quinta-feira, 28 de junho de 2018
NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO SOCORRO
NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO SOCORRO
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Nossa Senhora do Perpétuo Socorro é um título conferido a Maria, mãe de Jesus, representada em um ícone de estilo bizantino. Trata-se de um ícone notável, venerado desde 1865 em Roma, na Igreja de Santo Afonso de Ligório, dos redentoristas, na Via Merulana. Tendo vindo da ilha de Creta e estado antes na Igreja de S. Mateus, igualmente em Roma, onde tinha sido solenemente entronizado no ano de 1499. O ícone é uma variante do tipo hodigítria cuja representação clássica é Maria em posição frontal, num braço ela trás Jesus que abençoa e, com o outro, O aponta para quem observa o quadro. Este gesto alude à frase “É Ele o caminho”. Na representação os arcanjos Gabriel (manto lilás) e Miguel (manto verde), na parte superior, de um lado e do outro de Maria, apresentam os instrumentos da paixão. Um dos arcanjos segura a cruz e os cravos que perfuraram os pés e as mãos de Cristo e o outro a lança e a cana com uma esponja na ponta ensopada de vinagre. Ao ver estes instrumentos, o menino se assusta e agarra-se à mãe, enquanto uma sandália lhe cai do pé. Na Igreja ortodoxa é conhecida como Mãe de Deus, ou ainda, a Virgem da Paixão. A devoção, no Ocidente a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro deve-se à ação dos Missionários Redentoristas que difundiram esta prática religiosa por onde passaram. Relembra a Virgem Maria como socorro dos cristãos nas horas de necessidade e sofrimento. Maria é, realmente, o Perpétuo Socorro de seus devotos. Por tudo que padeceu em sua existência é o amparo em todas as circunstâncias. A vida humana é, realmente, quer queiramos ou não, pontilhada de amarguras. Estas visitam o ser mortal a cada passo e, muitas vezes, deixam sequelas profundas. Umas decorrem de fora, outras são inatas à finitude ontológica do ser humano. As primeiras ocorrem ao ensejo do falecimento de entes queridos, das atitudes maldosas do próximo, das injunções conjunturais a envolverem quem labuta neste exílio terreno. Possuem matizes variados e são detonadoras de outras tribulações. As causas internas podem gerar moléstias orgânicas, estados mórbidos psíquicos, depressões. A capitulação às insídias diabólicas por força da inclinação ao mal, fruto do pecado original, às vezes colocam as consciências em frangalhos imprevisíveis. Os mais variados problemas surgem continuamente aumentando a ansiedade. Adite-se que não é fácil cada um conviver consigo mesmo. O Livro do Eclesiástico retrata bem esta situação existencial do homem: "Vi tudo que se faz debaixo do sol e vi que tudo era vaidade e a aflição do espírito” (Ecl 1,14). Tudo isto, porém, faz parte do processo soteriológico pessoal. Se é verdade que por vezes, a angustia humana pode ser evitada, porque ocasionada pela própria pessoa, por suas imprudências e erros individuais, em outras ocasiões Deus as permite como oportunidades magníficas de aprimoramento espiritual. Os textos bíblicos revelam que se conturba o ânimo diante de uma situação difícil, perante osbstáculos que vão aparecendo. Surge então o temor, a perplexidade. O termo grego stenocoria significa estar mergulhado em miserabilíssima apreensão. É um estado de desolação que aflige quem nele se acha. Na velhice, sobretudo, o campo esta franqueado a todo tipo de situações penosas. Ora, se assim é, Maria que tanto sofreu, juntamente com Jesus, sabe melhor do que ninguém o amargor da lágrima de cada um, a acerbidade do mal que atanaza o espírito e o corpo, a agrura do sofrer, a mágoa que fere, o tormento que aflige. Ela esteve ao lado do seu divino Filho sofredor, viveu os transes de sua Paixão e Morte. Padeceu com tudo isto e, deste modo, está apta para vir em socorro de todo aquele que sofre. Ela sabe e pode ajudar os seus devotos e porque muito os ama não os desampara. O papa São João Paulo II mostrou o fundamento desta sublime realidade: “Era deste amor misericordioso, precisamente, o qual se manifesta, sobretudo, em contato com o mal moral e físico, que participava de modo singular e excepcional o coração daquela que foi a Mãe do Crucificado e do Ressuscitado. Sim, Maria Santíssima participava de tal amor, e nela e por meio dela o mesmo amor não cessa de revelar-se na história da Igreja e da humanidade. Esta revelação é particularmente frutuosa, porque se funda, tratando-se da Mãe de Deus, na singular percepção do seu coração materno, na sua sensibilidade particular, na sua especial capacidade para atingir todos aqueles que aceitam mais facilmente o amor misericordioso da parte de uma mãe”. De fato Nossa Senhora do Perpétuo Socorro está sempre atenta às necessidade de seus filhos, Ela consola, conforta e ampara. Assim sendo, nada melhor do que a venerar e implorá-la, sobretudo, no dia 27 de junho a ela, especialmente, consagrado. * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.
ORAÇÃO A NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO SOCORRO
Ó Mãe do Perpétuo Socorro, nós vos suplicamos, com toda a força do nosso coração, amparar a cada um de nós em Vosso colo materno, nos momentos de insegurança e sofrimento. Que o Vosso olhar esteja sempre atento, para não nos deixar cair em tentação e, que em vosso silêncio, aprendamos a aquietar nosso coração e fazer a vontade do Pai. Intercedei junto a Ele pela paz no mundo e por nossas famílias. Abençoai todos os Vossos filhos e filhas enfermos. Iluminai nossos governantes e representantes para que sejam sempre servidores do grande povo de Deus. Concedei-nos, ainda, muitas e santas vocações religiosas, sacerdotais e missionárias para a maior difusão do Reino de Vosso Filho Jesus Cristo. Enfim, derramei no coração dos Vossos filhos e filhas a Vossa bênção de amor e misericórdia. Sede sempre o nosso Perpétuo Socorro na vida e, principalmente na hora da morte. Amém.
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