas estas verdades e sobre elas reflitamos
em nossos corações. * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.
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