segunda-feira, 17 de agosto de 2020

PEDRO CONFESSSA A MESSIANIDADE E A DIVINDADE DE JESUS

 

PEDRO CONFESSA A MESSIANIDADE E A DIVINDADE DE JESUS

Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*

Fato marcante na trajetória de Jesus neste mundo foi o ato de fé de Pedro (Mt, 13-20). O Mestre divino passa a instruir aqueles que Ele escolhera como apóstolos, preparando-os também para receber a sua paixão, morte e ressurreição. Sua indagação foi profundamente pedagógica: “Quem dizem os homens que é o Filho do homem?”. Pela primeira resposta ficou claro que havia várias opiniões. Muitos O comparando com personagens já conhecidos. Pedro, porém, ao afirmar categoricamente que Jesus era o Filho de Deus mereceu o elogio de Cristo, dado que isto lhe fora revelado pelo Pai que está no céu. Estava, portanto se abrindo à boa nova que Ele trouxera do seio da Trindade Santa. Diante da abertura de Pedro a esta verdade extraordinária Jesus afirma que ele Pedro era a pedra sobre a qual Ele edificaria sua Igreja. Grande honra para quem era pecador e pescador, mas que na escola de Cristo consolidaria sua crença na messianidade e divindade do Messias prometido. Pedro era a pedra angular, de fundação e sobre ela os cristãos seriam pedras vivas inseridas na construção divina, a Igreja de Jesus, e que estariam sempre fascinados pela sua grandeza. Eis aí o papel dos cristãos através dos tempos, ou seja, irradiar por toda parte a luminosidade de Cristo, o Salvador. Como São Pedro todos, porém, sempre atentos às mensagens traçadas por Aquele que é a Verdade e a Vida. Isto é compreender plenamente a própria missão de cada um dentro da Igreja, onde quer que se esteja. Deste modo, o batizado se torna uma bênção para toda a sociedade. È que assim os exemplos, as palavras, os gestos do cristão se tornam consistentes, farol a iluminar, caminho a trilhar. Deste modo se age contra a imprevisibilidade, o caos e a incerteza das horas, dos meses e dos anos. Aos apóstolos Jesus transmitiu diretamente sua maneira de ser, de viver, de se comportar para se estar ligado ao mistério de Deus. São Pedro foi aquele que ultrapassou “a carne e o sangue”, reconhecendo ser Jesus Filho de Deus, o prometido do Pai, recebendo-O integralmente com todos os seus dons. Então, sim, o batizado se torna capaz de difundir a Boa Nova por toda parte. De discípulo cumpre se tornar um apóstolo do Senhor Jesus. Deve-se sempre acentuar que a grandeza com a qual Cristo revestiu Pedro neste episódio não foi um posto de poder, mas de serviço. A missão de Pedro e dos doze Apóstolos seria a de abrir as portas do céu para todos. Entretanto, o papel de Pedro era bem o símbolo da unidade da Igreja: “Tu és Pedro e sobre esta pedra eu edificarei a minha igreja”. A ele todos os cristãos estariam unidos. A unidade é importante porque é comunitariamente que os cristãos participam da vida do Reino, sendo o “povo de Deus” como o Concilio Vaticano II definiu a Igreja. Fora desta unidade surgem a atrofia da fé e seu desaparecimento. Unidos a Pedro é que se pratica a justiça, a fraternidade, a hospitalidade, o respeito aos outros. Daí é que surgem os promotores da paz, da não violência, da tolerância mútua. Donde também a consistência da fidelidade às exigências e ensinamentos do Evangelho. O importante na vida do cristão é não apenas acreditar, mas também ser acreditável, ou seja, suas obras correspondendo sempre ao que ele acredita. É isto inclusive que será cobrado de cada um ao chegar ao julgamento divino após sua morte. O cristianismo oferece uma grande esperança, mas estaabelece normss evangélicas postas pelo seu Fundador e pregadas por Pedro e os demais apóstolos. A questão essencial levantada por Cristo, isto é, “quem dizem os homens que é o Filho do homem”, determinará o tipo de cristão que cada um de fato é, foi e será. O importante é o lugar que Jesus ocupa na existência de seu seguidor, marcando seu coração e sua inteligência. É Jesus quem deve ter prioridade dentro do espírito do fiel e não os agentes dos meios de comunicação social que erroneamente tantas vezes se tornam os mestres daquele que diz crer no Filho de Deus. Neste caso, portanto, “a carne e o sangue” tendo a primazia. Bem-aventurado, porém, somente aquele que com Pedro faz corretamente seu ato de fé, pois este é quem segue a revelação do Pai. Os homens não devem jamais dizer a última palavra sobre o que Jesus ensinou, pois os conceitos humanos não fazem outra coisa senão desfigurar a grandeza da doutrina do divino Salvador. * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

 

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