segunda-feira, 26 de novembro de 2018

VELAR E ORAR EM TODO O TEMPO


VELAR E ORAR EM TODO O TEMPO
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
No início do Advento ressoa a advertência de Jesus ao falar sobre o fim do mundo: “Velai, pois, orando em todo o tempo [...] para que possais estar firmes na presença do Filho do homem” (Luc 21, 25-28. 34-36). Iluminados pela graça divina cumpre aos cristãos abrir seus corações à inteligência do mistério das vindas do Salvador a esta terra no Natal e na consumação dos séculos. Advento é então um tempo especial que leva cada um a escapar de tudo que possa impedir a recepção das graças desses dois fatos extraordinários. Preparar-se para a comemoração do nascimento do Redentor da humanidade e de seu retorno no julgamento derradeiro com muito amor no coração. São João da Cruz asseverou que no termo da existência cada um será julgado pelo amor. Donde ser necessária vigilância e oração imersas na dileção divina. É o amor às realidades sobrenaturais que impedirá o torpor espiritual e dará continuamente condições para uma revisão de vida.  O Advento consiste então em olhar no silêncio de preces fervorosas o próprio coração para retirar as obscuridades dissimuladas no interior de si mesmo. Desta maneira o cristão se torna atento escutando na oração a voz de Deus e passa a ver como tudo que o mundo oferece é irremediavelmente limitado. É que para se chegar junto do Presépio será urgente restaurar uma visão realista dos bens que passam para se fixar naquilo que é eterno.  A prece oferece, de fato, este desejo de receber a plenitude das bênçãos do Natal e a vigilância para estar de pé junto de Cristo que, um dia, retornará não numa pobre manjedoura, mas com todo poder e majestade. Desta maneira, a precariedade humana pode ser vencida a fim de conhecer a libertação dos que compreenderam o significado da redenção que Cristo a todos veio oferecer. Indo até o Menino Jesus no seu Natal, renovados por Ele, se poderá chegar até Ele no julgamento final, dado que não se cessou nunca de aguardá-lo durante esta peregrinação terrena. No fim do mundo aquele que esteve no mundo, sem ser do mundo, deparará com uma vitória gratificante repleta de esplendor. Eis porque no início do novo ano litúrgico, neste primeiro domingo do Advento, a Igreja apresenta um texto do Evangelho realmente apocalíptico. A descrição feita por Cristo longe, porém, de causar assombro, gerando pânico, envolve em esperanças fagueiras. Quem viver com Jesus, restaurando suas forças espirituais em cada Natal, nada terá a temer quando ele se manifestar como Juiz dos vivos e dos mortos. Eis aí o resultado feliz da vigilância e da oração. O amor gratuito e infinito de Deus sustenta a expectativa daquilo que Ele reserva aos que lhe forem fiéis na trajetória terrena. Trata-se da espera de um Reino eterno na mais absoluta felicidade que será alcançada com as maravilhosas dádivas com os quais o Senhor cumula ininterruptamente a todos. A Palavra revelada por Deus esclarece a vida humana no seu cotidiano, levando o fiel a se imergir neste conhecimento de Deus que é amor. O homem foi criado por este amor e no amor divino é recreado. Entretanto, este Deus respeita sempre a liberdade de sua criatura racional. É livremente que se  vai até o Presépio para um dia estar sereno na parusia do Filho de Deus, que virá consumar a história dos homens. O anelo da parusia se torna assim um elemento importante na vida cristã, Os seguidores de Cristo são, deste modo, parte da humanidade que aguarda sempre o dia daquele que veio e  que vem sem cessar, progressivamente, na marcha irreversível dos acontecimentos pessoais e universais. A ida ao Presépio e o desejo do retorno de Jesus no fim do mundo caracterizam o combate da fé, sustentado cada um pela graça obtida na vigilância e na prece ardente. Nesta peleja espiritual não falta nunca a proteção divina para os que têm um coração sincero e atento. A manifestação de Deus no mistério de Jesus é um processo inteiramente interior, solidificando o cristão todos os dias até o juízo universal. Com ele cada um tem força e vigor para enfrentar as lutas cotidianas e nunca desfalecer. Mensagens sublimes que iluminam as quatro semanas que preparam a grande solenidade do Natal e fortalece a certeza de que, no retorno glorioso de Jesus, cada um estará firme, vitorioso, de pé, diante dele, dado que, vigilante e religioso, esteve sempre unido a Ele. * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

A REALEZA DO REI DO UNIVERSO


01 A REALEZA DO REI DO UNIVERSO
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
No tribunal no qual foi julgado Jesus proclamou solenemente sua realeza ao responder à indagação se Ele era, de fato, rei. Declarou claramente a Pilatos: ”Tu o disseste eu sou rei” (Jo 18, 33-37).  A essência de sua missão régia era “dar testemunho da verdade”. Esta verdade era Ele mesmo e, portanto, acatá-lo seria receber uma verdadeira consistência espiritual para dilatar seu reinado através dos tempos. Deste vigor interior de seu seguidor viriam as luzes para pensar corretamente e a coragem de agir segundo seus ensinamentos. De fato, Ele é rei que instila nos corações a energia para irradiar a bondade e a misericórdia. Em torno dele surgiriam sempre novos modos de relações entre os seres humanos hauridas no amor de seu divino coração. Seu reino seria então um reino de fraternidade e de paz, numa luta constante contra o mal. Trata-se do combate às causas permanentes de violências e de ódio que são a injustiça, a miséria, a dominação ou a exploração, a corrupção ou a exclusão social. Com Ele seus súditos deveriam sempre ser sinais de seu amor, construtores de seu Reino, dado que Ele é o vencedor do mal e da morte. Esta sempre foi e será a missão do cristão: dar ao mundo a verdadeira imagem de Cristo Rei. Ele um soberano que se colocou inteiramente ao serviço dos homens, criados à semelhança do Pai. É sendo humilde e serviçal aos outros que seu discípulo entra no grande movimento dos desígnios do amor divino numa abertura para acolher a irrupção de Deus na história, desenvolvendo uma atitude de atenção e cordialidade para com todos. Quem realmente pertence a Cristo Rei ajuda o próximo nas inquietudes da vida, a ter confiança no dia a dia através da paciência e da perseverança que devem ser distintivos de quem se submete a este Rei. Realiza-se deste modo a comunhão no imenso movimento de amor que pulsa dentro do Reino de Cristo. Na solenidade de hoje se pode perceber ao vivo a união de todos os batizados em torno de seu Soberano e Senhor. Com Ele será sempre possível dominar as forças do mal não sendo o cristão cúmplice das iniquidades que campeiam no mundo. A mensagem da solenidade de Cristo Rei se torna então uma mensagem de otimismo porque aos que creem é comunicada a tarefa de dilatar a vitória do bem e da verdade. Para indicar o caminho do justo a Bíblia usa a imagem dos opostos, ou seja, o caminho de Deus e o caminho do perverso, daquele que não se submete ao Reino divino. São duas vias opostas. Neste mundo se vive nas fronteiras da luz e das trevas e aí reside a responsabilidade dos que pertencem a Cristo Rei que é difundir a claridade, afastando as sombras do erro e do pecado. Cumpre fazer prevalecer a radicalidade da verdade que deve se sobrepor à ausência da compaixão e misericórdia. O seguidor de Cristo Rei projeta sua luz no futuro da história da humanidade e de sua história pessoal. As misérias do mundo presente com seus horrores passarão. Raiará o dia no qual Cristo Rei vencerá todas as potências infernais. Assim sendo, no coração da humanidade, o seguidor deste Rei imortal dos séculos se enche de esperanças porque chamado por Cristo a participar de sua obra de salvação na vida familiar, profissional, social, vigilante para jamais trair seu soberano senhor. É que a fé invisível que habita o coração do súdito de Cristo Rei ilumina a sociedade, mesmo porque a força do bem é superior a todas as invectivas do mal. Desse modo, a festa de Cristo Rei deve levar a todos a entrar no mistério de Jesus do qual se quer ser discípulo fiel e sincero. A lição a reter então nesta festa, recordando que Cristo é o Rei do Universo, é que não se pode duvidar da importância dos esforços pessoais para levar por toda parte a verdadeira visão do império da virtude sobre todos os erros, sendo cada um o sinal indissociável da santidade que faz ver a presença de Jesus onde quer que o cristão esteja. Isto de modo especial manifestando o interesse pelos pobres, pelos mais necessitados num contínuo serviço ao próximo.  É desse modo que se faz Jesus seja conhecido por toda parte, visto como o Rei perfeito que tem o poder de transformar seus seguidores à sua imagem, se estes, de fato, correspondem a suas intervenções dentro de seus corações. Foi o que aconteceu com os santos, com aqueles que já se acham no Reino dos céus e que continuam a convidar os seus devotos a imitá-los. Para eles Cristo foi o Rei de suas inteligências e O receberam com toda a submissão, numa obediência total da fé. Aqui na terra Ele se tornara para os bons o Rei de suas vontades pela impulsão e inspirações que sempre lhes ofereceu, inflamando seus sentimentos para as mais nobres ações. Por tudo isto aqueles que já se acham no Reino do Céu, neste mundo, O tiveram sempre como Rei de seus corações, imersos no seu imenso amor. Portanto, saibamos também nós imitá-los e com eles estaremos com Cristo Rei por toda a eternidade.  . * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.








segunda-feira, 12 de novembro de 2018

OBRAS DE MISERICÓRDIA CORPORAIS E ESPIRITUAIS


OBRAS DE MISERICÓRDIA CORPORAIS E ESPIRITUAIS
1 INTRODUÇÃO
Fomos criados na misericórdia e para a misericórdia. Jesus foi claro: “Sede misericordiosos como o Pai celeste é misericordioso” (Lc 6,36-38).
Sem Misericórdia surgem atitudes  que  afetam a harmonia consigo mesmo e  com o próximo..
A falta de misericórdia gera uma atitude negativa, levando a uma insegurança existencial.
Isto provoca muita vulnerabilidade e leva até a comportamentos indesejáveis, ocasionados pela impulsividade ou pela incapacidade de conseguir  autocontrolar-se  e de se ter uma visão menos deturpada de uma situação que pode e deve ser contornada
Cumpre mostrar o rosto de Deus em todas as situações da vida, na vivência e testemunho da caridade  misericordiosa deste Deus que é amor infinito.
Isto porque a misericórdia como o amor, deve ser uma ação viva, contínua, dinâmica e concreta. Eis porque são de suma importância as obras de misericórdia pelas quais o cristão vive o preceito de Cristo que o leva a ser misericordioso.
As  sete Obras de misericórdia corporais encontram-se, na sua maioria, numa lista enunciada por Jesus na descrição do Juízo Final (Mt 25,31-46).
 A lista das sete Obras de misericórdia espirituais tirou-a a Igreja, através dos teólogos, de outros textos que se encontram ao longo da Bíblia e de atitudes e ensinamentos do próprio Cristo.  Santo Tomás a elas se refere na Suma Teológica (II-II, q. 32, a. 2)

As obras de misericórdia corporais são:
1)Dar de comer a que tem fome
2) Dar de beber a quem tem sede
3) Dar pousada aos peregrinos
4) Vestir os nus
5) Visitar os enfermos
6) Visitar os presos
7) Enterrar os mortos
As Obras de misericórdia espirituais:
1)Ensinar os ignorantes
2) Dar bom conselho
3) Corrigir os que erram
4) Perdoar as injúrias
5) Consolar os tristes
6) Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo
7) Rezar a Deus por vivos e mortos
2 AS SETE OBRAS DE MISERICÓRDIA CORPORAIS
 2.1  Dar de comer a quem tem fome.
Jesus preocupou-se  com a fome dos que O seguiam. A cena da multiplicação dos pães é uma das narrativas mais comoventes, Cerca de cinco mil homens comeram à saciedade naquele lugar deserto.
 As obras sociais da Igreja providenciam então alimento através de promoções como as cestas básicas com quilos de comida, sopas servidas com muito amor.
Luta contínua para que haja da parte dos governantes políticas que afastem a causa da fome e a todos os fiéis inocula o senso da partilha.
 2.2  Dar de beber a quem tem sede
            Claras as palavras de Cristo: “Todo aquele que der ainda que seja somente um copo de água fresca a um destes pequeninos, porque é meu discípulo, em verdade eu vos digo: não perderá sua recompensa”  (Mt 10, 42).
Daí a necessidade do cuidado com água que pode vir a faltar por causa do desperdício. Em casa as torneiras bem fechadas e o uso racional do precioso líquido ao tomar o banho, na cozinha, na limpeza da casa. Usar a vassoura sempre no passeio em frente à moradia e em outros compartimentos da casa sobretudo na cozinha.

 2.3  Dar pousada aos peregrinos.
Sobretudo nos dias de hoje todo cuidado é pouco no que tange as pessoas desconhecidas, mas trata-se de receber bem parentes e amigos quando de suas visitas. Incentivar continuamente as políticas habitacionais e as associações que acolhem os sem teto. Apoio ao “Lar dos velhinhos” e outras iniciativas que visam minimizar as dificuldades de quem procura um lugar para morar.  Ajudar os membros  da Sociedade de São Vicente de Paulo
2.4 Vestir os nus
Jesus exortou: “Quem tem duas túnicas dê uma ao que não tem” (Lc 3, 11a) O apóstolo Tiago  decoficou magnificamente este preceito: “Se a um irmão ou a uma irmã faltarem roupas e o alimento cotidiano,  e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, mas não lhes der o necessário para o corpo, de que lhes aproveitará?”. (Tg 2, 15-17). Daí a colaboração com os bazares que são feitos junto às Igrejas e com os Vicentinos que conhecem de perto os mais necessitados. O      que estiver inútil no guarda roupa oferecer a estas entidades beneficentes ou diretamente a quem se conhece e não tem como bem se vestir.
2.5  Visitar os enfermos
  Jesus acolheu, atendeu, socorreu e curou os doentes. As  vezes eram levados a Ele no entardecer  (Mc 1,32-34) em outras ocasiões pediam que Ele fosse até a casa do enfermo, como fez o oficial que solicitou a cura do filho que estava morrendo (Jo, 4, 46-53). Na casa de Pedro, curou sua sogra (Mt 8, 14-15). Sua mãe, Maria Santíssima, mesmo grávida, andou quilômetros para ajudar e pôr-se a serviço da idosa Isabel, sua prima, grávida de seis meses.
Esta obra de misericórdia deve ser exercida em casa ou junto dos parentes e amigos, sobretudo, por ocasião de doenças longas e, às vezes irreversíveis.
Trata-se também de um trabalho voluntário em hospitais, asilos, e casas de recuperação terapêutica. Estende-se a uma pastoral urbana que visite e acompanhe aqueles que, nos grandes centros urbanos vivem a dor de sua enfermidade na solidão, e no esquecimento. Interessar-se pela pastoral da saúde.
Estar perto de quem sofre é estar servindo ao próprio Cristo.
Ajudar na compra dos remédios e roupas que se fizerem necessárias. Amparar com as orações que operam maravilhas. Por incrível que pareça, estava a redigir este tópico quando o telefone tocou e era uma senhora a pedir para sua mãe de 95 anos que estava sofrendo com terrível dor de cabeça, sendo que a uma outra pessoa da família a oração por ela fora por este sacerdote feita resultou na sua cura.
 2.6 Visitar os prisioneiros
Jesus foi também taxativo: “Estava preso e me visitaste” ( Mt 25,36). É claro que toda prudência é necessária e a visita aos presidiários nem sempre é conveniente.
Ajudar, porém, aqueles que se entregam à pastoral carcerária dentro das normas vigentes.
Junto das autoridades se pode influenciar para que haja um tratamento humano aos que erraram e cumprem pena.
Não se esquecer das famílias dos que estão presos, pois toda palavra de conforto é saudável em todos os sentidos.
            2,7 Enterrar os mortos
Lemos no Livro de Tobias que ele “com uma solicitude toda particular, sepultava os defuntos e os que tinham sido mortos (Tb 1, 20).
 Está no Novo Catecismo da Igreja Católica: “Os corpos dos defuntos devem ser tratados com respeito e caridade, na fé e na esperança da ressurreição. O enterro dos mortos é uma obra de misericórdia corporal que honra os filhos de Deus, templos do Espírito Santo” (CIC § 2300).
Ir ao velório de parentes e amigos é sumamente louvável, além do conforto das palavras as preces diante do falecido têm valor especial diante de Deus e dos familiares.
Cuidar dos túmulos da própria família e insistir junto dos governantes para que zelem pelos cemitérios.

 3 AS SETE OBRAS DE MISERICÓRDIA ESPIRITUAL
3.1 Ensinar os ignorantes
Interessar-se pela catequese, orientar os que estão no caminho do pecado, mostrar os valores dogmáticos e morais da Bíblia, dar bom exemplo.
A evangelização é contínua e deve ser feita criteriosamente, levando  a luz do Evangelho  aos que ignoram as maravilhas de tudo que Deus revelou.
São Paulo alertou: “A palavra de Cristo permaneça em vós com toda sua riqueza, de sorte que com toda sabedoria possais instruir e exortar-vos mutuamente.” (Col 3, 16).
 Pela oração constante, pela vivência pessoal da religião e pela ação oportuna se pode tirar da ignorância os que desconhecem a verdade ou andam pelos caminhos do pecado.
3.2 Dar bom conselho
  Trata-se de imitar a Deus, porque diz o salmista: “Bendito o Senhor que me aconselha, mesmo de noite a consciência me admoesta (Sl 16, 7). É  um dos sete dons do Espírito Santo
É o hábito sobrenatural que perfeiçoa a virtude da prudência, fazendo-nos julgar pronta e seguramente por uma espécie de intuição sobrenatural, o que convém  dizer aos outros, sobretudo nos casos dificultosos.
 O objetivo é a boa direção das ações do cristão, orientando a quem precisa.
Grave omissão é de quem pode e não oferece bons conselhos.
Antes de falar verificar se o próprio conselheiro vive o que vai dizer ao outro. Depois invocar as luzes do Espírito Santo.
 Falar no momento certo com palavras acertadas ditas com muito discernimento.
3.3 Corrigir os que erram
Para Santo Agostinho a correção fraterna deve ser mansa e com caridade. Indica três pontos importantes que devem ser levados em consideração todas as vezes que nos é necessário corrigir alguém, são eles: 
 Nunca se corrige alguém quando estamos perturbados; nunca quando o outro está perturbado e nunca em público.
 Sempre se inicia a conversa indicando um ponto positivo da pessoa, palavras de ânimo e incentivo.
lar a verdade num momento importuno é um desastre.
Primeiro se deve rezar, depois aguardar o instante adequado empregando uma maneira de falar que não figure uma censura, mas o desejo de realmente ajudar. 
Davi era temente a Deus, desejava de todo o coração segui-lo e amá-lo; porém, era fraco e cego pelo pecado, por isso, precisou que o profeta Natã viesse corrigi-lo e  lhe mostrar a verdade. Todos nós necessitamos de um “Natã”, ou seja, alguém capaz de alertar, exortar e ordenar novamente nossas atitudes para a vontade de Deus. Todos nós também necessitamos de um coração semelhante ao de Davi; capaz de reconhecer o erro, arrepender-se e pedir perdão e finalmente retroceder do caminho que leva para longe de Deus.
3.4 – Perdoar as injúrias
Eis o ensinamento de Jesus: “Se perdoardes aos homens as suas ofensas, vosso Pai celeste também vos perdoará. Mas se não perdoardes aos homens, também vosso Pai  não vos perdoará.” (Mt  6, 14-15).
 São Paulo decodificou bem o que Cristo doutrinou e escreveu aos Colossenses: “Suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos mutuamente toda vez que tiverdes queixas contra os outros. Como o Senhor vos perdoou, assim perdoai  também vós” (Col 3, 13).
 Este perdão deve ser constante e sem limites (Mt 18, 21-23).Perdoar de coração  leva a esquecer toda injustiça sofrida e a orar pelo ofensor  desejando-lhe tudo de bom.
Diante de uma ofensa, de uma agressão, de um ataque o primeiro movimento meramente humano é cair na defensiva e revidar. Isto ao invés de resolver o problema o agrava, pois o contra-ataque nada  resolve. A falta de perdão lança numa espiral de erros, numa escalada de contradições.
O perdão ensinado por Jesus é um ato de libertação interior, não é uma fraqueza, uma tolice. Ao contrário, é uma prova de que alguém não se deixa dominar pela maldade que seu adversário lhe proporciona e desfaz o círculo malévolo da violência, da incompreensão.
O perdão é sempre um ato criador de harmonia.
Ele permite recrear a relação que foi destruída. É um veemente apelo para que o mal não tenha nunca a última palavra, mas dê lugar a um ato de dileção.
Amar apesar de tudo, acima de tudo, não obstante tudo, apesar da atitude malévola do próximo. Isto é possível quando se considera constantemente a que ponto Deus ama a cada um de nós com uma  ternura de Pai, de Amigo, e ama apesar dos pecados cometidos contra Ele.
 É preciso sempre se imergir na imensidade de Sua misericórdia para difundir clemência em todas as circunstâncias por mais penosas que sejam. Eis aí a chave do perdão.
Quem age como filho e filha de Deus, andando sob o Seu amor, é possível perdoar. Quem experimenta o quanto é amado pelo Pai do céu, tem a força insuperável de anistiar as ofensas alheias.
Como é bom imitar Jesus que insultado, vilipendiado no alto de uma Cruz indultava seus ferozes inimigos: “Pai perdoa-lhes eles não sabem o que fazem”.
 É sempre necessário analisar a razão última das atitudes agressivas do próximo, pois isto facilita relevar-lhe o insulto, a perversidade.
Nunca se medita demais nas palavras do Pai Nosso: “Perdoai nossas ofensas como nós perdoamos a quem nos ofendeu
            3.5 Consolar os tristes
São Paulo, prisioneiro, confortava as comunidades em suas tribulações, tristezas e sentia-se confortado por elas (At 16,40.20,1; 2Cor 2,7; Col 2,2). 
Todos nós passamos  por instantes de angustia, medo, tristeza, desânimo, todos nós devemos superar estes momentos e procurar consolar os tristes. Terrível a angústia de Jesus no Horto das Oliveiras (Mt 26, 37 ss) e um anjo do céu veio confortá-lo (Lc 22,43).
 No contexto atual multiplicam-se as causas de depressão e é um dever do cristão ser arrimo para com os que sofrem entregues ao desânimo. Rezar por eles e lhes levar palavras de conforto. Jesus consolou Marta e Maria ao ensejo da morte de Lázaro (Jo 11,19).
São Paulo explica qual deve ser a atitude do cristão: “Bendito seja Deus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias, Deus de toda a consolação,  que nos conforta em todas as nossas tribulações, para que, pela consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus, possamos consolar os que estão em qualquer angústia!” (2 Cor 1, 3-4).
Eis o que Ele disse aos Tessalonicenses: “Consolai-vos mutuamente e edificai-vos uns aos outros.” (1Tes 5, 11). Procurar cada um não ser causa de aborrecimentos para os outros em casa e em qualquer lugar. Não ser indiferente às tragédias alheias e perceber sempre o amargor das lágrimas dos sofredores.
3.6  Suportar com paciência as  fraquezas do próximo
Este o conselho de São  Paulo aos Tessalonicenses: “Tende paciência para com todos” ( 1 Tes 5,14). Aos Romanos ele dizia: “Ora, nós que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos que menos o são” (Rom 15,1)
A prática da paciência  sobrepuja a tudo o mais no relacionamento diário e é de grande proveito para  a vida social. É que a paciência é a arte de tocar o coração  dos que padecem.
A paciência é a chave que abre as portas do coração do sofredor  e leva remédio aos seus males. Donde o imenso valor da jaculatória: Jesus manso e humilde de coração fazei o meu coração semelhante ao vosso”.
3.7 Rezar  a Deus pelos vivos e pelos mortos
A oração do cristão é uma voz poderosa que penetra até o céu e abre os tesouros divinos. Tal a promessa explícita de Jesus: “Pedi e recebereis; buscai e achareis; batei e se vos abrirá, porque aquele que pede recebe e o que procura acha e ao que bate se lhe abrirá” (Mt 7,7).
Aliás, o divino Redentor não deixou dúvida alguma sobre esta sua assertiva, dado que também disse: “Tudo que pedirdes em meu nome, fá-lo-ei, para que o Pai seja glorificado no Filho” (Jô 14,13).
Desta forma, Cristo empenhou sua palavra e se obrigou na pessoa do Pai a tudo conceder a quem piedosamente orasse.
Uma prova do valor da oração mostram os mais significativos edifícios da terra que são os consagrados às preces dos fiéis, desde as pequenas capelas até os grandes templos e majestosas catedrais e basílicas nos quais ecoam os mais belos hinos que são as preces dirigidas ao céu.
  A oração é a fonte de todas as bênçãos para a humanidade e tão importante para o homem como a chuva é necessária às sementeiras, a água ao peixe e o sol à natureza.
Cumpre rezar também pelos mortos.
 Daí a importância da oração pelas almas do purgatório. A alma ao sair deste mundo, não estando completamente purificada, deve expiar durante algum tempo os erros cometidos antes de entrar na glória eterna.
Se ela traz algum vestígio de pecado ou porque cometeram faltas leves e não as tenha expiado suficientemente neste mundo, bem como no caso dos pecados mortais já perdoados e não reparados nesta trajetória terrena, não pode entrar no céu. Purificam-se no purgatório e podem ser amparadas pelas orações dos fiéis e pelos sacrifícios oferecidos a Deus por elas.
Essas almas têm a graça de Deus e, portanto, a salvação é certa para elas, mas a justiça divina reclama a purificação total antes da entrada no céu..
O dogma da comunhão dos santos mostra que se pode, de fato, abreviar as penas dos que sofrem nesta antecâmara do céu.
Aliás, todo o mês de novembro é dedicado às almas que lá se encontram. Saibamos, porém, sufragá-las com nossas orações  e sacrifícios durante todo o ano, pois, se um dia tivermos que por lá passar, Deus fará que outros se lembrem de nós.
Nunca se lembra demais a passagem do Segundo Livro dos Macabeus: “Santo e salutar esse pensamento de orar pelos mortos, para que sejam livres dos seus pecados" (2 Mc 12, 45).

4. CONCLUSÃO*
* As obras de misericórdia corporais e espirituais nos ajudam a sermos mais perfeitos
* Praticando as obras de misericórdia corporais e espirituais o cristão se aprimora espiritualmente
e ajuda a construir um mundo melhor
* Pelas obras de misericórdia corporais e espirituais entramos em comunhão com os vivos e os             mortos
 *As 14 obras de misericórdia encontram sua perfeição e seu modelo em Cristo que as ensinou e praticou (Jo 13,15).
* Os justos do Antigo Testamento e todos os santos do Novo Testamento as continuamente as exercitaram e através delas chegaram a uma notável perfeição.



PERENIDADE DAS PALAVRAS DE JESUS

PERENIDADE DAS PALAVRAS DE JESUS
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
            Os textos que se referem ao fim do mundo longe de fixarem uma tragédia, lançam fulgores de esperança anunciando a nova vinda de Cristo (Mc 13,24-32). Esta é a boa nova do Evangelho de hoje. Isto dulcifica as imagens que a apreensão dos tempos escatológicos poderia suscitar. Cumpre ultrapassar a terribilidade dos últimos eventos da história do mundo com esta certeza dada por Jesus de seu retorno com muita potência e glória. Aliás, deixando de lado o que ocorrerá no fim do mundo, qualquer contexto da história está profundamente marcado pela violência, pela injustiça e pelo ódio. Ao anunciar o término da história Jesus proclama, porém o nascimento de uma nova era na qual Deus será tudo em todos e não haverá mais choro, nem desgraças físicas e morais. Então reinará a liberdade, a igualdade e a fraternidade. É para este mundo novo que caminha a humanidade, mas é preciso que até lá sejam mobilizadas todas as energias, almejando sempre a vitória do bem e das virtudes, pela valorização do tempo presente. Antes do cataclismo final que tudo transformará é necessário preparar a segunda vinda do Filho de Deus a esta terra. Na nossa peregrinação terrena, contudo, Jesus está continuamente próximo dos que O temem e O amam. Diante, porém, da miséria e dos pecados o principal é se mergulhar no poder e no amor do divino Salvador. Coração sempre aberto para acolhê-lo e para viver na sua intimidade. São Paulo então pôde escrever: “Não há proporção alguma entre as tribulações presentes e a glória que Deus vai revelar em nós” (Rm 8,18). Cumpre, pois, um encontro transformante com este Deus na fé em Jesus o qual deve estar no coração de cada um que lhe é fiel, convidando a uma esperança constante “até que Ele venha” (1 Cor 11,26). Estar unido a Cristo significa viver em plenitude suas lições de vida e santidade. Sua palavra sempre colocada acima das ilusões terrenas e passageiras. A perenidade das mensagens do Verbo de Deus encarnado se sobrepõe à fugacidade dos eventos exteriores. O tempo do verdadeiro seguidor de Cristo é o tempo do amor a Deus e ao próximo, o que oferece consistência a suas ações até a revelação total do mistério divino. É preciso, deste modo, vivificar a capacidade da espera do dia do Senhor. Jesus é o mestre infalível que mostrou claramente que se pode ir a Deus com confiança absoluta.  Com efeito, diz a Carta aos Hebreus que Ele ”com uma só oblação tornou perfeitos para sempre os que são santificados”. É que o encontro com Deus não se dará apenas no final da vida de cada um ou na consumação dos séculos, mas deve se dar todos os dias. É toda a vida do cristão que se torna uma oferenda a Ele em união com a oferenda da própria vida. Este sacrifício espiritual culminará no juízo final. Então os que se firmaram na palavra perene de Jesus estarão de corpo e alma na glória do céu pelos séculos sem fim. Assim sendo, está afastado o medo e reina a mais fúlgida esperança. A vitória final dos bons consagrará a perenidade do que Cristo ensinou, vencida inteiramente a malícia humana pela hora do imenso amor e enorme solicitude do divino Redentor, triunfante com todos os seus fiéis discípulos por toda a eternidade. Desta maneira é com plena serenidade que se deve abordar o fim do tempo. Cristo veio pela primeira vez para salvar o mundo e Ele afirmou a Nicodemos que o Pai “enviou o seu filho não para julgar o mundo, mas para que por ele o mundo fosse salvo" (Jo 3,17). É de se notar que no Evangelho de hoje São Marcos não fala nem de castigo, nem de punição, nem de condenação, mas da realização de uma grande cena: “Então se verá o Filho do Homem vir sobre as nuvens”. Dar-se-á a concretização plena da prece ensinada por Cristo; “Venha a nós o vosso reino”. Através da história guerras, as mais variadas agressões no seio das sociedades, desastres naturais, epidemias, perversidades morais, escândalos, moléstias terminais. Um dia, porém, imperará a ventura perene com a reunião “dos eleitos dos quatro ventos, do extremo da terra ao extremo do céu”. Felizes os que estiverem arrolados entre estes eleitos, porque asseverou Jesus: “Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não hão de passar”. Encarnemos então suas palavras em nossas vidas, lembrando sempre o que Ele aconselhou: “Não tenhais medo, eu estou convosco todos os dias até o fim dos tempos” (Mt 28,20). *Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

MEIO DE CRESCIMENTO ESPIRITUAL DE SANTIFICAÇÃO


ASC E JSC:  MEIO DE CRESCIMENTO ESPIRITUAL DE SANTIFICAÇÃO
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
1       NORMAS DE UMA CONDUTA CRISTÃ
1.1 Objetivo: progresso na vida espiritual
1,2 Elementos
      * Emprego consciente do tempo
                  Menos celular, televisão, conversas inúteis
                  Mais estudo, oração e cuidado com a saúde
                  Menos vaidade e complacência pessoal
                  Mais aplicação  no estudo para ajudar o próximo como bom profissional
      * Invocação  humilde do vigor do Espírito Santo
                  Seguir então sempre as inspirações divinas
                  Dominar, em consequência, as paixões condenáveis
                  Constância, paciência e perseverança
                  Vencer deste modo a negligência, a indolência  e o desleixo
      * Não se deixar guiar pelas mensagens deletérias da mídia
                  Não ser joguete  das ciladas do inimigo
                  Nada de sites pornográficos, lascivos, imorais
2       A CONVERSÃO NECESSÁRIA E ININTERRUPTA: METANOIA
2.1  São João Batista alertava: : "Convertei-vos, porque o reino dos céus está próximo [...] Produzi frutos que provem a vossa conversão” (Mt 3, 2.8).
2.2  No profeta Ezequiel está uma explicação desta atitude a ser tomada: “Convertei-vos! Afastai-vos do mau caminho que seguis; por que haveis de perecer, ó casa de Israel?” (Ezequiel 33,11).
2.3  Através do  profeta Isaias Deus alertou: "Meus caminhos não são os vossos caminhos, diz o Senhor (Is 56,8).
2.4  O salmista proclama: “Deus conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios acaba mal (Sl 1,6).
2.5  Adverte o Livro dos Provérbios: “A senda dos justos é como a luz da aurora, que vai clareando até ao pleno dia. Ao contrário o caminho dos maus é como nas trevas: não veem onde vão tropeçar” [...] A vida acha-se nos caminhos da justiça, mas a vereda tortuosa conduz à morte” (Pv  4,18-19; 12,28) ). 
“ Converter-se significa então, segundo os textos bíblicos, praticar as virtudes, fugir dos vícios, ser fiel à verdade, procurar a paz.
* Deus diz no Deuteronômio: “Olha o que hoje sugeri: a vida com o bem, e a morte com o mal” (Dt 30,15).
* A conversão significa, portanto, colocar os passos nos passos de Jesus. É aspecto que caracteriza a vida cristã inteira.
* Quando ocorre um extravio, cumpre reconhecer o erro, dispondo-se a receber o dom de Deus que perdoa sempre e oferece a cura espiritual sobretudo através do Sacramento da Confissão. Este oferece o remédio espiritual que leva a permanecer na conversão sincera.
*  Converter-se é  crer firmemente que cada um foi feito capaz de amar sempre a Deus com união íntima e filial.
* É sentir-se em comunhão jubilosa com Cristo para realizar junto com Ele a vontade do Pai.
*  É participar do mistério da Encarnação e da Páscoa que introduz na vida dos predestinados à glória eterna.
*  Converter-se é renascer continuamente para a vida ressuscitada com Cristo, por isto a  existência do cristão deve ser uma conversão ininterrupta.
*  Não é somente purificar-se do estado pecaminoso, mas também progredir no caminho da ascese
*É tornar-se cada vez mais imerso no Espírito Santo, até sentir-se comprometido com escolha pessoal e fundamental da aquisição da vida de amor a Deus e ao próximo.
 *É um ser inteiramente inserido na dinâmica do mistério cristológico. Os teólogos lembram que há uma segunda conversão, ou seja, a passagem do estado da disposição de desapego do mal para a condição de consagração total ao bem, segundo a diretriz de Jesus: “Sede perfeitos como o Pai celestial é perfeito” (Mt 5,48).
*  Isto, é evidente, dentro dos limites humanos, mas sempre com um esforço persistente de melhorar sem desânimo.
* Deste modo, não apenas se ultrapassa uma existência honestamente boa, mas se foge de uma prática virtuosa medíocre.
*  O cristão passa desta forma não só em viver na graça santificante, longe do pecado, mas, mais ainda,  interioriza o  processo salvífico.
*  As verdades evangélicas aparecem em nova luz e as ações espirituais têm sentido profundo de uma renovação total, transformação fundamental de pensamentos e ações. * Tal o ideal a ser buscado numa conversão que produz frutos opimos para a eternidade.

3       TER EM MENTE A VIDA ETERNA (Busca contínua do céu)
* Eis a questão que um jovem rico apresentou a Jesus: “Que devo fazer para obter a vida eterna?” (Mc 10, 17-2).
* O cerne da resposta de Jesus foi que não obstante a observância dos mandamentos é necessário o desapego  das coisas materiais
* Sua ordem foi esta: “Buscai primeiro o reino de Deus” (Mt 6,33).
* A todos os seus seguidores seria indistintamente necessário não endeusar a riqueza, os bens materiais em si mesmos, tendo sempre o foco na vida eterna a ser alcançada com as boas obras,
* ‘O Concílio Vaticano II ensinou com razão que a vocação à santidade é universal e que ela pode se realizar seja qual for a situação de cada um neste mundo O principal seria nunca
se esquecer da busca do céu.
* A alma é imortal e a eternidade feliz é o destino de quem pratica o bem.
* Jesus alertou: “ Não temais aqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma; temei antes aquele que pode lançar na perdição do inferno tanto a alma como o corpo. (Mt. 10, 28).
*  Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se chegar a perder a sua alma não entrando na beatitude do céu?
* “ Disse Jesus: eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá, e todo aquele que em vida crer em mim não morrerá eternamente” (Jo . 11, 25-26).
* Devemos pensar sempre em  ir para o céu e  São Paulo advertiu: “ O visível dura pouco tempo, ao passo que o invisível é eterno *(2 Cor. 4, 18).
* Diz a Carta aos Hebreus: “Não temos aqui (na terra) estadia permanente, mas demandamos a vindoura (Hb 13,14).
* Santo Inácio nos aconselha: “Julguemos todas as coisas não pelo bem ou pelo mal que delas nos provêm na vida presente, mas pelas vantagens que elas nos causam à vida da eternidade”.
* Nunca devemos nos esquecer de que ou Eternidade no céu! Ou Eternidade no inferno! Ou Eternidade com Deus!  Ou Eternidade com os demônios!
* Portanto, busca ininterrupta do céu!
4 CONCLUSÕES
* A obstinação no exercício do bem aumenta a firmeza da vontade e impede o coração de se contaminar com a indolência.
 * Não é fácil vencer a negligência, mas é belo viver pelo ideal da própria santificação, não deixando a languidez imperar sobre os bons propósitos.
 * Estes devem ser resguardados pela confiança absoluta da proteção que Deus nunca nega a quem é sincero.
* Poderão ocorrer vacilos e descuidos, mas a porfia do recomeço leva a renovadas vitórias como aconteceu com tantos santos.
* Quando um doloroso sentimento de impotência se apossava dos santos os santos  sabiam invocar o socorro divino e com ele todos os esmorecimentos foram afastados.
 * Recomendar-se  à proteção da Virgem Maria e dos santos da  devoção de cada um, pois tudo se dissipa,  se desdobrando como arco íris capaz de renovar todas as forças interiores.
* Lembrar-se  que ao tempo das borrascas das dúvidas ou do desânimo se sucederão a paz e o sossego.
* Encontrar sempre no fundo do coração um novo dia ainda mais interior submisso à vontade de Deus.
* O cristão convertido sabe que é um peregrino, como ser que vive debaixo da tenda em condição provisória, como pessoa que jaz sob a lei fundamental de uma mudança sempre mais profunda nas vias da santificação pessoal.
* O apelo de Jesus ao desapego e à radicalidade exigida do homem rico e dos apóstolos tratava-se de um ideal que não podia se separar da vocação particular que o próprio Deus confiaria a cada um neste mundo e nas circunstâncias peculiares do exercício desta vocação.
* Jesus ensinou  que o caminho que leva à vida eterna é estreito, isento de ilusões terrenas, de prazeres condenáveis e de uma autonomia desenfreada. Assim sendo, a busca do céu  supõe  ter uma vida virtuosa, unida ao divino Redentor.