01 SOLENIDADE DE PENTECOSTES
Côn. José Geraldo Vidigal de
Carvalho*
A
solenidade de Pentecostes, cinquenta dias após a Ressurreição de Jesus,
comemora a descida do Espírito Santo sobre os Apóstolos. Depois de sua
ressurreição, Jesus apareceu várias vezes aos seus discípulos, continuando a
instruí-los, sendo que no dia da Ascensão os enviou em missão para proclamar o
Evangelho a toda criatura, lhes tendo prometido a assistência do Espírito Santo.
Jesus foi claro:” Quando vier o Confortador que eu enviarei lá do Pai, o Espírito
da Verdade, que do Pai procede, Ele dará testemunho de mim. E vós também dareis
testemunho de mim” (Jo 15, 26). O dom do
Espírito Santo se dá em sequência ao
dom da Lei e a Igreja é o novo povo de Deus que sucede ao povo de Israel. A Boa
Nova trazida por Jesus não marcou uma ruptura com a aliança concluída entre Deus e Israel. Pelo contrário, ela é o cumprimento, o
aperfeiçoamento, o acabamento desta aliança que doravante não estava mais
reservada apenas ao povo judeu, mas, pela Igreja se estenderia a todos os povos.
No dia de Pentecostes os Apóstolos
ficaram repletos do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, sinal
também desta admirável universidade, notável catolicidade. Guiada pelo Espírito
Santo a Igreja tem por vocação acolher e reconciliar todos os povos. O Espírito
Santo. Veio para dar aos Apóstolos a força e o dinamismo para difundir a Boa
Nova. Isto se deu de uma maneira espetacular: “Quando chegou o dia de
Pentecostes, os Apóstolos estava reunidos “e veio subitamente, do céu, um
ruído, semelhante a um sopro de vento impetuoso que encheu toa a casa onde eles
habitavam. E apareceram-lhes línguas divididas e a maneira de fogo e pousou
sobre cada um deles e ficaram repletos do Espírito Santo e começaram a falar em
outras língua segundo o Espírito lhes concedia que se exprimissem (Atos 2, 2-5).
Assim é que age a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, ou seja, com energia,
mas com muita doçura. Eis porque aqueles que estavam trancados dentro de casa
por medo dos judeus são enviados a corajosamente pregar o Evangelho e afrontar
perseguições e o martírio. Enunciaram então, corajosamente que Jesus havia
ressuscitado e que Deus é amor e, na verdade, pregação a ser feita e isto não
só em Jerusalém, mas toda parte. Para nosso hoje cinquenta dias d depois da Páscoa,
celebramos a descida do Espeito Santo sobre a Igreja nascente, mas também sobre
a Igreja de hoje, pois este é um acontecimento que se repete dado que a Igreja
tem necessidade um Pentecostes perpétuo. De fato, todos os dias nosso coração
precisa estar repleta do Espírito Santo para um apostolado eficiente lá onde
Deus colocou cada um de nós. Há necessidade de que o Espírito Santo venha para
transformar nossos hábitos, nossas rotinas com seu sopro vivificador, modificador.
Ele vem para mudar corações de pedra em corações de carne, isto é, corações que
se deixam transfigurar pela vontade divina. O ruído da chegada do Espírito
Divino é para acordar sonolências que
impedem o progresso espiritual. possibilitando passar do medo para segurança,
da fraqueza para a audácia de partilhar a fé, a esperança e o amor a Deus. Ele
dá coragem para falar quando não se deve calar, testemunhar quando é preciso
proclamar as maravilhas do Evangelho e s grandezas da verdadeira Igreja de
Cristo sem apoiar as misérias morais difundias pelos meios de comunicação
social. O Espírito Santo que transformou os Apóstolos em um instante, é capaz a
de continuar a modificar os cristãos para transformar o mundo na verdade que
Jesus veio trazer a esta terra. Trata-se de ajustar cada batizado plenamente
aos desígnios de Cristo. É preciso que o verdadeiro cristão não viva numa zona
de conforto, quando tantos males campeia em seu derredor, exigindo uma ação
eficiente de quem ama a Jesus. Daí a importância dos seus sete dons: a
sabedoria, a inteligência, o conselho, a fortaleza, a ciência, a piedade e o
temor de Deus. Será então possível usufruir o que São Paulo preconizou, a
saber, amor, alegria, paz paciência, bondade, benevolência, fidelidade, doçura
e domínio própria (Gálatas 5, 22-25), Isto significa então viver resolutamente,
marchar decididamente sob as luzes da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade.
Trata-se de corresponder à abundância da graça divina com a qual o fiel se repleta
das luzes celestiais comunicas do Alto. Passa reinar então a harmonia pessoal e
compreensão no meio no qual se vive. Nada a impedir a multiplicidade e as
diferenças porque o Espírito Santo é unificador, levando a degusta o que é
correto. Ele está sempre a lembrar que e não são as conquistas científicas, os
progressos tecnológicos que resolverão
os problemas da união entre os povos ou a harmonia entre pessoas da
mesma etnia, porque o que se deve buscar é colocar em prática a linguagem
universal da deleção mútua. Cumpre pedir
ao Espírito de Pentecostes que desça de novo sobre a terra e ensine a toda a
humanidade que ninguém deve querer ws impor, mas que se divulgue, isto sim, a
língua do amor que deste Espírito procede, a qual é a única que pode unir e salvar. * Professor no Seminário de Mariana
durante 40 anos.
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