A CULTURA PRODUZIDA
PELAS MÍDIAS
Côn. José Geraldo
Vidigal de Carvalho*
No mundo globalizado de
hoje merece especial atenção a indústria da comunicação. Esta procura controlar
o que cada um vê, ouve ou lê Nas mãos de grupos poderosos está, política e
economicamente, o domínio da informação, da diversão e da propaganda. Há uma
influência profunda no modo de ser das pessoas que passam a agir segundo os
ditames da mídia que se torna dominante. A grande cultura midiática é uma
realidade que marca os que vivem neste século 21. A internet ao lado dos
benefícios oferecidos leva, muitas vezes, a uma dispersão que afeta a conduta
das pessoas. O que se ganha hoje pela extensão de conhecimentos, se perde em
profundidade de análise objetiva. Imerso no mundo virtual muitos perdem o contato
com a realidade. É de se notar que as mídias ou todos os meios de comunicação
de massa estão presentes por toda parte e ocupam um enorme tempo das pessoas.
São geradoras de cultura por passarem continuamente mensagens que ficam
incorporadas ao modo pensar e sentir daqueles aos quais falta o senso crítico.
Os donos do poder com rara habilidade sabem explorar as condições sociais e
econômicas, manipulando fatos e as mais diversas ocorrências visando seus
interesses. Os incautos não discernem então entre o certo e o errado, a verdade
e a falsidade. Uma das táticas dos controladores das mídias, por exemplo, se
pode perceber nas manchetes dos jornais e nas chamadas das notícias na
televisão. Um bom número de pessoas apenas as lê ou ouvem e recebem um impacto
muitas vezes deletério. Cumpre, portanto, verificar o conteúdo do que está
escrito ou é falado para detectar as distorções que visam iludir. Além disto, é
preciso não ser escravo da internet malbaratando o tempo. Além disto, é preciso
não ser escravo da internet malbaratando o tempo. Todo cuidado é pouco com relação
às redes sociais. Há muitos imprudentes que entram em contato com desconhecidos
que podem ser pessoas perigosas, mal intencionadas. Isto sem falar nos contatos
envolvendo conversas amorosas, namoros virtuais, colocando até em risco o
próprio matrimônio. É preciso ainda denunciar todos os pactos satânicos,
sobretudo entre os jovens, Lamentáveis os casos recentes de suicídios
programados através do facebook, a já
tristemente famosa baleia azul. Anos
atrás, outras mortes funestas ocorreram como a que aconteceu no cemitério de Ouro Preto fruto do RPG, ou role-playing game, inventado em 1974, nos Estados Unidos. Consequências
nefastas fluem também dos sites pornográficos que alimentam uma cultura do sexo
desregrado. Quem tem bom senso os evita sem tergiversações. Por outro lado,
porém, se há uma cultura do mal, do domínio econômico e político, é necessário
que as forças do bem se mobilizem e contraponham com mensagens construtivas para
a difusão do bem, da justiça, da virtude e da verdade. Deste modo a mídia se
torna um poderoso veículo de evangelização numa proclamação vigorosa da Palavra
de Deus. Trata-se de um apostolado esclarecido já exercido por muitos cristãos
cujas paginas, por exemplo, no facebook se acham repletas de uma doutrinação
eivada dos princípios da doutrina de Cristo. É o que aconselhava São Paulo aos
Romanos: “E isto digo, conhecendo o tempo, que é já hora de
despertarmos do sono; porque a nossa salvação está, agora, mais perto de
nós do que quando aceitamos a fé. A noite é passada, e o dia é chegado.
Rejeitemos, pois, as obras das trevas e vistamo-nos das armas da luz. (Rom
13,11-14). Bem imenso tem feito, a Catolicanet, a Milícia da Imaculada. entre
tantas outras entidades a serviço do Evangelho, bem como as redes de televisão,
jornais, revistas, boletins católicos a merecerem todo apoio dos que amam a Deus
e O querem conhecido e amado. Oferecem impactos positivos, servindo como aporte
aos catequistas. Deste modo, afastados os danos, se difundem benefícios
culturais. Trata-se de cristianizar a tecnologia numa comunicação proveitosa e
construtiva, sem se deixar escravizar pela mesma.* Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.