NÚPCIAS EM CANA
Côn.
José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Nas
núpcias em Caná da Galileia Jesus realizou o célebre milagre no qual admiramos
o poder do Filho de Deus, atendendo à intervenção oportuna de sua Mãe. Aí Ele antecipou o momento no qual devia
começar a revelar sua glória. Notável a ação dos serventes que não falaram
nada, mas que seguindo o que lhe disse Maria puderam presenciar um grande
prodígio. Para que este milagre ocorresse foram colaboradores da transformação
da água em vinho, fazendo uma ação simples, mas de extraordinário efeito ao
encherem prontamente as talhas com água. Eram talhas para as abluções rituais dos
convivas e Jesus lhes pede para as encher de novo com água impa. Eram seis
talhas de pedra, cada uma das quais continha duas ou três medidas, ou seja, de
38 a 40 litros. Certamente pensaram que se tratava de um trabalho inútil, mesmo
porque os convivas já se achavam assentados à mesa. A mãe de Jesus lhes havia
falado para obedecer as ordens de Jesus e o fez de uma maneira muito convincente
e, por isto, eles logo vão obedecer a determinação de Jesus e, na verdade,
encheram completamente as talhas até à borda e as levaram ao mestre da mesa, ao
mestre sala. A água, porém se transformou em vinho. Os serventes escutam o mestre sala
felicitando o esposo, dado que o vinho era de primeira qualidade, regalando os
que estavam naquela festa. São João não disse como o milagre foi em si saudado
nem como o papel de Maria foi reconhecido, mas de uma maneira incisiva afirma que
foi o primeiro dos sinais operados por Jesus e que os discípulos começaram a
nele crer. A orientação de Maria deve ecoar em nossos corações: “Fazei tudo que
ele vos disser”! Quantas inspirações Deus faz chegar a cada um, mas que nem
sempre são seguidas! Todo cuidado é pouco para não opor resistência às graças
divinas, mesmo porque estamos sempre repetindo a Deus “seja feita a vossa
vontade”! É preciso lutar contra a rebeldia do coração. É pela docilidade
diante das iluminações celestiais que o cristão se torna obreiro das maravilhas
divinas. Jesus quer se servir de cada cristão para operar grandes coisas por
toda parte. Com Jesus seu seguidor pode multiplicar os benefícios celestes, mesmo
que seja através das ações aparentemente mais simples. É necessário se habituar
a escutar Jesus e a obedecer suas orientações. Que Ele possa, desde o momento em
que Ele nos inspira, nos encontrar prontos a encher as bordas todas das talhas
do nosso passado para que Ele coloque
aí o vinho novo que só ele pode oferecer. Saibamos, porém, sempre pedir a Maria
sua intervenção a nosso favor, aumentando cada vez mais a nossa fé no seu
divino Filho É através da fé que somos convidados a caminhar a partir das intervenções
de Jesus a nosso favor. Esta fé faz crescer a confiança numa progressão
contínua, aberta aos problemas que forem surgindo e que vão sendo superados.
Jesus faria depois muitos outros milagres que iam acentuando na mente de seus
discípulos a crença na sua divindade. Esta fé, contudo, seria posta à prova por
ocasião da Paixão do senhor. Seria, porém,
na manhã de Pascoa que ela renasceria para se tornar aquele elã que os levaria,
depois de Pentecostes, até às extremidade do mundo, fazendo seguidores de
Cristo de todas as nações, batizando-os e os levando a observar tudo que ele
lhes havia ensinado. Jesus estaria sempre com eles ( Mt 28,10-20), Acontece com
os cristãos através do tempos o mesmo que se deu com os apóstolos. A fé pode se
obscurecer, mas os sinais das bodas de Deus com a humanidade brilhariam sempre
no dom da partilha, do amor e da fidelidade, do acolhimento aos irmãos e irmãs.
É preciso que se peça ao Senhor que coloque nos nossos corações uma abertura
aos sinais de sua presença no mundo e em todas as circunstâncias de nossas
vidas. Professor no Seminário de Mariana
durante 40 anos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário