sexta-feira, 30 de novembro de 2012

A SALVAÇÃO DE DEUS

A SALVAÇÃO DE DEUS
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
A pregação de João Batista visava uma condigna preparação para receber a salvação de Deus, trazida e operada na História por Cristo (Lc 3, 1-6). O Precursor falava de um arrependimento para a remissão dos pecados. Isto conduz, antes de tudo, ao reconhecimento das próprias faltas diante do Deus três vezes santo. Os judeus do tempo de São João Batista tinham um coração endurecido nos seus erros, nas suas desordens e se acreditavam justos. Aí estava a razão de seus enganos e o impedimento para abraçarem a fé em Jesus, o Messias prometido. São Paulo faria referência a isto na Carta aos Romanos: “Tendo ignorado a justiça de Deus e procurando estabelecer sua própria justiça, não se submetiam à justiça de Deus” (Rm 10,3). Donde o alerta de João Batista, clamando por uma penitência, por uma total conversão do coração: “Fazei, pois, frutos convenientes ao arrependimento” (Mt 3,8). Esta penitência consiste num aborrecimento total de todos os pecados, numa purificação completa da consciência. Trata-se de se ter uma sincera disposição de seguir em tudo os mandamentos divinos, recebendo de todo coração a graça do Salvador Jesus. Quer  o Profeta Isaías, quer João Batista mostraram o que significava  a vinda do Redentor e como se preparar para O receber. Desceram a detalhes: “Todo vale seja preenchido e todo monte e toda colina abaixados; as vias tortuosas se tornem direitas e as escabrosas se tornem planas”. Assim, alegoricamente está traçado o roteiro até o Presépio. O vale da desesperança deve ser enchido com a certeza da salvação que vem de Deus, pois os rigores e as dificuldades da vida devem ceder lugar à doçura da total confiança na bondade divina. Para isto, porém, cumpre uma radical humildade, lançando por terra a montanha do orgulho, da vaidade, da auto-suficiência e, ainda, endireitando todos os pensamentos, desejos e planos e aplainando todas as veredas por meio das virtudes. É todo o ser humano que tem que ser renovado, modificado, metamorfoseado. A conclusão é luminosa: “Toda carne verá a salvação de Deus”, ou seja, deste modo ficam afastadas as brutalidades dos maus costumes, resta adocicada a dureza dos corações e passam a reinar a doçura e a simplicidade dos filhos de Deus. João Batista podia pregar tudo isto porque ele vivia uma vida inteiramente desapegada dos prazeres mundanos, todo dedicado à sua sublime missão. Para ela ele se preparou no deserto tendo por vestimenta uma pele de camelo, ensinando o desprezo pelas vaidades humanas. Suportou os rigores do inverno e os ardores do verão e se acomodou a uma parca alimentação, deixando um apelo para que se aceitem sempre as provações que a Providência divina envia, longe de todo luxo desmedido e de gastos supérfluos. O Natal exige, desta maneira uma revisão de vida na alheta do Precursor. Este vivia no deserto como se estivesse no céu. O cristão que se prepara para comemorar o nascimento de Jesus, estando em estado de graça, precisa entrar no deserto de seu coração para escutar aí as mensagens do divino Infante. Por força da comercialização natalina estas grandes verdades que São João Batista  recorda ficam submersas, inclusive nos festins e excessos das chamadas ceias de Natal, no esquecimento dos pobres e necessitados e na preocupação com o que é secundário na comemoração de um natalício daquele que veio trazer a salvação de Deus. É necessário imitar São João Batista e escutar seus ensinamentos, levando uma vida sóbria e na temperança, moderando apetites e paixões desordenadas, longe de qualquer dissolução, perversão, devassidão, libertinagem. A autêntica austeridade deve ser o galardão do discípulo de Cristo que precisa testemunhar por toda parte quão gloriosa foi Sua vinda a esta terra. A comemoração do Natal deve afastar todos os pensamentos negativos, lançando o cristão longe da obscuridade de uma noite profunda. Jesus, o sol da justiça, brilhará então dia 25 de dezembro, porque houve uma preparação condigna para comemorar fato tão significativo. Advento exige assim a abstenção do mal, a prática ainda mais fiel do bem, o cuidado com a língua que pode ferir a honra alheia e proferir palavras enganosas.  Renúncia à cólera, à vaidade, à presunção que são obstáculos àquela paz que flui do Presépio. Apenas, desta maneira, se conhecerá a salvação de Deus que Cristo está sempre a oferecer, sobretudo no dia de seu Natal que se aproxima. * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.                 


sábado, 24 de novembro de 2012

SABER OU NÃO SABER DO MENSALÃO

                        SABER OU NÃO SABER SOBRE O MENSALÃO
Côn..José Geraldo Vidigal de Carvalho, da Academia Mineira de Letras
As peripécias do famigerado mensalão, acompanhadas com estupefação pelos brasileiros, entre seus rescaldos deixará para a história um enigma: Lula sabia ou não sabia do que estava acontecendo. Homem público, blindado como poucos diante dos acontecimentos, além de sua acuidade política inegável, com sua verborréia acaba por fixar uma idéia de uma cândida inocência. A questão é esta: se ele sabia, então possivelmente quase  entrou nesta maracutaia; se não sabia o alcance de sua perceptibilidade foi lamentável e não deixa de macular sua carreira política. Com efeito, é sempre visto pelos seus correligionários como uma águia ainda mais gloriosa que aquela que encantou Haia. Pairará, de fato, sempre  a dúvida se o ex-Presidente da República tinha ou não conhecimento da corrupção reinante e se  ele poderia proferir estes versículos do salmo 25: “Não me sento entre os homens perversos, nem me associo com os hipócritas. Aborreço a sociedade dos malfeitores e não me sento com os ímpios”. Houve ou não omissão do Mandatário Supremo do país? Seja como for o salmista censura os corruptos: “ Mais vale o pouco ao justo, que as muitas riquezas aos ímpios”. Aqueles que andaram prevaricando que tomem cuidado, pois Deus não passa recibo aos que praticam a iniqüidade, aos que devoram o seu povo . Como bom Chefe da Nação, Lula deveria  ter sinceramente assim orado: “Faze bem, Senhor, aos bons e aos retos de coração. Mas aos que se desviam para caminhos tortuosos, expulse-os o Senhor com os malfeitores  [ ...]  “Salva tua gente, Senhor, e abençoa tua herança! Apascenta-os, carrega-os nos teus braços para sempre!  Aos brasileiros cabe pedir: “Muda, Senhor, a nossa sorte”! , para que não haja tanta corrupção em nossa pátria. Como o ex-Presidente afirmou, certa vez,  solenemente que é o mais probo dos brasileiros, aliás sem especificar o tempo, portanto, desde Cabral até hoje, ele então recebe o elogio  das Escrituras: “Feliz o homem que não anda segundo as máximas dos ímpios, e não segue o caminho dos pecadores, nem se assenta na companhia dos insolentes” . Os que estão, contudo, envolvidos nas peitas se recordem das palavras do salmista: “Não poderão, portanto, subsistir os maus perante os tribunais nem os pecadores nas reuniões dos justos”  [...] Eles dizem mentiras uns aos outros, falam com lábios enganadores e coração duplo” . A palavra de Deus é infalível e aí daqueles que desprezam as veredas do Senhor! Bem-aventurados, porém, os que trilham os caminhos do bem!

VIGIAR, ORANDO EM TODO O TEMPO

VELAR, ORANDO EM TODO O TEMPO
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
O Evangelho do primeiro domingo do Advento, depois de recordar o fim do mundo, traz a recomendação de Jesus: “Velai, pois, orando em todo o tempo” (Lc 21,34-36). Vigilância contínua para que se possa estar firme na presença do Filho do Homem, quando Ele voltar para o julgamento universal. O mesmo deve se dar com relação ao dia seu Natal para o qual a Igreja prepara os fiéis  durante quatro semanas. Cumpre, realmente, idêntico estado de atenta precaução numa atitude de contínua oração. Deste modo, as duas vindas do Redentor exigem dos que crêem na salvação e na vida eterna uma postura profundamente importante para a dupla caminhada, ou seja, chegada até o Presépio e, depois, até o encontro com Aquele que virá julgar os vivos e os mortos após os eventos escatológicos. Uma vigilância singular, ativa rumo a Belém e, depois, para o dia imprevisível. Firmes todos na mais profunda esperança, pois Cristo voltará no esplendor de sua majestade, Ele que se contempla numa humilde manjedoura, cercado por animais, embora envolta no amor imenso de José e de Maria. Seu retorno no fecho da História humana será inesperado. Daí a necessidade imperiosa da orientação de todos os desejos para um final feliz por ocasião da consumação do tempo. No atual contexto de um mundo atormentado pelas rápidas evoluções sociais e tecnológicas que deram uma conotação surpreende à aceleração  dos acontecimentos, dos conhecimentos e dos avanços científicos muito se aspira pela segurança interior. Daí o motivo de se viver escudado na cautela para não ser levado na voragem das velozes transformações. É mesmo preciso se antecipar aos problemas. Tudo isto poderia levar a se esquecer dos eventos espetaculares da comoção cósmica anunciada por Jesus, a apoteose final. Não se trata de uma ruptura com o mundo atual, mas, sim, de aguardar atentos ao modo como se estará diante do Filho do homem, quando ele vier na magnificência de um Juiz que saberá recompensar os que foram fiéis a tudo que Ele veio ensinar, quando lhes fará resplandecer sua misericórdia. Deste modo, a vigilância que faz lembrar a gratuidade do dom de Deus, leva também recordar a responsabilidade no que tange à correspondência aos planos salvíficos de Deus. Trata-se da audácia da total confiança de que com a graça celestial será possível atravessar cristamente o tempo para se chegar à eternidade, passando pelo juízo particular e, um dia, pelo juízo universal. Por isto, Cristo recomendou o abandono à prece e disponibilidade atenta para servir à justiça do Reino. Isto significa cultivar uma esperança dinâmica que leve a se despojar de tudo que é supérfluo  ou danoso à salvação eterna, para melhor acolher desde já o Reino de Deus.  Desta maneira, se torna possível levar de vencida todas as contrariedades e provas da vida, bem como o triunfo contra tudo que possa obstaculizar um veredicto favorável na volta do Filho de Deus, todos com o coração aberto para bem O receber. A garantia está, portanto, na fidelidade a Deus numa certeza que se acha envolta na generosidade do Ser Supremo, liberalidade atestada no dia de seu Natal. Para que haja perseverante lealdade para com Deus é que é necessária a vigilância, orando em todo tempo como recomendou Jesus. São Paulo compreendeu magnificamente isto e  escreveu aos Efésios: “Orai em todo o tempo, orai em espírito  (Ef 6,18), isto é, que a inteligência esteja atenta e todos os pensamentos dirigidos para o divino Redentor que veio ao mundo  no seu Natal para socorrer os que estavam perdidos e que voltará para premiar os que acataram o  processo soteriológico que Ele ofereceu. Assim visto, o dia 25 de dezembro é um fato do passado, ocorrido a mais de vinte séculos, mas jamais ultrapassado, antiquado. Jesus é um Deus do presente e do futuro, porque ele é sempre atual na vida do cristão e lhe abre a perspectiva do porvir, de tudo que ocorrerá quando a última página da História for escrita. A solenidade do Natal, mais do que o aniversário da vinda de Cristo, nos recorda que Ele é o Emanuel, o Deus conosco todos os dias e regressará a esta terra para seu triunfo definitivo. Nele, deste modo, o passado, o presente o futuro se unem e sua presença não é uma simples lembrança ou horizonte de um mero desejo. Eis porque  é útil refletir no que é essencial para crer e progredir na fé e na esperança. Uma vida luminosa e não encarquilhada. Por tudo isto, o Natal preparado durante o Advento e o fim do mundo, longe de levarem ao imobilismo são um convite solene para que se marche corajosamente rumo à felicidade eterna. * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.                                      

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO

JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Cristo abertamente declarou a Pilatos, governador romano da Palestina: “Eu sou rei” (Jo 18,38). Frente a frente com o Soberano do Universo, Pilatos tinha tudo para discernir que Jesus era Deus. As palavras do Mestre divino não tocam, porém, seu coração. É o próprio Redentor quem nos explica isto: “Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz”. Aquele homem público vivia à sombra da falsidade e entraria na História como o protótipo do hipócrita. Não encontraria nenhum mal naquele que trouxeram a seu tribunal e, no entanto, num gesto inteiramente incoerente, lavou as mãos e o entregou a seus inimigos. O segredo para atingir a grandeza do Filho de Deus, que é Rei, é se deixar guiar pela verdade,  Esta  leva à comunhão com Cristo ao se perceber e seguir as moções do Espírito que induz a admitir o Salvador como o Senhor absoluto de todas as coisas e de tudo  que há de mais profundo no ser humano. Isso requer muita humildade para dobrar a inteligência ao que Ele ensinou e curvar a vontade ao que Ele preceituou. Quem O descobre e O aceita se conforma com o que é objetivamente moral,  se submetendo, assim,  a este Rei que veio dar testemunho da verdade e é o Senhor do universo. Então, quem crê em Jesus se liberta dos laços paralisantes do egoísmo, dominando a auto-suficiência. Resiste às tendências do mal para obedecer aos desígnios deste Mestre inigualável e se entrega, confiadamente, ao seu ardente amor. Isto, contudo, demanda coragem, determinação para acatar inteiramente a verdade divina, a verdade do Deus que é amor. Aí está o único caminho para acatar  a Cristo e para fazer a experiência daquela plenitude que é privilégio dos cidadãos de seu reino eterno. Todo cuidado é pouco para não se tornar surdo à voz discreta deste Soberano, como aconteceu com Pilatos. Isto é tanto mais necessário no contexto atual, no qual, como lembrou Bento XVI, reina um horripilo relativismo. Este  desvio impera na sociedade moderna e é um dos maiores obstáculos para se aceitar a realeza de Jesus. Na sua preleção à Comissão Teológica Internacional dia 5 de outubro de 2007 o Papa alertou, principalmente sobre o relativismo ético. Este, de fato, leva a negar a objetividade intrínseca de tudo que o Filho de Deus testemunhou sobre a verdade. Ficam em cheque os princípios fundamentais da lei moral natural e a própria ordem democrática resta abalada nos seus fundamentos. Contudo, pertencer a Cristo Rei é possuir à Verdade absoluta. Deste modo, se encontrará a liberdade oferecida pelo Redentor, a  paz e uma força da alma que só sua graça pode conceder. Para escutar sua voz é preciso, porém, conhecer profundamente tudo que Ele pregou. A verdadeira inspiração do súdito de Cristo Rei não pode advir das mensagens utópicas dos falsos formadores de opinião que se acham longe da visão cristã do mundo. O verdadeiro seguidor deste Rei não deve ir beber suas inspirações nas fontes malsãs de uma literatura hedonista, materialista, erotizante. O mundo secularizado de hoje se opõe à verdade que Cristo Rei trouxe a esta terra, por ser um mundo muitas vezes anticristão. Quem vive em função dos programas televisivos, das atrações mundanas veiculadas pela internet, dos sites pornográficos e não para a fim de orar silenciosamente, entrando no seu coração e procurando alimentar sua fé na palavra de Deus, não será jamais um fiel servidor do Rei Jesus. Este promete  a imperturbabilidade que o mundo não oferece. Cumpre pertencer  a Cristo e somente a Ele. Trata-se de se viver inteiramente a realidade batismal, dando um sentido profundo à existência de quem se diz cristão. É mister que se lembre sempre que o palácio deste Rei é o coração de cada um de seus súditos. Ele quer que seu amor seja vitorioso e fonte de todas as alegrias, da felicidade integral. Então se estará em condições de levar a toda parte seu reino de paz e de amor, de ternura e de bondade. São felizes os que são artesãos destas realidades sublimes por pertencerem de fato ao Reino de Amor oferecido por Jesus. Não se trata de um amor qualquer, mas amor generoso que procura a ventura de todos, porque descentralizado de si mesmo. Para viver sua realeza, Jesus escolheu o caminho da simplicidade, do sacrifício, da imolação. Assim sendo, seu reino é sem limites, reino de vida e de veracidade, de graça e santidade, de justiça e de dileção. O que conta para quem O segue é acolher sua graça que transforma o coração humano. Ser súdito de Cristo Rei é, em síntese, tomar o caminho do serviço ao próximo, da dileção gratuita, do perdão. Jesus, entretanto, alertou: “Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz”, ou seja, quem não é sincero, reto, será como Pilatos o qual não compreendeu a grandeza deste Rei. * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.





quinta-feira, 15 de novembro de 2012

MARIA IMACULADA, A CHEIA DE GRAÇAS

MARIA IMACULADA, A CHEIA DE GRAÇAS
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Ao se festejar a Imaculada Conceição de Maria, vem logo à mente a saudação do Arcanjo Gabriel àquela mulher privilegiada: “Salve, cheia de graça, o Senhor é contigo” (Lc 1,28). O termo grego empregado por São Lucas foi kékaritomèné. A Igreja sempre viu nesta plenitude de graças um fundamento bíblico da Imaculada Conceição. Com efeito, a Mãe do Messias prometido possui a plenitude da graça que não está limitada no tempo, de modo a excluir qualquer período inicial da vida de Maria. O notável teólogo Garrigou-Lagrange assim se expressou: “Se Maria tivesse contraído o pecado original, a plenitude da graça teria sido restrita neste sentido que não se estenderia a toda sua vida. A Igreja ao ler as palavras da saudação angélica à luz da Tradição e com a assistência do Espírito Santo, viu o privilégio da Imaculada Conceição, implicitamente revelado, não como o efeito na causa que pode existir sem ele, mas como uma parte no todo; a parte está atualmente no todo pelo menos implicitamente enunciado”. A genitora do Redentor não deveria estar nunca sob a jurisdição do inimigo cuja cabeça ela esmagaria, segundo o vaticínio paradisíaco: “Porei inimizades entre ti e a mulher, e entre a tua posteridade e a posteridade dela. Ela te pisará a cabeça”. Foi a primeira resgatada por seu divino Filho numa única redenção antecipada, preservativa, e, em virtude, de estar intimamente ligada à obra salvadora, inserida profundamente na missão profético-pneumática de Cristo. Como assevera Suenens, outro notável mariólogo: “A santidade do Filho é a causa da santificação antecipada da Mãe, como o sol ilumina o céu antes dele mesmo aparecer no horizonte”.  Em previsão dos méritos desta redenção, ela ficou imune do pecado original. É que no mistério da Imaculada Conceição, a iniciativa de Deus de operar com a sua graça assume o valor de uma declaração programática anterior a qualquer operação humana independente. A Mãe de Jesus é resplandecente de santidade, de beleza, de graça, justamente porque  ela seria a genitora do Filho de Deus feito homem, a esposa puríssima do Espírito Santo,  sendo a filha bem-amada do Pai. Maria é a mulher perfeita, a nova Eva, aquela que Deus preparou desde toda eternidade para se tornar uma mãe digna do Salvador do mundo. Eis porque todo cristão está indiretamente implicado no mistério da Imaculada Conceição e deve a Maria o culto de hiperdulia, veneração especial devida a grandiosidade de sua missão. Aliás, na vida do discípulo de Jesus tudo é graça. Sem mérito da parte de seja quem for tudo que se tem é dom de Deus, no qual “movemos, existimos e somos” (Atos 17,28). A exemplo de Maria o cristão pode repetir: “O  Senhor fez por mim maravilhas. Santo é seu Nome” (Lc 1,49). Tudo expressão de seu amor. Disto, a exemplo de Maria, deve resultar gratidão profunda e correspondência ininterrupta à bondade do Ser Supremo.  É deste modo que se expressa a verdadeira devoção à Virgem Imaculada, imitando sua postura diante das benesses divinas. Deus quer que todos sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade (1 Tm 2,4). Maria, como ensinou o Concílio Vaticano II, esta no coração do mistério da salvação, porque ela trouxe sempre consigo aquele que é “o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14,6). É o que deve acontecer com seus filhos em todas as circunstâncias da vida. Ela está a dizer que é por Jesus que se chega ao Pai através da fé (Jo 11,6). Ele que nos torna filhos de Deus, herdeiros de Deus e seus co-herdeiros (Rm 8, 17). Eis aí a beleza da devoção a Maria, sobretudo neste mistério de sua Imaculada Conceição. Assim, sendo, Maria Imaculada imerge o seu devoto na universalidade da salvação em Cristo, sendo ela a primeira a gozar desta realidade salvífica do Redentor, numa aplicação antecipada da obra redentora. Celebrar por isto mesmo a festa da Imaculada Conceição é conhecer uma conversão pastoral, contemplando a dimensão missionária deste mistério, dado que cumpre por toda parte ter o senso da importância da missão salvadora de Jesus a qual deve alcançar a todos. Além disto, a beleza e a força que promanam do mistério da Imaculada Conceição de Maria induzem a que se projete sob seu broquel toda a vida. Se Ela estiver, de fato, a presidir existências, a farolizar anseios, a iluminar veredas, a aclarar planos, a esmaltar intentos, a fundamentar projetos, a dirigir aspirações, a ser fulcro de todo o ideal, então a santidade florescerá, o conhecimento mais profundo das verdades perenes brotará. * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.
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sexta-feira, 9 de novembro de 2012

A TRAJETÓRIA DE UM SACERDOTE EDUCADOR

A trajetória de um Sacerdote Educador - 31/10/2012 - 16:57




No próximo ano de 2013 o Cônego José Geraldo Vidigal de Carvalho entrará no rol dos octogenários. Sobretudo Mariana e Viçosa marcaram sua carreira de sacerdote e educador. A base de seus conhecimentos foi o Curso Primário na Escola Particular da renomada Professora Argina Silvino Ferreira de 2 de março de 1941 a 2 de dezembro de 1944. Além dos cursos de Filosofia e Teologia no Seminário de Mariana, de História na Faculdade de São João Del Rei, fez curso de especialização em História do Brasil na PUC de Minas Gerais.
Em Mariana lecionou em vários estabelecimentos de ensino, inclusive no Instituto de Ciências Humanas e Sociais, sendo professor durante 40 anos no Seminário Mariana, ocupando as cadeiras de História da Igreja, Oratória, História da Filosofia Antiga e Medieval. Isto lhe mereceu a Comenda "Dom Luciano", dia 27/08/2009. Ocupou durante dez anos o cargo de diretor do ICHS da Universidade Federal de Ouro Preto, tendo implantado este Instituto em Mariana. Nesta cidade durante 36 anos trabalhou como diretor do jornal O Arquidiocesano e diretor da Editora Dom Viçoso, sendo que sempre residiu com o Arcebispo Dom Oscar de Oliveira. Depois de ter recebido o título de Cidadão Marianense em 1978 e o Diploma de Honra ao Mérito em 2004, foi no dia 28 de agosto último, agraciado com a Comenda do Mérito Cultural "Padre José Dias Avelar". Recebera ofício do Gabinete da Câmara marianense, assinado pelo Presidente Geraldo Sales de Souza, nestes termos: "Com grande sa-tisfação temos a honra de comunicar que, por indicação de urna comissão de trabalho formada por vereadores e pessoas da Comunidade e consentimento do Egrégio Plenário da Câmara Municipal de Mariana, o nome de vossa Reverendíssima foi indicado para ser agraciado com a Comenda de Mérito Cultural 'Padre José Dias Avelar'. Esta é conferida àqueles que com sua atuação tenham se destacado e contribuído para o desenvolvimento cultural de nosso Município, sendo, portanto dignos do reconhecimento da primeira Casa de Câmara de Minas Gerais". A comenda lhe foi entregue em Sessão Solene. Participou como conferencista de Congressos Nacionais promovidos pela Sociedade Brasileira de Filósofos Católicos em vários Estados e Congressos Internacionais, como do Congresso Mundial de Filosofia Cristã em Córdoba, na Argentina (1979), do III Simpósio Teuto-brasileiro, em Bonn, na Alemanha de 87 a 13 julho de 1981; dos Cem Anos de Evangelização na América Latina e Centenário do Concílio Plenário da América Latina", na Cidade do Vaticano em Roma (1999) e do II Encontro de Dirigentes de Extensão de Universidades Mineiras, de 21 a 22 de agosto de 1980, em Viçosa. Após o Congresso em Roma, esteve com o bem-aventurado Papa João Paulo II. Em Mariana, recebeu no Instituto de Ciências Humanas e Sociais o Presidente da República João Baptista Figueiredo, tendo estado anteriormente várias vezes com o maior político viçosense Arthur da Silva Bernardes, cuja sabedoria e patriotismo sempre admirou. Isto na alheta de seu pai Dr. Christovam Lopes de Carvalho, saudoso médico, que, como inúmeros outras figuras proeminentes de Viçosa, era um dos epígonos do grande estadista.
De seu pai e de sua mãe Maria Augusta Vidigal de Carvalho o Cônego herdou urna fé profunda e uma devoção arraigada à Eucaristia, a Virgem Maria e aos santos, mormente a Santa Rita de Cássia.
O Cônego escreveu dezoito livros, re-velando-se um exímio polígrafo, mas se ressaltem suas obras históricas e filosóficas. Colaborador de vários jornais e revistas, a mais de dez anos, semanalmente, tem um programa radiofônico na Rede Milícia Sat de Comunicação, gravando por telefone as reflexões que são retransmitidas por várias emissoras. Na
Catolicanet tem, quase diariamente, seus textos publicados. Pertence a várias Instituições culturais como aos Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e de Minas Gerais, à Academia Mineira de Letras e outras Academias Literárias e Teológicas. Visitou a Terra Santa, México, Canadá e Estados Unidos e os principais países da Europa, sendo que nos últimos anos tem passado no mês de julho vários dias nas principais cidades da França, visitando museus, sítios históricos e as monumentais e seculares igrejas francesas.
No último mês de julho esteve em Lille em peregrinação ao Santuário de Santa Rita de Cássia situado em Vendeville. Recebeu o Certificado do Institut National de Recherche et de Documentation Pédagogiques du Ministère dei' Education Nationale de France, dia 14/01/1972, sendo muito aplaudida também a correspondência que seus alunos de Mariana faziam com uma escola em Thenon, na região de Périgord, por meio da notável professora Jeannine Rousset.
Finalmente, cumpre salientar a assistência que o Cônego, durante muitos anos, deu a São José do Triunfo até a instalação da Paróquia de Silvestre à qual passou a pertencer aquele bairro, uma das regiões mais progressistas da cidade de Viçosa. Como o Cônego costuma dizer: "Tudo, porém, para glória de Deus e bem das almas"!





O Jornal "Tá na Cara" Homenageia, com esta publição, o Cônego José Geraldo Vidigal de Carvalho,  apresentando esta síntese de sua longa carreira dedicada o magistério e ao apostolado sacerdotal, este, exercido sobretudo em Viçosa, colaborando com o saudoso Pároco Padre Carlos dos Reis Baeta Braga e agora o estimado Padre Paulo Dionê Quintão. Saliente-se sua assistência aos Jovens Viçosenses, atualmente sobre tudo ao grupo Jovens Seguidores de Cristo, sendo que, durante dez anos, Lecionou na modelar Escola Estadual "Effie Rolfs". Desta escola e das comunidades católicas de Viçosa recebeu várias placas, louvando sua cooperação com as mesmas.
FONTE JORNAL TÁ NA CARA - VIÇOSA - MG
 

AS PALAVRAS DE JESUS NÃO PASSARÃO

AS PALAVRAS DE JESUS NÃO PASSARÃO
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Significativas a declaração de Jesus que vem merecendo profundas reflexões através dos tempos: “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão” (Mc 13,31). Trata-se de uma clara alusão à destruição do universo, mas, se tudo desaparecerá um dia, a mensagem que Ele trouxe do céu à terra jamais se apagará. O Mestre divino emprega uma imagem apocalíptica para deixar um precioso ensinamento sobre a indestrutibilidade de sua palavra e de sua pessoa, pois no fim dos tempos o Filho do Homem virá nas nuvens com grande poder e glória.  Portanto, cumpre estar unido a Cristo que, como diz a Carta aos Hebreus, “é sempre o mesmo: ontem, hoje e por toda a eternidade” (Hb 13,8) . Esta certeza gera no coração daquele que crê uma profunda Esperança. Esta virtude teológica une o homem a Deus, dado que, na transitoriedade de tudo, somente Ele é a rocha inabalável na qual deve se apoiar o cristão. Aqueles que não possuem a fé não podem compreender o fundamento das promesas divinas feitas à humanidade através do divino Salvador. Ai daqueles, porém, que só pensam em construir um reino nesta terra. O principal, de fato, é o Reino de Deus que Jesus veio estabelecer dentro da história no qual há sementes de eternidade. Diante da dualidade entre o temporal e o eterno resta para o ser racional a luminosidade de sua crença na perenidade de uma felicidade sem fim  de corpo e alma após a consumação dos séculos. Então “todos os seus inimigos serão colocados como escabelo de seus pés” (Hb 10,13). Será a vitória definitiva do Redentor. O triunfo final do Reino de Deus está, realmente assegurado e bem-aventurados aqueles que esperam os acontecimentos escatológicos. Infelizes, porém, aqueles que vivem na injustiça, na desordem, pois não alcançarão a glória reservada aos que foram fiéis às palavras de Cristo  durante a caminhada terrena. Já o profeta Daniel havia predito: “E muitos dos que dormem debaixo da terra despertarão, este para a vida eterna, aquele para o opróbrio, para o horror eterno. Os sábios resplandecerão como o fulgor do firmamento e os que tiverem ensinado a muitos  a justiça serão como estrelas para sempre, eternamente” (Dn 12,2-6). A imortalidade é uma das verdades mais consoladoras da Bíblia. Entretanto que os oprimidos e os opressores, os bons e os maus não conhecerão a mesma sorte. Os que confiaram em Deus e viveram de acordo com seus preceitos serão felizes por todo sempre na Casa do Pai, na Jerusalém celeste. É o que ensina a sábia pedagogia de Deus nas Sagradas Escrituras. A esperança, porém, de tudo que aguarda a cada um que foi fiel a Deus numa eternidade feliz  significa que se deve trabalhar não só no próprio aperfeiçoamento, mas também no progresso da sociedade na qual se vive, enquanto se aguarda a beatitude da outra vida. Esta expectativa longe de levar à indolência, ao indiferentismo conduz a um esforço para melhorar esta terra, a situação política, social e econômica e isto como condição para se chegar um dia ao Reino eterno de Deus. Cumpre fazer refletir neste mundo a beleza, a justiça e o amor que existirão para sempre. Trata-se de implantar a liberdade total dos filhos de Deus, livres das injunções meramente humanas. Isto não consiste apenas em melhorar os salários, em abaixar o preço das coisas, em diminuir os impostos, em acabar com as desigualdades sociais, o que deve ser feito, mas que é apenas uma libertação pacial. É preciso, isto sim, atinar com as causas das desordens entre os seres humanos. Reinvidicações como bandeiras demagógicas e não como verdadeiros objetivos de libertação do povo de nada adiantam. É preciso combater o egoísmo, a violência, a má distribuição das riquezas. Há um mínimo de bem-estar social imprescindível para se chegar ao Reino de Deus, onde haverá a libertação total. Para isto é necessário se firmar nas palavras de Jesus que não passarão jamais. Escutá-las e colocá-las em prática é encontrar a chave da ventura própria e de toda a sociedade. É que as palavras de Cristo são criadoras por expressarem toda a verdade e, assim, são reveladores dado que mostram qual é o cerne desta verdade. Elas têm um poder de eternidade por serem palavras imortais. Apenas Jesus tem palavras de vida eterna (Jo 6,68). Os que crêem nestas palavras de Cristo  iluminam o mundo (Mt 5,14). Vivê-las é vencer a morte (Jo 8,52; 11,26). O mundo passará, mas depende dos cristãos que ele passe para Deus  e isto imitando o amor de Cristo. No nível da experiência humana viver em função das palavras do Mestre divino é transportar-se  desde já para o plano divino que deseja a acolher a todos no Reino de glória, mesmo porque em Jesus a palavra não é só uma expressão de uma mensagem divina, mas é Ele mesmo, Verbo de Deus que se fez carne e habitou entre nós (Jo 1,14). Tudo foi criado por esta Palavra divina e é por Ela que se encontrará a salvação eterna. * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

O ÓBULO DA VIÚVA

O ÓBOLO DA VIÚVA
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
No episódio do óbolo da viúva no Templo de Jerusalém, Jesus se mostrou, ainda uma vez um Mestre admirável ao elogiar o gesto de uma pobre mulher, mostrando que seu donativo de pequeno valor estava acima de todas as outras ofertas daqueles  que depositaram vultosas  quantias. Explicou então: “Todos deram do que tinham de sobra, enquanto ela, na sua pobreza, ofereceu tudo aquilo que possuía para viver” (Mc 12,44).. Não sabemos nada acerca desta mulher, nada sobre suas alegrias ou tristezas, nem das dificuldades para ajuntar as duas moedas. Sabemos somente que as viúvas da época de Jesus estavam entre as mais pobres do povo. Não tinham nenhum lugar garantido para morar, nem nenhuma fonte de renda. Estavam destinadas praticamente à mendicidade. Entretanto, o que nos deve prender a atenção não é tanto a diferença entre a doação de uma daquelas viúvas e a dos outros, mas o significado daquele dom. Ela estava completamente sem recursos materiais, mas deu tudo que ela tinha para viver. Jesus se serviu do acontecimento para ensinar a seus seguidores a não julgar apenas pelo exterior. O Pai do Céu vê o que está secreto no íntimo do coração. Isto basta. Esta lição interpela a todos os cristãos que vivem o contexto atual onde o aparecer é que predomina. Tudo que se faz deve cair no conhecimento de todos. A viúva do Evangelho, porém, é bem a imagem das pessoas muito simples que estão ao nosso lado sem que as vejamos. Na sua discrição passam despercebidas. Por isto, a caridade de muitos se transforma num espetáculo e os pequenos gestos de serviços são deixados de lado, a ajuda aos deserdados fica esquecida. O importante não é o quanto se doa, mas a intenção com que se oferta e a postura religiosa do ofertante. O governo que arrecada trilhões através dos impostos vive apresentando na mídia suas realizações mirabolantes, enquanto milhares de brasileiros continuam na miséria, carentes de uma boa assistência para a saúde, lhes faltando tantas vezes o mínimo para sobreviver. Para cada cristão Jesus está a lembrar que cumpre aprender a viver sob o olhar de Deus que vislumbra globalmente os mais necessitados e também o motivo de toda e qualquer assistência, a razão de ser da esmola que é dada. Cristo questiona o critério da generosidade, mesmo porque, de um modo geral, muitos políticos nunca tiram de suas posses, mas daquilo que advém dos cofres públicos. O gesto espontâneo e gratuito não deve ser coisa devida ou a exigir contra-partida. Deve provir da fonte nobre do amor e da solidariedade sincera. A pobre viúva ofertou o que tinha porque ela se doava a Deus, confiava em Deus a quem desejava honrar com aquela doação tão simples. Os que fazem ofertas com ostentação nada contam diante do Ser Supremo. Aliás, que vale uma esmola que não priva a pessoa de nada? No contexto histórico atual no qual impera a rentabilidade tudo isto merece ser refletido. É preciso que se combatam as visões egoísticas e interesseiras. Por força de vivermos num mundo onde tudo é contado, medido, calculado,  contabilizado, se acaba, sem querer, a julgar as coisas em função do peso que dá a economia, em função da influência que o poder exerce.  O critério é a quantidade e não a reta intenção e, por isto, a pessoa  humana fica desvalorizada. As aparências, contudo, não impressionam a Deus, que olha o íntimo do coração. A qualidade do coração do que dá é que vele e não a quantidade e os motivos meramente humanos. Deus quer que assistamos o próximo não apenas com o supérfluo, mas, sobretudo, com aquilo que é fruto de sacrifício, de privação voluntária do que é inútil na vida de cada um. É preciso, portanto, isto sim, investir tendo em vista o Reino de Deus, o amor ao semelhante e a paz social. Jesus veio mudar as idéias habituais sobre o dom, sobre a riqueza e a pobreza. Alguém pode ter muitos bens e ser pobre de coração ou alguém pode  possuir pouco mais ter um coração rico. O que vale não os valores terrenos, o conforto, o dinheiro, nem mesmo o que não se tem, a própria fragilidade, mas a postura de desambição, de desapego de tudo, valorizando-se apenas aquilo que esteja imbuído de um sincero amor a Deus e ao próximo. Isto leva à imitação cabal do Filho de Deus que ocultou até de sua divindade, levado pela dileção imensa por toda a humanidade. Ele conhece o fundo dos corações e as intenções de tudo que se faz. * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.





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