sexta-feira, 20 de maio de 2016

A inquietude do brsileiro

A INQUIETUDE DO BRASILEIRO
                                                           Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho, da Academia Mineira de Letras
A inquietude que se apossa do cidadão brasileiro tem uma raiz ontológica profunda. Com efeito, reina o primado das coisas materiais sobre a pessoa humana. A corrupção que se instalou endemicamente nos meios governamentais, de forma irretorquível,
patenteia a divinização da riqueza e o desprezo para com a dignidade do ser humano. Este se vê imerso numa sociedade na qual prevalece o interesse pessoal de alguns em detrimento da maioria.  Os meios mais condenáveis são empregados para o proveito de  poucos, enquanto a grande parte da população  jaz na miséria, sufocada numa estrutura econômica desumana. Isto não apenas por causa dos desvios de somas fabulosas e processos condenáveis que afundaram o Brasil numa calamidade nunca vista em sua história, mas também pela incompetência de governantes que se agarraram ao poder e não reconhecem sua incapacidade gerencial.
Diante deste quadro lamentável, resoluções decisivas se fizeram necessárias e medidas foram adotadas democraticamente. O termo golpe então foi cunhado  por forças das tensões dos que olham a própria vantagem e não o bem da República. A vida dos brasileiros está, de fato, a exigir medidas imediatas operadas por um corpo técnico competente. São necessários programas  que tenham como ponto de partida a ideia da justiça que impede as deformações que tantos males causam ao cidadão de hoje. É preciso varrer definitivamente  as forças negativas que tendem a predominar sobre  a autêntica justiça A ânsia de se apossar dos bens que a todos pertencem gera a corrupção com todas as suas consequências funestas. A corrupção aniquila a sociedade. Entretanto, os que lutam pela justiça no Brasil necessitam mentalizar que  é preciso recorrer às forças bem mais profundas da grandeza humana que condicionam a própria ordem justa. Trata-se  do verdadeiro humanismo alicerçado no amor social que plasma a vida humana nas suas várias dimensões. Uma cultura moral cumpre seja implementada a qual impedirá, por causa do bem comum, que se extirpe da vida política o verbo furtar, para que a própria justiça não seja obrigada a exigir a devolução aos cofres públicos das verbas astronômicas que foram desviadas. O permissivíssimo ético atinge, sobretudo, o setor mais sensível da sociedade e torna insuportável  a convivência humana. Aí está a razão dos mais bárbaros crimes que se cometem por toda parte neste país. . É o fenômeno  terrível da desumanização. Com “ordem e progresso”, lema sagrado da bandeira nacional, os verdadeiros patriotas hão de colocar o país nos rumos certos e a inquietude reinante desaparecerá e tempos melhores virão. Não se dará mais a crise da verdade nas relações dos brasileiros entre si e a responsabilidade imperará. Teremos  sempre  políticos  que não terão  uma visão puramente utilitária pessoal daquilo que pertence a todos.



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