sábado, 23 de janeiro de 2021

 

A SANTIDADE DE JESUS

Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho

O próprio espírito do mal, o demônio, reconheceu a santidade de Jesus: “Sei quem tu és, o santo de Deus” (Mac 1, 21-28). Segunda Pessoa da Trindade Santa, que se fez homem e habitou entre nós é Ele então gloriosamente aclamado nas Missas: Só vós sois o Santo, só vós sois o Senhor, só vós sois o   Altíssimo, Jesus Cristo, com o Espírito Santo na glória de Deus Pai”. Já no Antigo Testamento, quando se falava da santidade de Deus, se proclamava a majestade divina, deixando clara a distância entre o Criador e suas criaturas. Santidade, porém refletida sobre todas as coisas criadas, tudo tendo um caráter sagrado por ser uma ação de Deus.  Esta santidade vista também como uma plenitude de vida oferecida aos seres racionais, abrindo-se Deus à comunhão com eles. Possuído da plenitude desta santidade, Jesus, que a todos impressionava pelos seus milagres e pela sublimidade de sua doutrina, provocou a famosa aclamação do próprio satanás na sinagoga de Cafarnaum. É que impressionantes eram, de fato, as obras e a palavra de Jesus e diante de sua santidade até as forças do mal se viram forçadas a proclamar tal verdade. Jesus estava, de fato, repleto daquela santidade que vem de Deus e que revelava sua divindade. Através dos tempos o fulgor de sua vida vem contrastando com a autossuficiência humana e sua palavra viva e poderosa quer sempre penetrar como uma espada do Espirito até o fundo dos corações, lá no íntimo de cada um, onde se decidem o acolhimento ou a recusa, o diálogo ou o mutismo, a docilidade ou a rejeição, a sinceridade ou a dissimulação, a esperança ou o desespero. A santidade de Jesus, porém, exige de quem O conhece e ama uma doação completa longe de toda miserável autonomia e soberba. O encontro pleno com Jesus, o Santo de Deus, é que torna cada um livre ao acolher todo seu esplendor sempre inebriante para quem se imerge na sua realidade de Filho de Deus. Cumpre, sempre interrogar ao divino Salvador a cada momento de nossa vida o que Ele quer de nós e, com coragem e sinceridade, fazer o que Ele pede com a certeza de que sua santidade conduzirá à própria salvação que deve ser buscada decididamente, apesar das invectivas do espírito do mal.  É preciso, em todas as circunstâncias, ter em mente ser necessário um crescimento profundo dentro de si de Jesus porque a compreensão de sua ação demandará reflexão e a significação do bem a ser realizado não aparece de mediato. Nossa maneira de compreender os apelos sobrenaturais é marcada profundamente pelo nosso modo como nos conhecemos a nós mesmo e supõe uma conversão na nossa maneira de pensar, de ver, de ser, que deve, além do mais, enfrentar os obstáculos do espírito diabólico. Por isto tudo que se deve fazer necessita ser pesado segundo o seu justo valor, num afastamento destemido do erro. Os santos aconselham que se deve pensar o que Jesus faria naquele momento no qual se está em dúvida de como se deve proceder.  Vinda, porém a inspiração divina, há necessidade de segui-la corajosamente.  Jesus falava e fala sempre com autoridade e é com Ele que se vencem as potencias infernais. São Paulo ensinava aos romanos: “Revesti-vos do Senhor Jesus Cristo; não vos abandoneis às preocupações da carne para satisfazer suas cupidezes! (Rm 13,14). É que os cristãos devem trazer Jesus, o Santo de Deus, como uma vestimenta.  Eles se esforçam então por imitar suas qualidade e sua maneira de agir, procurando ostentar, mesmo que imperfeitamente, a imagem do Mestre divino. Este Apóstolo incitava então a Timóteo a praticar a palavra de Jesus no meio de muitas provações, com a alegria do Espirito Santo (1 Tm  1,6-7). Tenhamos, portanto, sem cessar diante de nós a figura de Jesus, o Santo de Deus, porque Ele mostrou uma admirável sabedoria e perfeição. Todos os  que O ouviram se extasiaram perante sua inteligência. Multidões ficaram maravilhadas com as palavras que saiam de sua boca. (Lc 4,22). São Pedro proclamaria que Jesus tinha palavras de vida eterna (Jo  6,68).  Jesus praticou  todas as virtudes em grau eminente Ressalte-se particlarmente seu imenso amor para com o Pai e afirmou que o mundo soubesse  que ele amava o Pai e que fazia tudo que o Pai Lhe havia preceituado (Jo 14,21).Sua caridade para com todos O comoveria  profundamente   como ocorreu diante da viúva no o cortejo fúnebre de  Naïm e O  faria chorar ante  o túmulo de seu amigo  Lázaro, Caridade afetiva, mas também efetiva  que O levaria não só a ressuscitar mortos, como também a curar inúmeros doentes. Sua caridade não era fraqueza, porque Ele repreendeu os vícios, chamou a atenção dos profanadores do templo. Caridade sem limites que O levou a dar a vida pela humanidade pecadora. Todos poderiam contemplar nele um modelo das mais peregrinas virtudes e Ele podia determinar a todos que O imitassem. Tudo isto porque Jesus era em plenitude o Filho de Deus. * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

 

sábado, 16 de janeiro de 2021

 

01 IMPORTÂNCIA DA CONVERSÃO E DA FÉ

Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*

Ao voltar para a Galileia, Jesus, anunciando a proximidade do reino de Deus, foi claro: “Convertei-vos e crede no Evangelho”, (Mc 14-20). Ele era o Emanuel, Deus conosco, que tendo se encarnado, se tornara ainda mais próximo dos homens que Ele viera salvar, mostrando-lhes como obter esta salvação. Conversão e fé seriam meios para que não fosse inútil sua obra redentora. Pela conversão se entende o retorno sincero a Deus, numa caminhada de arrependimento dos erros, do reconhecimento da própria miséria e numa total confiança na misericórdia divina. Isto incluindo firme decisão de um caminhar continuo nas trilhas da perfeição, não obstante as dificuldades exteriores e interiores. No caminho da conversão é, entretanto, a fé na verdade do Evangelho que permite avançar corajosamente na santidade existencial. Trata-se de uma orientação que o Filho de Deus traçou para os seres humanos, uma vocação de todos os homens e mulheres. Já no Levítico Deus havia determinado: “Sede santos porque eu sou santo” (Lev 20,26). A busca perseverante desta perfeição implica uma conversão, uma mudança de quem possui a graça santificante para um agir cada vez mais em adequação com a vontade divina. A conversão implica, portanto, uma atitude que exclui peremptoriamente a situação de um cristão medíocre exigindo   continuamente ações fervorosas até a chegada ao céu. Para isto o cristão deve cultivar a fé todos os dias de sua vida aqui na terra. Isto supõe crer no Evangelho com todas as potências do ser de cada um, com toda a sua alma, com todo o seu coração, com toda a sua inteligência. Trata-se do ser humano numa adesão completa com o seu Deus três vezes santo. Crer profundamente, de verdade. Um engajamento pessoal total nas três pessoas santíssimas às quais se entrega sem reservas, apesar das fraquezas e dúvidas de quem é humano, frágil. É o relacionamento entre um Deus infinitamente perfeito e o homem criatura limitada. Esta, contudo, pode dizer ao Ser Supremo que crê na sua bondade sem limites e que deposita nele toda sua esperança. É de se notar que quando Jesus proclama o Evangelho de Deus Ele apela, de fato, para uma crença inabalável mesmo diante da violência dos       poderosos como ocorreu com São João Batista. Não se trata de um mundo de ilusões no qual tudo é belo, tudo é tranquilo. Converter-se e crer no meio de muitos descrentes que duvidam e desprezam as verdades reveladas mais preocupados com as coisas terrenas e passageiras, com tudo que é material, ignorando as verdades sobrenaturais. Conversão e fé num mundo no qual reina a virtude e o pecado, uniões e antagonismos, o joio e o trigo. Cumpre, então, estar atento às inspirações do divino Espírito Santo sempre a lembrar que é em função do Reino de Deus que o verdadeiro cristão deve viver, santificando-se continuamente à luz da fé, jamais traindo a Boa Nova de Deus. Isto implica um rompimento corajoso com tudo que vai de encontro aos sagrados mandamentos da Lei divina, tendo em mente também a mudança de uma sociedade para que seja impregnada com tudo que está na Palavra revelada que se acha na Bíblia, a qual deve penetrar fundo no coração de quem crê por meio do bom exemplo e da demonstração de como é feliz quem se alegra no seu Senhor. A luta é sem tréguas contra os obstáculos, os ídolos e demônios que tentam perturbar quem quer viver intimamente unido a seu Deus. Tudo isto num mundo em que somos vítimas de moléstias, feridas mais ou menos graves, mas que exigem destemor para que nunca se afaste do caminho da conversão e da fé.  Somos todos sempre responsáveis ou cúmplices pelo bem ou pelo mal, devendo, portanto, ser afastado todo egoísmo e enfermidade espiritual fruto dos ídolos de um mundo que endeusa o dinheiro, o sexo, a moda, o domínio, o desejo desregrado do sucesso a qualquer preço, apreciando a vaidade, o tempo malbaratado, as horas inutilmente passadas, a busca de um conforto desnecessário. É preciso vencer as nossas indiferenças ou submissões aos vícios. O Evangelho de hoje clama, realmente, que se rompa, se fuja de tudo isto. Trata-se da libertação de tudo que torna o cristão escravo da maldade, da perversidade. Atitude consciente para poder acolher os dons de Deus. Assim, é de vital importância agir unido a Deus, pois se trata de agir corretamente para não ver comprometida a própria salvação eterna e a autêntica felicidade. É desta maneira que se obtém o desejável júbilo interior, porque é Deus que estará agindo dentro coração de quem Lhe é fiel.  Disponibilidade e prontidão devem então marcar a existência do cristão que está convencido de que crer é responder e corresponder ao apelo divino. Daí a necessidade de conhecer sempre mais Jesus para caminhar colocando nossos passos nos passos do Mestre divino nesta conversão de todos os instantes, firmes na fé em tudo que Ele ensinou. * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

 

 

segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

 

SEGUIR O CORDEIRO DE DEUS

Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho

Ao dizer João Batista a dois de seus discípulos que Jesus, que por ali passava, era o Cordeiro de Deus eles puseram a segui-lo. Um deles era André, irmão de Simão Pedro o qual foi por ele levado até Jesus. Foi quando então esse ouviu de Cristo esta sublime proclamação: “Tu es Simão, o filho de João, doravante chamar-te-ás Cefas” que significa pedra” ( Jo 1,35,42). Eram os primeiros apóstolos e entre eles aquele que era a pedra sobre a qual seria edificada a Igreja. Houve desde os primórdios da vida púbica de Jesus a compreensão do significado profundo do Cordeiro de Deus, o Cordeiro pascal da verdadeira libertação, Cordeiro mudo que seria morto em reparação dos pecados do povo, Cordeiro vencedor que iria fazer desaparecer o mal no mundo. Aos dois primeiros Jesus indaga: “Que procurais vós”? Eis aí o início de todo chamado divino, a história de uma trajetória de todos que através dos tempos se tornariam seus discípulos, cristãos e cristãs de todos os tempos e de todas as raças por Ele atraídos. O Mestre divino, porém, nunca se impondo, mas propondo um caminho que leva à vida eterna. Seguir Jesus seria amá-lo vivendo em plenitude sua doutrina, numa adequação completa a suas mensagens celestiais. Trata-se então de um processo de esforço pessoal rumo a uma conversão contínua, numa abertura sincera do coração, estando-se sempre atento às inspirações divinas. Note-se que Jesus indagou aos dois primeiros que se puseram a segui-lo: “Que procurais vós?”. Eles responderam indagando não “Quem és tu?” ou “Donde vens?”  Que segurança nos proporcionas?”  ou “Quais são as condições para poder seguir-te?”. mas perguntando “Mestre, onde moras?”. Como observam alguns exegetas, esta pergunta está repleta de significado, porque Jesus quereria ser visto como um itinerante, pregador da Boa Nova que Ele viera trazer do céu à terra.  Aqueles primeiros discípulos estavam, porém, demonstrando já fidelidade porque era preciso tempo para ter mais oportunidade de escutar aquele Mestre e, assim, poder acompanhá-lo sem tergiversações. Para isto, contudo, era preciso outros encontros com Ele. Tanto isto é verdade que o verbo morar no Evangelho de São João, segundo muitos exegetas, é o verbo da eternidade e de eternidade que se inicia nesta terra onde se começa a viver com Deus uma relação de confiança e amor. Seria com o passar do tempo que André e o outro discípulo compreenderiam que acompanhar Jesus, seria crescer dia a dia numa fé inabalável nele e isto numa dileção diuturna demostrada na prática de tudo que Ele ensinaria. Assim como o Batista mostrou o Cordeiro de Deus aos dois primeiros apóstolos, André O mostraria a Pedro. Depois em circunstâncias especiais outros seriam chamados para a missão apostólica, permanecendo numa liberdade perseverante. O Evangelho de hoje vem então, lembrar a todos os cristãos a responsabilidade de bem saber testemunhar quem é Jesus, o Cordeiro de Deus para que se comece, de fato, uma caminhada na fé no Filho de Deus, o qual se deve procurar conhecer não por mera curiosidade ou encantamento passageiro, mas através de uma convicção profunda de que só Ele tem palavras de vida eterna e isto fruto de um amor intenso para com Ele. É preciso então examinar como temos seguido Jesus, consciente de sua importância decisiva na vida de cada um. Quem de fato pode dizer com São Paulo “já não sou  quem vive, é Cristo quem vive o em mim” porque, realmente, O segue em plenitude, sente a urgência de O proclamar ao próximo e aos amigos. Verifica-se então uma experiência comunitária, uma experiência de Igreja, experiência que se torna contagiosa e profunda. Cumpre, deste modo, verificar até onde tem sido efetiva nossa capacidade pessoal de transmitir aos outros o nosso amor a Jesus e como é bom O seguir sempre por toda parte. É preciso levar até o Cordeiro de Deus aqueles que se acham longe dele para que Ele lance sobre eles o seu olhar que os vai fazer mudar de atitude numa transformação profunda de vital importância para a espiritualidade eclesial. São inúmeros os que procuram um mestre, uma direção através do testemunho de quem teve a felicidade de chegar até Jesus, levados também a Ele por alguém que O conhecia do fundo do coração, como ocorreu com os primeiros apóstolos. Todo cristão deve sentir a necessidade e o dever de dedicar-se ao apostolado e de contribuir, na medida do possível, para com os movimentos catequéticos paroquiais, se não quer se expor ao perigo de que sua vida espiritual se torne estéril. É grande honra servir a Igreja fazendo crescer nela o número daqueles que conhecem, amam e servem o divino Salvador, o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo. * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

 

O BATISMO DE JESUS NO JORDÃO

Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*

O batismo de Jesus no Rio Jordão se deu num momento religioso marcante. Com efeito, a pregação de São João Batista havia produzido numerosas conversões. Inúmeros os que haviam decidido mudar de vida, abominando seus erros. Procuravam o batismo no rio Jordão em cujas águas viam o sinal desta renovação interior. Embora, Cordeiro Imaculado, sem a mínima mancha de pecado, Jesus valorizou o que então aí se dava e foi também ser batizado pelo seu Precursor (Mc 1,7-11). Com este ato de humildade deu início a sua vida pública, unindo-se àqueles que Ele viera salvar. Momento significativo, solene, no qual a divindade do Redentor foi proclamada pelo Pai: “Tu és o meu Filho amado no qual eu me comprazo”. O mistério de Jesus, verdadeiro homem e verdadeiro Deus, começava a se revelar. Ele o mestre divino a mostrar o valor da renovação interior, numa união com os irmãos e irmãs pecadores, sob a complacência do Pai que está nos céus. Jesus a mostrar a seus seguidores o caminho de uma fé profunda e de uma humildade absoluta, condições para se obter a plena salvação que Ele, o Filho de Deus, viera trazer do céu à terra. Portanto, importantíssima esta passagem do Evangelho de São Marcos, registrando o Batismo de Jesus. Esta cena recorda a todos os cristãos o dia de seu batizado quando foi remido do pecado original, vindo nele habitar a Trindade três vezes santa. Deus presente, fonte viva na qual se imerge mais ainda este eleito do Todo- poderoso Senhor. Assim sendo, o batismo de Jesus foi um mistério de amor, lembrando o grande afeto de Deus para com o homem pecador. Jesus, misturando-se a uma multidão de prevaricadores, foi uma demonstração extraordinária da condescendência divina, como que um escândalo proporcionado pela benevolência de um Deus cheio de ternura para com os seres racionais, abaixando-se até sua pequenez. Assim o gesto de Jesus ao se fazer batizar pelo Batista lá no Jordão continha em si o sentido da vida, da missão, da pregação futura do Redentor até sua crucifixão no alto de uma Cruz. Através dos Evangelhos contemplamos Jesus sempre entre os marginalizados, levando-lhes a dileção do Pai celeste, a ponto de se fazer qualificar de “glutão e beberão” amigo dos publicanos e dos pecadores” (Mt 11,19). Aliás, este mesmo Jesus, batizado no Jordão entre pecadores, lá no Calvário estaria crucificado entre dois malfeitores. No Jordão, se ouviu a voz do Pai e, ao morrer Jesus mais tarde no Gólgota o véu do templo se rasgaria de alto a baixo, sendo estes dois fatos bem significativos, ou seja, aquele que morreria na Cruz era o mesmo que no seu batismo fora proclamado o bem-amado do Pai. Assim sendo, o batismo de Jesus deve nos encher de plena confiança na misericórdia deste Deus compassivo que esteve entre os pecadores nas águas purificadoras do Jordão. Confiança bem inspirada também pelo que se lê no profeta Isaias onde Deus afirma que aqueles que nada têm venham a ele e viverão.  Todas estas reflexões deixam bem claro o motivo pelo qual Jesus quis ser batizado. Um sentido profundo da nova criação do mundo e do homem.  Uma nova gênese, um renascimento. Os céus fechados pelo pecado se abrem e se escuta a voz do Pai. Ali se acham o novo Adão e o universo renovado, santificado, que emerge com Cristo das águas do Jordão. O homem que seria regenerado pelas águas do sacramento do batismo se tornaria filho de Deus, pois Jesus era o Filho bem-amado do Pai. Belíssimas mensagens que fluem   da comemoração do batismo de Jesus. Elas nos levam a valorizar ao máximo as fontes vivas de nosso próprio batismo para aí encontrar as forças novas de uma vigorosa espiritualidade. Degustemos então as palavras de São Clemente de Alexandria: “Toda nossa vida é uma primavera porque nós temos em nós a Verdade que não envelhece e esta Verdade irriga toda a nossa existência.  Não nos esqueçamos finalmente que as águas do Jordão nas quais deparamos a proclamação da divindade do Redentor nos lembram que lá no Calvário do lado aberto do Salvador jorraram   sangue e água, que continuam a jorrar cada dia na Igreja, porque foram a figura da água do batismo de todos os cristãos. Como outrora no Jordão a voz do Pai continua a testemunhar através dos tempos que este Jesus é seu Filho bem-amado. * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

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