segunda-feira, 5 de junho de 2023

 

VINDE A MIM, DISSE Jesus

Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*

O Evangelho nos diz que Jesus “Vendo as multidões, teve compaixão delas porque estavam fatigadas e abatidas como ovelhas sem pastor/” (Mt, 9,36-10.8). Percorrendo nosso mundo deparamos, de fato, esta triste realidade descrita pelo Filho de Deus. Os dirigentes muitas   vezes mais se preocupam com o poder e dinheiro próprio e não têm olhos para ver a miséria em seu derredor. Muitos os desesperados, torturados, esfaimados, É a eles que se dirige Jesus, Aquele que pode trazer esperanças de uma vida melhor através de seus ministros dedicados  que, com generosidade, podem dulcificar tantos  sofrimentos  por meio da luz de sua doutrina, desanuviando  as trevas do sofrimento e fazendo degustar  a alegria perdida, mas tão desejada O povo de  Israel podia melhor que nós   captar  a ideia do papel de um bom pastor e sabia exatamente a importância de sua missão na assistência a suas ovelhas. Jesus por meio de seus ministros, bons pastores, desejava e deseja sempre através dos tempos que haja bons pastores que possam direcionar os desorientados que almejam bem conceituar o sentido da vida. Eis porque Jesus escolheu os doze apóstolos que teriam seus sucessores séculos afora para virem de encontro aos sofredores, pregando a solução de seus problemas, expulsando os demônios, valorizando seus sofrimentos oferecidos em reparação dos pecados que são a fonte de tantos males. A mensagem de Jesus condoído pelos moléstias que tantos padecem é uma mensagem de paz, de amor que pode sanar as enfermidades, curar suas feridas, oferecendo a certeza de uma felicidade perene junto dele numa eternidade feliz, esperança esta que ampara sempre nas tormentas da vida. Jesus veio a este mundo como o Messias salvador e nele se pode inteiramente confiar e com Ele vencer nas procelas que surgem na existência humana neste vale de lágrimas. É a verdadeira fé que leva cada um a poder afirmar: “Jesus é o meu salvador”. Então se compreende o valor da prece confiante a sustentar o cristão nos momentos mais tenebrosos. Hoje mais do que nunca cumpre se peça a Jesus que envie operários para sua messe que possam continuar sua obra redentora. Entretanto, se é verdade que cabe aos  sucessores dos Apóstolos estarem na primeira linha de amparo aos sofredores, cabe a cada cristão, seja onde ele estiver; ser também a guarida corajosa a seus irmãos. O batizado não pode ser um mero usufruidor do amor de Jesus. Deve ajudar o Mestre divino na sua obra de consolação dos aflitos nas mais diversas circunstâncias. São Vicente de Paulo, que afirmou que “o estado de sofrimento é uma felicidade porque   ele santifica as almas”, declarou que “o amor não pode ficar ocioso, é preciso socorrer o doente e o assistir tanto quanto se pode em suas necessidades e em suas misérias, cuidando de o livrar das mesmas em tudo ou em parte”. Nunca o cristão pode se esquecer das palavras de Jesus “o que fizerdes ao menor de meus irmãos foi a mim que o fizestes”. Socorrer o irmão doente é socorrer o próprio Cristo. À sombra da Cruz de Jesus ir ao encontro dos que padecem males físicos ou morais, os que sofrem violências familiares, que padecem nas ruas, os alcoolizados, os drogados. Trata-se da caridade redentora, de toda forma de generosidade e de amor para com os que sofrem e que jazem numa necessidade de amparo fraternal. Isto significa viver o espírito de Cristo, fixando nele nossa fé e a dedicação ao próximo que sofre.  Segundo o Profeta Isaias Jesus na sua Paixão se tornou “familiar do sofrimento” e assim durante seu ministério mostrou sua compaixão, reflexo da compaixão do Pai. Cristo bebeu o cálice do absoluto despojamento do amor próprio, e se fez nosso modelo. Como escreveu São Paulo aos Filipenses Ele “subsistindo na natureza de Deus, não julgou o ser igual a Deus um bem a que não devesse nunca renuciar, mas despoujou-se a si mesmo, tomndo a natureza  de servo , tornando-se  semelhante aos homens e reconhecido como homem por todo o seu exterior, humilhou-se a si memso fazendo-se obediente até a morte  e à morte de cruz (Fil  2,6). Tornou-se assim     para nós um modelo  de total abnegação. Ele dissse aos peregrinos de Emaus  que era preciso que  Ele sofresse para entrar na sua glória (Lc 24,26). É sobretudo no serviço aos sofredores que o cristão pode, de fato, imitar o Mestre divino, fazendo-se tudo para todos. Seus sofrimentos foram o fruto maduro de sua  imensa caridade e seu amor o levou até a dar sua vida por todos os homens. Ele se fez o Cordeiro que tira os pecados do mundo na sua grandiosa dileção pelos que padecem os males nessta terra. O autêntico cristão imita a Jesus e vai de encontro a todos as dores do próximo, aliviando-lhe seus padecimentos. * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

 

 

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