JESUS O MESSIAS
Côn.
José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Do cárcere, no qual se
encontrava aprisionado pelo ímpio tetrarca Herodes Antipas, João Batista enviou
uma delegação de seus discípulos para indagarem oficialmente a Jesus se Ele era
o Messias (Mt 11,2-11). Não que ele duvidasse disto, mas para oferecer a Cristo
uma oportunidade de confirmar esta verdade. A resposta de Jesus, aludindo à
profecia de Isaias que falava dos prodígios que o Messias operaria, encerrou-
se com uma declaração definitiva: “E bem-aventurado o que não encontrar em mim
ocasião de tropeço”. Estas palavras de Jesus constituem um alerta para seus
seguidores através dos tempos, inclusive para cada um de nós que vivemos neste
século 21, próximos do Natal de 2019. Devem servir para robustecer a fé naquele
que é verdadeiramente o Messias, o Filho de Deus encarnado, no qual se deve
depositar toda esperança, não obstante as dificuldades que sua Igreja continua
enfrentando. Tantos falsos profetas que surgem, multiplicando-se por toda parte
as mais variadas seitas, sendo que os meios de comunicação social deixam a
impressão de que a Igreja Católica em muitos lugares está a perder seu espaço,
dado o estardalhaço com que as forças do mal ocupam o noticiário de cada dia.
Não se deve, porém, querer uma Igreja Católica triunfante, livre de todas as incoerências
propaladas pelo espírito do mal. Entretanto, é justamente por isto que, mais do
que nunca, através de uma evangelização constante os verdadeiros seguidores de
Cristo devem sair das falsas certezas lançadas pelo espírito do mal para lutar
pelo triunfo da verdade. Como no tempo de João Batista a palavra de Jesus é
recebida e vivida por inúmeros que baseiam sua vida na plenitude da revelação,
certos de que, não obstante tantos problemas, está viva a Igreja “una, santa,
católica e apostólica”. Nesta Igreja está a força da salvação e prodígios são
operados pela unidade e realismo de uma ação católica persistente. É preciso
crer firmemente que Cristo é o salvador absoluto do mundo e seus verdadeiros discípulos
devem agir, onde quer que estejam, incentivando comunidades fervorosas e fiéis.
É por isto que felizmente, em inúmeros lugares, cristãos que se desgararamm da
verdadeira Igreja retornam em busca da plenitude dos meios de salvação
oferecidos pelos sacramentos e pelos demais recursos espirituais como a
presença poderosa de Maria, sempre invocada com grande confiança. São cristãos
que se sentem irmãos em redor da mesma Eucaristia. Por isto mesmo cumpre aos
verdadeiros fiéis com o aproximar do Natal aprofundar sua responsabilidade para
que o mundo seja melhor. Isto se dá pelo aaprimoramento do relacionamento com
aquele que é o Messias prometido. Trata-se de uma descida no interior de si
mesmo para afastar todo resquício de vaidade, de egoísmo, de falta de amor.
Quanto mais o discípulo de Jesus se aperfeiçoa espiritualmente, tanto mais o
bem se irradia mundo todo. É deste modo que se pode modificar a dureza do
coração daqueles que querem um Messias segundo seus próprios interesses. No
elogio que Jesus fez de João Batista está um roteiro a fim de que cada um se
examine para melhorar sempre mais sua conduta e
realizar o desejo de Cristo:
“Brilhe a vossa luz diante dos homens para que vejam vossas boas obras e
glorifiguem o Pai que está no céus” (Mt
5,16 ). Cristo apresenta o Precursor como um homem de caráter enérgico e
corajoso, de existência austera e penitente. Para que o Natal não seja apenas
uma data festiva, Jesus está a interpelar cada um de seus seguidores. Ele quer
que quebremos as resistências para sair de qualquer mediocridade ou torpor
espiritual. Então, sim, o Natal terá um profundo sentido, transmitindo todo o
seu valor espiritual que vai além de meras comemorações exteriores. Jesus encontrará
corações que se prepararam para acolhê-lo, dispostos a viver ainda mais
intensamente seu Evangelho. Cumpre remar contra a corrente do mal que avassala
uma sociedade mais voltada para bens materiais e prazeres mundanos do que para
os ensinamentos que o Filho de Deus veio trazer a esta terra. Estes oferecem uma
existência melhor do que aquela que o mundo reserva aos incautos que se deixam
levar por falsas promessas. Para quem
capta a autêntica mensagem do Natal fulge então uma esperança diversa da que uma sociedade materializada falsamente garante. Muitos se esquecem que o Filho de Deus se encarnou e nasceu entre
nós para ensinar um modo de vida que ultrapassa os limites terrenos,
transformando os corações. A aproximação do Natal deve levar o cristão a uma
profunda reflexão. É preciso verificar qual o Messias que se espera: Aquele
criado pelos meios de comunicação social ou Aquele que oferece a verdadeira
felicidade. *Professor no Seminário de
Mariana durante 40 anos.
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