quinta-feira, 14 de julho de 2022

   JESUS ENSINOU A REZAR  

Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho* 

Contemplar Jesus em preces daria desejo ardente de rezar. Eis então o pedido que alguém lhe faz: “Senhor, ensina-nos a rezar, como João ensinou a seus discípulos (Lc 11, 1-13). O que se queria era aprender de Jesus uma nova maneira de orar que fosse a característica de sua comunidade. A prece ensinada por Jesus se tornaria então um sinal de convergência de todos os seus seguidores e um bem a ser repartido; Quando orardes dizei “Pai”. É o essencial aos olhos de Jesus. Ele mesmo, em quando homem, falava a Deus: “Aba” uma palavra intraduzível, cujo sentido, como notam vários comentaristas, é um meio caminho entre Pai e Pai querido. É, pois, por aí que é preciso começar dizer “Pai” a nosso Criador. Dizer “Pai” Àquele que é o senhor do espaço e do tempo e que conduz a história do mundo como o destino de todo o ser humano. Dizer “Pai” colocando neste nome mais confiança, mais segurança, mais ternura que pai algum neste mundo haja jamais podido merecer. Dizer “Pai” com a certeza de ser amado como nós o somos e como nós o temos sido. Quando se reflete nisto há uma audácia desconhecida de nossa parte e da parte de Deus, uma oferta de amor que nos ultrapassa inteiramente, ao ponto que certos homens e mulheres que não guardaram de sua juventude senão uma imagem paterna bastante desvalorizada lutam por vários anos, no íntimo de si mesmos, antes de poder dizer verdadeiramente com felicidade, no início de sua prece: “Pai”, tu que é Pai à maneira de Deus. É somente quando nós nos aproximamos de Deus, dando-lhe seu nome de bondade e de ternura que nós começamos nossa prece falando-lhe dele mesmo: “Que teu nome seja santificado”, isto é, que o mistério de teu ser e de teu agir seja reconhecido e adorado pelos homes do mundo inteiro. Que venha o teu reino, isto é, que teu plano de amor e de salvação se realize entre os seres humanos como tu o queres, nos momentos que tu determinastes. É somente quando nós nos aproximamos de Deus e nele damos seu nome de bondade e de ternura que nós começamos de fato nossa prece nela falando: “Que teu nome seja santificado”, isto é, que o mistério de teu ser e de teu agir seja conhecido e adorado por todos os homens. “Que teu Reino venha”, ou seja que teu plano de amor e de salvação se cumpra entre todos os homens como tudo que queres, nos momentos que determinastes. Com o Nome e o Reino de Deus, eis aí uma questão da glória deste Deus que é Pai, mas nós lhe associamos nisto que nós pedimos, dado que está glória pelo louvor deverá vir a partir desta nossa prece, provinda do íntimo de nosso coração. Deste modo, a prece segundo Jesus, visa imediatamente o que Deus espera do homem, mas tudo naturalmente em virtude da reciprocidade da Aliança, pois num segundo momento, de fato, a prece aborda o que o homem espera de Deus. Que vai então dizer o homem: “Dai-nos o pão do qual temos necessidade cada dia de nossa vida”. Mesmo quando rezamos sozinhos a prece de Jesus nos leva a pedir “dai-nos”. Isto mostra que a dimensão comunitária, universal, deve estar presente sempre em nossa prece pessoal. Realmente, quando nós dizemos Pai nosso mesmo orando individualmente trata-se de uma prece universal É uma prece que concerne a bens materiais, mas, Deus que nos criou seres de carne, não receia de nos dar coisas materiais. Finalmente últimas preces com as mesmas dimensões individuais e universais, ou seja, “perdoa os nosso pecados, pois também nós perdoamos a todos que nos ofenderam e não nos deixeis cair em tentação”. Trata-se da pedagogia do perdão e da recusa de tudo que não estiver de acordo com a vontade do Pai, Recusa de todo poder desviado e de todo prazer condenável. Deste modo o Pai Nosso oferece momentos preciosos de união com Deus, deixando lições que visam o corpo e a alma. Jesus, Mestre divino, ensinou solidariedade com nossos irmãos, rezando como Jesus e com Jesus. Receberemos então do Pai o Espírito que Jesus glorioso nos enviará porque rezaremos com Ele e nele. Podemos então suplicar: “Senhor, Escuta teu servidor que fala”, Desta maneira, nossa prece se torna um cainho de purificação e a nossa oração do Pai Nosso será sempre o diapasão de nossa união com Deus, fonte de graças extraordinárias, porque expressam súplicas que possuem o sentido de Deus, ou seja, o seu nome o seu reino e uma postura humilde na presença do poderoso Senhor que é |Pai amoroso a quem pedimos assistência nas tentações e apresentamos nossas disposições de perdão. Dá-se então uma verdadeira purificação de todo o nosso ser. *Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.      

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