GRATIAS AGIMUS TIBI, DOMINE
Nós vos redemos graças, ó Senhor!
Oração gratulatória proferida pelo Cônego José Geraldo Vidigal de Carvalho dia 23 de dezembro de 2012, no Santuário Santa Rita de Cássia em Viçosa. ao ensejo do Jubileu de Ouro Sacerdotal do Pe. José Eudes de Carvalho Araújo.
Exórdio
O jubileu sacerdotal é apenas uma etapa de luz numa caminhada juncada de vitórias.
A ordenação de um padre é sempre um triunfo para a Religião de Jesus Cristo, porque a perpetuidade da Igreja está identificada com este fato grandioso.
É só no interesse do Evangelho que o Espírito Santo através dos bispos ordena mestres defensores do rebanho do divino Redentor, propagadores da Boa Nova trazida pelo Filho de Deus a esta terra.
A grandeza do sacerdócio nunca é demais proclamada.
A apologia do importantíssimo ministério presbiteral cumpre seja sempre apregoada .
Entretanto, o que é um padre com relação à humanidade em geral se pode resumir nesta proposição sublime, sempre repetida com emoção: Sacerdos alter Christus.
O Papa Bento XVI recentemente explicou com rara clarividência o significado desta assertiva: “O presbítero é servo de Cristo, no sentido que a sua existência, ontologicamente configurada com Cristo, adquire uma índole essencialmente relacional: ele vive em Cristo, por Cristo e com Cristo na missão de salvar almas. É então precisamente porque pertence a Cristo, o presbítero encontra-se radicalmente ao serviço dos homens: é ministro da sua salvação, nesta progressiva assunção da vontade de Cristo, na oração, no “estar coração a coração” com Ele” (1) .
De fato, o padre é por excelência o pregador do Verbo Encarnado, através do exercício de cargos ou funções ad gloriam Dei et bonum animarum – para glória de Deus e bem das almas.
Hoje aqui nos reunimos junto ao Altar num hino de Ação de Graças, momento sublime da Eucaristia para celebrar cinqüenta anos vividos em função deste maravilhoso ideal.
No glorioso Santuário Santa Rita de Cássia, que tem sido palco de tantos eventos significativos, há 50 anos, era ordenado mais um sacerdote viçosense pelas mãos do Arcebispo Dom Oscar de Oliveira.
O jubileu áureo sacerdotal
O perfil, a têmpera, a estatura e o caráter deste sacerdote, Pe. José Eudes de Carvalho Araújo, neste seu jubileu áureo sacerdotal, sob qualquer ângulo de sua gloriosa existência, necessariamente, hão de centrar sempre no modo como tem vivido o seu sacerdócio. Aliás, ele sempre afirma por toda parte, com rara convicção, que sua vocação foi ser padre e que muito se rejubila com este chamado de Deus.
Aí a fonte inspiradora, a força motriz, criadora e propulsora de seus notáveis empreendimentos, impregnados de sentimentos de amor à Igreja e a suas ovelhas.
Daí, outrossim, uma fé profunda que ele irradia por toda parte
Notabilíssimo Pároco
Embora ostente uma atividade polimorfa, entre tantos títulos e feitos, o timbre de sua carreira é ter sido sempre um notabilíssimo Pároco, estando marcado seu apostolado com suas atividades em Barbacena na Paróquia de Santo Antônio.
Deste santo hauriu sempre não só uma grande proteção, como também os exemplos magníficos, encarnando no seu ministério todas as virtudes, toda sabedoria do famoso taumaturgo de Pádua.
Quando a 42 anos foi criada a nova Paróquia barbacenense, desmembrada da Paróquia de São Sebastião, após trabalhar sete anos com o Pe. Hilário da Motta Barros na Paróquia de São José Operário, o Pe. José Eudes aceitou o desafio de organizar a novel circunscrição eclesiástica.
Nos sete anos anteriores ele participou ativamente do primeiro jubileu de São José, da elevação da Basílica a Santuário.
A quatro décadas atrás o jovem Pe. José Eudes foi então parar num bairro distante do centro e no primeiro ofício do Livro do Tombo está registrado o pedido à prefeitura de abertura de uma avenida para o Alto do Santo Antônio. Graças a seu empenho as máquinas foram cedidas pela Aeronáutica e, assim, o antigo Alto do Cangalheiro foi inteiramente integrado à cidade.
Habilidoso no trato com os políticos e os fiéis, o Pe. José Eudes teve sempre o apoio de todos os prefeitos e da comunidade.
Certo de que as ações valem mais do que as palavras, ele se tornou um pioneiro, revelando-se supervisor, urbanista e, sobretudo, formando uma comunidade católica bem dentro do ideal cristão: “Um por todos, todos por um”, como aconteceu no início da História da Igreja, quando, segundo o Livro dos Atos dos Apóstolos, a multidão dos que acreditavam possuía um só coração e uma só alma - “ cor unum et anima una” (2)
O profícuo trabalho de evangelização, numa sábia abertura aos métodos mais atualizados e eficientes de apostolado, foi transformando a Paróquia de Santo Antônio numa das jóias da Arquidiocese de Mariana.
Território imenso, compreendendo inicialmente não apenas a sede, mas também Caminho Novo, Santa Efigênia, Novo Horizonte, Água Santa, Guarani, Greenville e Cabeça Branca.
Todas estas Capelas objeto do desvelo de um Cura d`Ars dos tempos hodiernos e de um novo Santo Antônio, pois ele parece ter também o dom da ubiquidade, fazendo-se onipresente em todo a vasta região a ele confiada.
Uma onipresença manancial de luzes, consolo para os aflitos, de orientação para as famílias, de estímulo para a juventude.
Com rara perspicácia, o Pe. José Eudes procurou sempre captar a identidade de cada setor e isto numa flexibilidade de atuações sempre adaptadas às necessidades específicas das diversas comunidades.
No calendário de festas da Paróquia de Santo Antônio, além das solenidades tradicionais, passou a promover o encontro anual dos motociclistas, os quais primam pelo respeito e amor à vida, refletido isto no baixo índice de acidentes entre os orientados pelo zeloso sacerdote, com comprovam as estatísticas,
Acrescente-se o Festival de Música Católica por ocasião da festa de Santo Antônio, com grande repercussão em toda as cidades vizinhas, inclusive em Juiz de Fora.
Criou a Paróquia São Pedro que foi sendo preparada através de uma profícua e esclarecida pastoral, dividindo assim a vasta área sob sua juristidção
Como radialista, apreciadíssimo seu Programa Social Educativo pela Rádio Correio da Serra de Barbacena
Tornou-se por tudo isto um dos grandes Apóstolos da região da Mantiqueira, tendo recebido o título de Cidadão Honorário de Barbacena.
Este seu jubileu sacerdotal já foi solenemente festejado naquela cidade, inclusive de modo particular no Santuário de São José Operário e, evidentemente, sobretudo na Paróquia de Santo Antônio.
É que o lema do Pe. José Eudes tem sido as palavras de Cristo: “Não vim para ser servido, mas para servir” (3).
Cultura a serviço do Evangelho
Apesar de tudo isto, com segura imponência moral e intelectual , o Pe.José Eudes abriu caminho para o magistério como outra forte opção espiritual de ser útil também através do ensino e levado pelo empenho de formar aqueles que se tornam líderes na sociedade, exercendo, no bom sentido do termo, a pastoral das elites por vezes tão descurada. Tornou-se um exímio professor de Organização Social e Política Brasileira, Língua Pátria, Cultura Religiosa, Filosofia, Pedagogia e Moral e Cívica
Para colocar ainda mais seus dons intelectuais a serviço do próximo se entregou ao aprimoramento sistematizado da cultura do cientista do Direito, sendo Bacharel em Ciências Jurídicas. O Direito se tornou para ele também uma religiosidade da ação caritativa, um instrumento capaz de traduzir socialmente em bens de vida e de liberdade as aspirações mais altas do ser humano.
Além disto, fez Cursos de Especialização em Psicologia, Psiquiatria, Liderança Social e Curso de Capelães no Centro de Instrução Especializada da Aeronáutica no Rio de Janeiro.
Servido por uma inteligência vigorosa e arguta, por um imenso zelo apostólico, Pe. José Eudes se dedicou também à atividade de Capelão da Aeronáutica em Barbacena. Está Registrado no Diário Oficial da União (DOU) do dia primeiro de setembro de 1986, por sinal data de seu aniversário: “No 751 - Promover, no Quadro de Oficiais Capelães do Corpo de Oficiais da Ativa da Aeronáutica, ao posto de Capitão, por antigüidade, o Primeiro-Tenente JOSE EUDES DE CARVALHO ARAUJO”. Posteriormente, nosso homenageado foi elevado ao posto de Major no qual se aposentou como Tenente-Coronel.
Adite-se que o Pe. José Eudes é Membro fundador da Academia Mantiqueira de Estudos Filosóficos; Membro da Academia Barbacenense de Letras.
Foi o Primeiro Coordenador de Pastoral da Região Sul da Arquidiocese de Mariana e exerceu também, com enorme eficiência, os cargos de Representante do Presbitério de Mariana, de Coordenador Arquidiocesano de Pastoral; de Vigário Forâneo de Barbacena.
Como Assistente Eclesiástico da Ação Católica foi responsável pelo Encontro Nacional da JUC EM 1966.
Nesta ocasião, mais destemido do que São Sebastião perante o Imperador Diocleciano, destemidamente impediu que tropas Militares invadissem e prendessem os mais de 300 universitários ali presentes, reunidos no Colégio da Borda do Campo, em Antônio Carlos.
Atividades internacionais
Nestes cinquenta anos de padre um momento marcante na vida do Pe. José Eudes foi também a audiência especial que teve com o diplomata Miguel d`Escoto Brockmann na sede de ONU em Nova York Esta entrevista revela bem a mentalidade aberta do homenageado de hoje.
Estava este diplomata nicaragüense, como Presidente da Assembléia Geral das Nações Unidas. A conversa com ele durou mais de duas horas, inclusive tendo sido modificado o horário de uma das reuniões do Presidente que priorizou o colóquio com este sacerdote marianense.
Foi-lhe também permitido ir à Sala de Reuniões do Conselho de Segurança e uma visita ao Parlatório da ONU.
Percorreu inúmeras regiões dos Estados Unidos, inclusive com uma visita à Universidade Havard.
Aliás seja dito que, como filho dedicado, acompanhou seus pais dr. Octávio Silva Araújo e Maria de Carvalho Jannotti Araújo numa viagem à Terra Santa e a vários países da Europa, sendo para eles muito significativa a ida a Lisieux pela profunda devoção que sempre ostentaram a Santa Terezinha do Menino Jesus.
Ligações com grandes autoridades
Não menos importantes foram as tertúlias que o Pe. José Eudes teve com D. Clemente Isnard, beneditino, Bispo da Diocese de Nova Friburgo, o qual depois de 30 anos de episcopado, como bispo emérito, foi morar no Mosteiro do Rio de Janeiro. Aí viveu de 1992 até seu falecimento em agosto do ano passado. Inúmeras as visitas que recebeu do Pe. José Eudes, o qual era intimado por ele a ir vê-lo sempre que fosse descansar no seu apartamento em Copacabana.
Discutiam sobre os problemas da Igreja no Brasil no mundo e o Pe. José Eudes recebeu do notável antístite idéias fulgurantes para seu apostolado em Barbacena.
Adite-se que o nosso homenageado de hoje tem sido conselheiro de Núncios e Arcebispos notáveis, tendo inclusive hospedado o Núncio Apóstólico D. Carlo Furno na Residência Paroquial de Santo Antônio.
Recebeu do Arcebispo Dom Oscar de Oliveira várias incumbências jurídicas que executou com rara competência, colocando em prática o princípio de que o legislador deve se ater ao essencial sem se perder em digressões inúteis que afetam o cumprimento das determinações em pauta.
Peroração
Por tudo isto se regozija hoje a Cidade de Viçosa e, em particular, as famílias Silva, Araújo, Lopes e Carvalho que tem dado tantos padres à Igreja, como os já falecidos Pe. José Silvério Carvalho Araújo; Pe Pedro Lopes da Silva; Cônego Francisco Lopes da Silva Reis, mais conhecido como Pe. Chiquinho, cujo túmulo aqui em Viçosa tem sido tão visitado e diante do qual se têm obtido inúmeras graças por sua intercessão junto de Deus.
Um jubileu como este vem então mostrar como é maravilhoso ser padre.
É toda uma vida que culmina e encontra sua misteriosa e universal fecundidade, devido a um grande amor que tudo entrega a Deus, doando-se a si mesmo pelas almas.
O júbilo fundamental que se acha na vida de um padre é estar continuamente com Cristo, cuja predileção faz as delícias do sacerdote.
Como bem se expressou São Paulo, o padre é o embaixador do divino Redentor (4). É o mediador entre Deus e os homens, fazendo chegar ao trono da divindade as preces dos fiéis e lhes trazendo a resposta do Criador.
Semeador da palavra de Deus, o padre prega, orienta, abençoa e conduz os que se transviam de volta à amizade do Ser Supremo.
É o guardião da ortodoxia.
É o pastor encarregado de proteger e de salvar o rebanho de Cristo.
Como médico das almas sana as chagas feitas pelo pecado e lhes restitui a vida da graça santificante.
O padre, homem como os outros, nada tem de que possa se envaidecer, uma vez que o poder que possui lhe vem de Deus e não lhe foi dado para satisfazer a sua presunção, mas para a felicidade de todos, transmitindo-lhes as bênçãos celestiais.
Vive então o que falou São Paulo: “Eu plantei, Apollo regou, mas só Deus dá o crescimento. Portanto aquele que planta nada vale, nem aquele que rega, mas Deus que faz germinar e crescer” (5).
O padre está, assim, convencido de que é um simples intermediário e que apenas Deus confere a graça e a salvação.
Que destino formidável, porém, ser o instrumento da glória de Deus!
Função que reveste de uma dignidade especial a quem é tirado do meio dos homens para o serviço do Altar e para ser um ícone de Deus junto dos fiéis
O padre, portador da revelação de Deus, é sinal vivo de uma teofania contínua que é atualizada em cada Missa celebrada em união com a Igreja peregrina neste mundo, padecente no Purgatório e gloriosa nos céus na vivência plena da comunhão dos santos.
O sacerdote é o suporte de tudo isto, fazendo como que descer junto do Altar o Reino dos céus o qual aí se torna presente.
Graças ao padre, Cristo se faz contemporâneo de todas as gerações.
O padre é deste modo o canal essencial para a transmissão dos frutos salvíficos do Gólgota.
Segundo São João Maria Vianney, o Cura d Ars, “o Sacerdote é o amor do Coração de Jesus” (6).
É que o Padre desvenda, na alheta de Cristo, o desígnio do amor do Pai.
Este amor se caracteriza pela gratuidade e pela universalidade. Com efeito, o sacerdote distribui as graças divinas e ama todas as almas por serem destinadas ao céu.
Pelos sacramentos se torna a testemunha da ternura e da misericórdia de Deus. Por isto ele é por excelência um consagrado ao Ser Supremo.
É que há algo extraordinário no sacerdócio, ou seja, o Onipotente, Ens a Se, Ispsum esse subsistens, Aquele no qual a essência se confunde com a existência, o Todo-Poderoso, se confia a pobres seres humanos para, através deles, agir na sociedade abrindo as portas da eternidade feliz.
É esta atitude audaciosa do Criador que faz a grandeza do padre, detentor de poderes sublimes.
Quando então contemplamos tudo isto vivido profundamente durante 50 anos, o júbilo se apossa de cada um de nós e ao rendermos graças ao Senhor por uma existência tão digna de louvores, agradecemos também ao Pe. José Eudes de Carvalho Araújo por tudo que tem feito pela causa do Evangelho, colaborando generosamente na missão da Igreja.
Entretanto, como outrora o anjo ao profeta Elias tal a mensagem final desta Oração gratulatória: “Grandis enim vobis restat via”– resta-vos ainda um longo caminho (7) .
São milhares de almas que estão à espera do desdobramento de todas estas portentosas atividades, sequiosas, também elas, de receberem as benesses divinas durante multos multosque annos.
Tudo isto para glorificação da Igreja , para honra de Barbacena e de Viçosa que se ufanam de todas estas magníficas realizações.
Então erguemos o hino gratulatório até o trono de Deus, comemorando este jubileu que ultrapassa os lindes terrenos e repercute na Jerusalém celeste .
Gratias agimus tibi, Domine – Nós vos damos graças, Senhor, porque destes à Igreja um padre como José Eudes de Carvalho Araújo, glória do sacerdócio de Jesus Cristo!
Sacerdote que ostenta profundas qualidades humanas e as raras intuições da vida. Um puritano do dever e um paladino da evangelização, um luzeiro intenso da caridade e um exemplar famoso da virtude.
Sacerdote inteligente e ativo, brioso e íntegro, de crenças extremadas, dotado de uma perseverança inquebrantável e de um zelo apostólico e abrasador.
50 anos de um apostolado intenso a mostrarem todas as decorações do mérito, esmaltando-lhe a vida os mais luminosos eflúvios do trabalho que são as mais finas jóias da santidade.
Meio século que abrilhanta uma existência que se fez um farol para inúmeros corações por ser este sacerdote abertamente altruísta, revestido dos nimbos do ideal preconizado por Pio XII, ou seja, ele tem sido sempre sadiamente moderno (8).
Jubileu áureo que pindariza um dos mais notáveis membros do clero marianense, despertando as mais gratas esperanças no porvir sempre glorioso da Igreja católica.
Eis porque nós vos damos graças, Senhor - Gratias agimus tibi, Domine!
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NOTAS
1 BENTO XVI, Audiência geral, Praça de São Pedro, Quarta-feira, 24 de Junho de 2009
2 Atos 4,32
3 Mc 10,45
4 2 Cor 5,20
5 1 Cor 3,7.
7 3 Reis 19,7
8 PIO XII, Exortação apostólica MENTI NOSTRAE
From Wikipedia, the free encyclopedia FONTES
S. Jean Chrysostome, Sur le sacerdoce, VI, 4, SC 272, 317
Diário Oficial da União (DOU) de 01/09/1986, Pg. 36. Seção 2.
wikipedia.org/wiki/Miguel_d'Escoto_Brockmann
wikipedia.org/wiki/Basílica_de_São_José_Operário
radiocatedraljf.com.br/.abertas-inscricoes-para-o 1° Festival de Música Católica de Santo Antônio
CONSTRUINDO, informativo da Paróquia de Santo Antônio. Barbacena.
ENTREVISTA do Pe. José Eudes de Carvalho Araújo ao jornal SEMEANDO, Paróquia de Santa Rita de Cássia, Viçosa, Ano XIII, n.154, p.4.
Informações fornecidas também pelo Dr. Lúcio Octávio de Carvalho Araújo