domingo, 23 de setembro de 2012

Consagração ao Coração de Jesus

            CONSAGRAÇÃO AO CORAÇÃO DE JESUS
            Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Entendida de maneira correta, preparada e vivida, a consagração pessoal ao Sagrado Coração de Jesus é um elemento útil, eficaz para a  própria santificação. Esta consagração é um meio  para cooperar ainda mais na  obra do Espírito Santo. É, realmente, um ato de dileção ao divino Redentor. Revela a intenção de viver inteiramente tudo que o Mestre divino ensinou e deseja de cada um. Auxilia, deste modo, o desenvolvimento espiritual e leva o seguidor de Cristo a ser mais fiel no cumprimento dos deveres de cada dia. Tudo é realizado por amor a Jesus e isto leva à prática das virtudes, pois, arraiga a fé, aumenta a esperança, intensifica a caridade, aumenta a humildade, dilata o espírito de renúncia aos prazeres mundanos contrários à vontade de Deus. Oferece, além dito, serenidade interior e leva a um apostolado esclarecido para atrair os outros para o caminho do bem. A consagração ao Coração de Jesus deve ser um ato sincero, uma oferta generosa que leve a uma dependência generosa de pensamento e vontade para com Jesus. Eis o ato de consagração de Santa Margarida Maria de Alacoque: “Eu (o seu nome), Vos dou e consagro, oh Sagrado Coração de Jesus Cristo, a minha vida, as minhas ações, penas e sofrimentos, para não querer mais servir-me de nenhuma parte do meu ser, senão para Vos honrar, amar e glorificar. É esta a minha vontade irrevogável: ser todo Vosso e tudo fazer por Vosso amor, renunciando de todo o meu coração a tudo quanto Vos possa desagradar. Tomo-Vos, pois, ó Sagrado Coração como protetor da minha existência, segurança da minha salvação, remédio da minha fragilidade e da minha inconstância, reparador de todas as imperfeições da minha vida e meu asilo seguro na hora da morte.Sede, ó Coração de bondade, a minha justificação diante de Deus, Vosso Pai, para que desvie de mim a Sua justa cólera.Ó Coração de amor, deposito toda a minha confiança em Vós, pois tudo temo de minha malícia e de minha fraqueza, mas tudo espero de Vossa bondade! Extingui em mim tudo o que possa desagradar-Vos ou que se oponha à Vossa vontade. Seja o Vosso puro amor tão profundamente impresso em meu coração, que jamais possa eu esquecer-Vos nem separar-me de Vós. Suplico-Vos que o meu nome seja escrito no Vosso Coração, pois quero fazer consistir toda a minha felicidade e toda a minha glória em viver e morrer como Vosso servo. Amém”  Lembra o Papa Pio XI  na Encíclica Miserentissimus Redemptor  “Entre as práticas de culto a serem prestados ao S. Coração, sobressai a piedosa consagração com que lhe oferecemos nós mesmos e todas as nossas, reconhecendo-as como recebidas da eterna caridade de Deus” ..Trata-se, de fato, de um ato  meritório de culto ao Filho de Deus numa submissão espontânea, livre e generosa aos desígnios de seu Coração amabilíssimo.É uma retribuição ao seu amor. Os sacrifícios e fadigas se tornam ainda mais suaves. Dá-se então uma transformação mística maravilhosa e uma mudança real progressiva de si mesmo, do seu próprio  ser em Cristo. É a lembrança viva de uma dependência de dileção e uniformidade de pensamento, de afetos e de vontades com o divino Redentor. É a concretização do desejo de pertencer a Ele na vida e na morte. Pela consagração Jesus se torna o Rei amado, o Senhor respeitado e o consagrado  sente ainda mais vivamente ser sua propriedade.* Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.



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