quinta-feira, 26 de agosto de 2021

 

JESUS FEZ BEM TODAS AS COISAS

Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho

No Evangelho de hoje contemplamos diante de Jesus um surdo mudo. O divino Taumaturgo fazendo dois gestos terapêuticos e proferindo uma ordem salvadora: “Abre-te”, operando então uma cura admirável. (Mc 7,31-38) Tratava-se de um homem   que tinha dois órgãos de comunicação fechados: a palavra e a audição. Era para sarar esses males que se pedia a Jesus   lhe impusesse as mãos, abrindo-lhe os ouvidos e lhe desatando a prisão da língua. Então o surdo mudo passou a falar expeditamente, corretamente, com justeza. Vivamente admirados os que presenciaram este notável acontecimento proclamavam: “Ele tem feito bem todas as coisas. Faz os surdos ouvir e falar os mudos.” É de se notar o fato de que pessoas caridosas haviam conduzido o doente até àquele médico divino. Eles não podiam nada fazer por si mesmos, mas sabiam do poder extraordinário   que Cristo possuía, a total capacidade de o curar e libertar das doenças todos os que delas padeciam. Notável a atitude tomada por Cristo que recebe com ternura o surdo mudo, levando-o à parte, mostrando que patrocinava um encontro privado, por assim dizer, coração a coração, operando o extraordinário milagre de sua cura. Do grande tesouro do amor de Deus participaram os circunstantes ao presenciar fato tão admirável. Num contexto, como o atual, no qual se multiplicam os incrédulos, tendo muitos perdido a fé, é bem que se lembre que a evangelização não consiste tanto em procurar novos métodos para difundir a doutrina pregada pelo Filho de Deus, mas em oferecer um encontro com Deus, falando aos corações descrentes, para que ouvidos se abram, línguas de desatem. Cumpre, porém, se lembre sempre que Jesus é o único Senhor e Salvador. Jesus é aquele que fez bem, admiravelmente, todas as coisas como o atestaram seus contemporâneos. Não fez nada pela metade e não deixou coisa alguma de lado para completar depois. Seu seguidor deve tudo fazer com a máxima perfeição possível na prece, no contato com os outros, inclusive com os familiares, no trabalho, no apostolado. Ser sempre diligente espiritualmente e em todas as ações, vivendo a mensagem da encíclica do Papa Francisco  “Ser todos Irmãos”(Frateli tutti), certos de que a ferramenta  para unir a  humanidade é a cultura da fraternidade. Quem admira Jesus, que fez bem todas as coisas, deve ser severo consigo mesmo, mas manso e humilde perante todos os irmãos. Aquele que imita Jesus pratica com a máxima perfeição possível o que deve fazer não para causar boa impressão aos outros ou por mera vaidade ou outras intenções meramente terrenas, mas porque Deus não ama as más ações ou o que é mal feito. Lemos na Bíblia que toda obra de Deus é perfeita (Deut 31,4). O Senhor por intermédio de Moisés declarou ao povo de Israel: “Vós  não me oferecereis qualquer oferenda que tenha defeito, pois ela não me seria de meu agrado (Lev 22,20), Daí total aplicação àquilo que se esteja fazendo para que tal ação seja do agrado divino. Vemos pela narrativa de São Marcos que Jesus ao operar a cura do surdo mudo agiu com sumo capricho, pois   Ele colocou os dedos nos ouvidos do surdo e tocou  depois  sua língua com o dedo  humedecido  de saliva. Era assim que se procedia na medicina, não só em  Israel, mas ainda em todo o mundo greco-romano.  Jesus,  completou tudo isto olhando  o céu, para bem significar  àquele pobre homem de onde lhe viria  sua cura. O poder de Deus iria se manifestar. Jesus suspirou, bem significando com isto o gemido da humanidade  sofredora,  o longo pranto de todos os doentes crônicos, lembrando a profecia de Isaias sobre o Servo de Deus: “Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e levou as nossas doenças” (Isaias 53, 4-5). Depois vem a palavra que completa a cura, palavra que São Marcos conservou tal qual no aramaico popular que Jesus falava: “Effata!”. Abre-te, era uma ordem. Esta palavra de Cristo curou o corpo e abriu os ouvidos e soltou a língua do surdo mudo. Effata, abre- te, diz Jesus a todo aquele que se fecha na sua solidão e carrega todo  o sofrimento, como, por exemplo, rancor interior. É o mesmo que Ele diz a todo  aquele que se acha fechado no seu passado e que carrega o fardo das lembranças maléficas; a todo aquele que espera ser amado, mas se mostra irado contra os outros; a   todo aquele que sofre mais do que ele mesmo, que é mais mudo, mais surdo, menos compreensível, porque  decepciona os irmãos.  Effata- abre-te, sobretudo à palavra de teu Deus que vem oferecer força,  que vem enriquecer a cada hora, contanto que haja  espaço à esperança,.  Effata- abre-te a toda mensagem que Jesus sempre propõe. * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

quinta-feira, 19 de agosto de 2021

 

HONRAR A DEUS DE TODO O CORAÇÃO

Coo. José Geraldo Vidigal de Carvalho*  

 Jesus enfrentou questionamentos de alguns fariseus sectários, hipócritas, péssimos intérpretes da Lei (Mc 7,1-23).  Isto mostra como é possível que ocorram escolhos na vida religiosa. De tais desvios devem seus seguidores se eximir para evitarem condutas falsas, julgando, contudo, estarem agindo corretamente. Todo cuidado é pouco para afastar sempre estas caricaturas espirituais. São impasses que impedem honrar de verdade a Deus, servindo-O de todo o coração.  Cumpre se lembre sempre que há necessidade de se ter uma visão correta dos preceitos divinos e, assim, estar em tudo libertado por Cristo dos entraves suscitados pelos homens. Ele o único mestre sábio, humilde, verdadeiro, obediente à Lei, porque inteiramente fiel aos ensinamentos do Pai. O trecho do Evangelho citado convida então a ter um procedimento tal que se comporte, penetrando amplamente na sua mensagem de hoje, a qual sublinha dois desvios bem característicos da sociedade hodierna que influencia a tantos cristãos. Com efeito, nota-se, por vezes, apenas uma preocupação asséptica ritualista corporal, esquecida a pureza interior da própria consciência. Percebe-se que os termos empregados pelo Evangelista, como lavagem, aspersão, mostrava o cuidado farisaico da limpeza. Após as advertências de Louis Pasteur e os transtornos da pandemia este cuidado de toda a sociedade se tornou imprescindível. Isto, porém, por razões higiênicas e não rituais. Contudo é possível até que tenha havido alguma negligência condenável da parte dos discípulos de Jesus. Louváveis, portanto, os cuidados higiênicos, condenável, porém qualquer atitude ritualista. Longe, portanto, a pureza ritualista com hábitos sanitários impregnados de crendices. Jesus alertou contra as autênticas impurezas, pois a pior delas é o coração imundo, poluído. É sobre isto que Jesus deixou uma magnífica lição. A principal pureza que o cristão deve buscar é aquela que Deus oferece, inclusive os próprios hábitos sanitários que a caridade fraterna exige. Felizmente quantos cristão cuidam sabiamente de seu corpo, porque sabem que ele é o templo do Espírito Santo, fugindo, porém, sempre das distorções da vaidade e do desperdício com os exageros desnecessários com relação à saúde. Em segundo lugar. É preciso o cuidado com a mania de uma sociedade que passa a endeusar estas preocupações físicas em detrimento da uma postura equilibrada, fugindo dos excessos dos cuidados com o corpo, movido isto pela fatuidade e cultivo do supérfluo. A propaganda dos cosméticos alimentam, por vezes técnicas que bem se assemelham à multiplicidade condenável que Jesus fustigou. Não se pode, como o Mestre divino alertou, desprezar os mandamentos divinos pelas tradições meramente humanas, que têm tanto poder de transmissão e persuasão no que tange os costumes e se tendem tornar uma idolatria corporal. Os fariseus tinham substituído o mandamento divino por seus costumes que eram imediatamente utilizáveis, explicáveis e facilmente acatados, mas, eivados de desvios.   Quantos até se tornam escravos da moda. Segundo pesquisas recentes a moda é o segundo setor que mais explora o trabalho escravo no mundo. Trata-se da prevalência das veleidades do momento. Surgem então leis de acordo com a mentalidade reinante, donde o formalismo e o ritualismo, ficando obscurecido o caminho espiritual. Desvios assépticos ou determinados procedimentos que levam a agir como os fariseus do evangelho de hoje condenados por Jesus. Atitudes às vezes até ridículas.  É preciso neste caso perceber o que é doutrina meramente humana errônea para imediatamente a recusar ou o mandamento do Senhor para o colocar em prática. Cumpre então seguir o conselho de São Tiago, escutar humildemente a Palavra de Deus semeada em nós. Escutar significa acolher as mensagens divinas do Deus Altíssimo, uma louvável saída de si mesmo para vivenciar os apelos do Ser Supremo. No Apocalipse está claro o que Deus fala: “Eis que estou à porta e abro. Se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em casa dele e cearemos juntos eu com ele e ele comigo” (At 3,20-21). O verdadeiro mal é não captar o projeto de Deus, seu grande desejo de salvação como os fariseus que edificaram um legalismo vazio de amor. Deus não quer que o homem o honre com prescrições superficiais, mas deseja que seu coração esteja perto dele, fazendo o que Ele quer e não o que erroneamente preceituam os homens. O cristianismo é verdadeiramente a religião do coração O que emana de um coração sincero, autêntico, puro, é que conta diante de Deus. Uma esmola dada por mãos perfumadas de quem é egoísta, vaidoso, não enobrece a pessoa que faz tal oferenda. Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

segunda-feira, 9 de agosto de 2021

 

O SANTO DE DEUS

Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho

Depois que Jesus falou sobre o pão da vida houve acentuada rejeição entre os discípulos e muitos já não andavam mais com Ele. Foi quando Jesus indagou aos doze se eles também O queriam abandonar.  Notável a resposta que em nome de todos lhe deu Simão Pedro: “Para quem iremos nós? Tu tens palavras de vida eterna, e nós cremos e sabemos que tu és o Santo de Deus” (Jo 6,60-69). Jesus não obrigaria a adesão a ele, forçando a liberdade de cada um. A adesão a ele deveria ser de fato fruto da fé em suas palavras e isto por ser ele o todo poderoso Filho de Deus. A fidelidae a ele devia, portanto, fluir da realidade sublime de sua doutrina e de sua profunda santidade, dado que ele e o Pai, embora fosse duas pessoas distintas, possuíam a mesma natureza divina. Daí uma oblação integral a ele, sabendo que não haveria nenhum absurdo no que ele afirmara ao dizer que era o pão da vida, procedendo do céu e dando vida ao mundo. Tratava-se de um amor mútuo   oferecido e recebido em função da vida em plenitude, fruto de uma verdadeira dileção Tudo isto alicerçado nesta realidade: de ser ele, de fato, o santo de Deus, que tudo podia, levando a uma crença fundada na divindade de quem se dizia o pão da vida. Jesus, portanto já havia manifestado para os doze a grandeza e a profundidade do amor verdadeiro.do qual a Eucaristia seria um prova extraordinária. Participação maravilhosa, fruto de uma escolha gratuita: “Fui eu que vos escolhi e estabeleci no amor de Deus” (Jo 15,16). Assim sendo, ele nos deu a capacidade de amá-lo. e de ser por ele amado. Isto torna o cristão feliz quando vive esta realidade sublime. Esta disposição de se voltar para Deus, torna o ser humano profundamente feliz quando ele está cônscio desta excepcional prerrogativa que o eleva acima de todos os outros seres terrenos. Se Deus nos mandasse amá-lo sem nos dar a aptidão de assim agir, terrível seria a situação humana. Entretanto, o homem tem a capacidade de amar o Ser Supremo, ainda que isto exija esforço, embora isto seja bom para a criatura racional. Eis porque o Senhor dá o mandamento do amor a Ele, o que é o verdadeiro caminho da realização plena do ser humano. Quando amamos a Deus somos felizes, dando frutos e frutos que permanecem para sempre. Se a manifestação da dileção a Deus se torna difícil é ir até Jesus, repetindo com os Apóstolos, “Senhor a quem iríamos nós, só vós tendes palavras de vida eterna”. Aí está a grande questão que Jesus apresenta a quem se diz ser seu discípulo. O ensinamento de Jesus ultrapassa o entendimento humano. Os judeus da época não compreenderam o alcance da palavra do Mestre divino, mesmo tendo vistos os prodígios que operava, não podiam aceitar a ideia   de que Ele daria seu corpo a comer e seu sangue a beber. Por isto muitos o abandonaram, dado que não entendiam o que Ele dizia e, assim, não mais o podiam seguir. Os Apóstolos mesmos estavam perplexos e cabia então a eles decidir se iam ou não também O deixar de lado.Pedro que toma a palavra, mostrando ser impossível deixar o Mestre bem amado e o silêncio dos outros confirma a postura de todos. Pedro deixava claro que somente Jesus tinha palavras de vida eterna e que Ele era o Santo de Deus, Portanto, não compreendiam o que Jesus dizia, mas sabiam que Ele era o Senhor, o Messias e ponto final! Eles continuariam a caminhar com Jesus na fé e na confiança. Este texto nos leva então a questões importantes, ou seja, o que venha a ser o mistério da Eucaristia. Para cada um de nós, o que é a Hóstia consagrada para nossas vidas? É verdadeiramente o Corpo de Cristo? Como se transforma o nosso coração quando nós comungamos? Em função da Eucaristia como temos vivido? Isto sobretudo no que diz. Sobretudo, ao amor ao próximo, ao perdão cordial, ao bem que devemos praticar para cos irmãos. Sempre há algo supérfluo que pode ser partilhado, quando impera o desapego das coisas materiais. Nunca se deve dizer a Jesus, ao Santo de Deus, que não queremos ir um pouco mais longe com Ele. Cumpre estar sempre disposto a dar o passo da fé e aceitar plenamente sua palavra e não somente a que nós compreendemos com nossa inteligência ou que convém a nossos interesses pessoais. É preciso caminhar verdadeiramente com Ele ultrapassando nossos raciocínios humanos. É preciso ter não uma mentalidade fechada à Palavra salifica e vivificante de Jesus, mas se entregar inteiramente a Ele. É que Ele, e somente Ele, tem palavras de vida eterna. Todas as ações de Cristo foram manifestações de seu poder, de sua glória e de sua divindade Todos os seus milagres, seu batismo no Jordão, suas pregações, sua Transfiguração, O mostram como sendo Filho de Deus e. mesmo os espíritos maus o reconheciam como o Santo de Deus. Cristo, porém, continua a se manifestar ao mundo de hoje, e devemos fazê-lo conhecido e amado. * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos

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quinta-feira, 5 de agosto de 2021

 

A ASSUNÇÃO DE MARIA E A NOSSA RESSURREIÇÃO FUTURA

Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*

A Assunção de Maria ao céu prefigura a nossa ressurreição futura. Duas verdades de fé. Com efeito, o Papa Pio XII há 70 anos, no dia primeiro de novembro de 1950, declarou e definiu o dogma da Assunção em corpo e alma da Virgem Mãe de Deus à gloria celestial. Como se recita no Credo, nós cremos na ressurreição da carne e na vida eterna. Assim como a Mãe de Jesus, nós somos destinados ao mesmo itinerário de glória, não obstante as vississitudes da trajetória terrena. Isto do mesmo modo como ocorreu com a Virgem Maria. Valeu também para ela o célebre brocardo per crucem ad lucem, frase com a qual São Bruno resumiu a vida dos monges cartuchos, mas que vale para todo o cristão, pois é a partir dos sofrimentos aceitos por amor a Deus é que se chega à luz duradoura do céu. A felicidade perene passa sempre pela cruz dos aborrecimentos e Jesus deixou claro: “Quem quiser ser meu discípulo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga”. Bem sabemos quão terríveis foram os padecimentos de sua Mãe Santíssima. A mesma Virgem, Senhora das Dores, é aquela que hoje contemplamos “vestida de sol, tendo a lua debaixo dos seus pés e sobre a sua cabeça uma coroa de doze estrelas”, como lemos no Apocalipse (Ap 12,1). Não há limites nas obras de Deus. Assim sendo, esta solenidade da Assunção de Maria aos céus é um convite para que cada um se engaje resolutamente no caminho da transfiguração de seu ser, condição para a ressurreição gloriosa no último dia. Dar, a exemplo de Maria, um sim sem condições à vontade divina, uma livre resposta à fé que leva o cristão a acatar em tudo os desígnios de Deus. Hoje pedimos à Virgem Maria que interceda por nós para sermos constantes nesta terra e podermos um dia estar com ela lá no céu. Isto após vencermos as forças do mal sob a paz e a luz resplandecentes de Deus. São João Paulo II na encíclica Redemptoris Mater – Mãe do Redentor - assim se expressou: "Como é grande, como é heroica a obediência da fé da qual Maria deu prova face aos decretos insondáveis de Deus! Por uma tal fé, Maria se uniu perfeitamente a Cristo no seu despojamento”. É imitando esta fé extraordinária da Virgem, a qual foi elevada aos céus, que cada um de seus filhos deve comemorar esta solenidade de sua entrada na glória sem fim. Deste modo, ela estará sempre próxima das alegrias e das dores de seus filhos peregrinos rumo à felicidade sem fim. Foi a fidelidade radical de Maria que a levou a ser coroada na plenitude da gloria da Trindade Santa. Eis porque Ela é a honra da Igreja, a alegria da humanidade transformada pela graça. Sua Imaculada Conceição a preservou das sequelas do pecado original, assim como sua Assunção a resguardou da degradação do túmulo. Dois privilégios concedidos por Deus dado que ela, ao conceber do Espírito Santo, o Verbo de Deus se fez carne e habitou entre nós. Por ocasião de sua visita a Santa Isabel, no seu hino o Magnificat, mostrou sua decisão de servir a Deus com um coração ajustado à vontade divina. Deixou assim uma maneira de proceder para estar para sempre gozando deste Ser infinitamente amável. Trata-se de servir a Deus humildemente nas tarefas cotidianas; de louvar a Deus por todos os seus benefícios, contemplando-O nas maravilhas de cada hora. O Concílio Vaticano II nos diz que na sua assunção e sua glorificação Maria é a imagem e o começo do que será a Igreja em sua forma acabada no retorno de Cristo. Agindo como Maria, o cristão terá um lugar lá no Céu na medida em que soube proclamar os louvores a Deus neste mundo, colocando em tudo em prática o Evangelho. A luta é de cada hora, pugna contra o diabo e seus sequazes, mas Maria, nos ensina ainda o Concílio Vaticano II, Ela, de fato, brilha diante do povo em marcha como um sinal de esperança certa e de consolação (LG 68). Alegremo-nos, portanto, porque a Mãe de Jesus e nossa mãe espiritual nos aguarda lá no céu. Matriculemo-nos, pois, na escola de Maria, atentos a suas inspirações e, assim, ela nos acolherá um dia, após o juízo universal, também de corpo e alma na casa preparada desde toda a eternidade para os que souberam amar e servir a Deus nesta terra. Trata-se então de viver na fé, na esperança e no amor a Deus e ao próximo, numa prece contínua e em ininterrupta ação de graças* Professor no Seminário de Mariana durante 40 nos.