AS
CONSEQUENCIAS DA AMBIÇÃO
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Como se não bastasse a corrupção no
meio político com verbas faraônicas desviadas dos cofres públicos, as manchetes
dos jornais da última semana são também aterradoras. Entre elas “Cabeça de
porco, carne podre, salmonela, papelão. Investigação da Polícia Federal revela
que, antes de exigir dinheiro em espécie
de suas vitimas, dois inspetores do Ministério da Agricultura se fartavam de hambúrgueres,
picanhas e peças generosas de filé mignon”. Além da desmoralização de empresas
famosas, o desrespeito aos consumidores é de estarrecer. A busca desenfreada de
dinheiro a qualquer preço causa todas estas desgraças e as misérias que
campeiam por toda parte. Deus não pode aprovar nenhuma atitude desonesta, mas gratifica toda e
qualquer ação eticamente honesta. O dinheiro, fruto de um trabalho
consciencioso, deve, portanto, aproximar o cristão de Deus, ao passo que a
ganância e a desonestidade proporcionam desgraças para quem as comete e para
toda a coletividade. A ambição desmedida é, infelizmente, fonte de muitas
perversidades a serem vencidas, mas muitos se tornam escravos do dinheiro. Este
se torna então dinheiro da iniquidade, do dolo, do engano, da fraude. A segurança que as riquezas oferecem são
ilusórias e toda corrupção precisa se veementemente execrada. Louvados sejam sempre,
isto sim, os que praticam a justiça, são
probos e retos. Combate corajoso à ganância, ao amor-próprio, ao egoísmo, à astúcia, ao poder pelo poder. Foi a ambição
que levou Judas Iscariotes à mais vil traição registrada na História. O alerta de Cristo, sobre o perverso
emprego das riquezas vale para qualquer contexto socioeconômico, sobretudo para
o atual, situação marcada pelo consumismo, pela contrafação edênica, pelo
endeusamento da fortuna adquirida por meios lesivos ao próximo e a toda a
nação. . Se muitos governantes, vários políticos e os poderosos deste mundo não
dão exemplo, o bom cidadão pessoalmente não se deixa contaminar por esta onda
de perversidade, aprovando os desvios do dinheiro público e toda espécie de falcatrua,
lesando o que a todos pertence. Basta de
enganos que se multiplicam nos mais diversos setores da sociedade. A
grande questão é o reto uso da liberdade, a qual necessita ser iluminada pela
retidão, pela probidade, para que haja o discernimento nesta travessia temporal
rumo à eternidade. Uma supervalorização da posse de bens transitórios se torna para
muitos uma obsessão que fatalmente leva à corrupção com todas as suas fatais
consequências. Os depravados então se esquecem de que para a outra vida nada se
leva daquilo que com tanta deslealdade foi sendo inutilmente acumulado. No
atual contexto histórico no qual, mais do nunca, há uma sujeição aos bens materiais, uma
ambição desmedida e o resultado é um espetáculo, de fato, aterrador. Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos
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