segunda-feira, 26 de outubro de 2020

 

SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS

Còn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*

No livro do Apocalipse São João se refere aos eleitos e assevera que viu uma multidão incalculável de todas as nações, tribos, povos e línguas de pé diante do trono e do Cordeiro, vestidos com vestes brancas e com palmas na mão” (Ap 7,9). Sobretudo na solenidade de hoje, unimo-nos ainda mais estreitamente à litugia do céu. Cada vez que os fiéis se reúnem para celebrar os santos Mistérios da Salvação, oferecidos por Deus em seu Filho Jesus Cristo, eles se unem a esta liturgia celeste que se desenrola diante do Criador e perante Aquele que foi imolado no sacrifício do Calvário. Os seguidores de Cristo se ligam àqueles que morreram, mas que se acham vivos na presença do seu Senhor após terem passado pela porta da morte. Trata-se de uma participação intensa na imolação do Filho de Deus que veio a este mundo para salvar e remir todos aqueles que recebem com fé e amor o sacrifício redentor. A manifestação da dileção de Deus, que ficou clara no fato da criação e   refulgiu também na Encarnação Redentora de seu Filho, deixou patente o desejo divino de levar para junto dele lá no céu um número imenso daqueles que depararam a sua salvação eterna, participando da vida sem fim que passa do Pai ao Filho e do Filho ao Pai no dinamismo incessante, maravilhoso, do Espírito Santo. É nesta felicidade sem fim que já se encontram todos aqueles que hoje são comemorados por já estarem na glória eterna. Cada fiel no dia do seu batismo foi revestido com uma vestimenta pura, santa, sendo purificado no sangue do Cordeiro Imaculado, imerso no sacrifício salvador do Filho de Deus. Torna-se participante da sua morte para ser também participante de sua gloriosa ressurreição. Eis por que São Paulo chamou os cristãos de “santos” (Rm 1,7: Col 1,2: Ef 1,1). Esta santidade desabrochará na cidade dos santos após a trajetória de cada um nesta terra de exílio. É quando se dará o que São João escreveu na sua primeira carta, dizendo que “quando o Filho de Deus aparecer, seremos semelhantes a Ele, porque nós o veremos tal como Ele é” (1 Jo 3,2). Então a graça do batismo terá se desenvolvida plenamente em cada um. É o que ensina o mesmo São João ao nos levar a contemplar a grandeza do amor de Deus que cumula de graças o batizado de tal forma que ele seja chamado seu filho em seu Filho único: “Somos filhos de Deus, mas o que seremos não aparece ainda plenamente” (l Jo 3,2). Eis por que o batizado renuncia continuamente ao pecado. Aí está o motivo pelo qual a festa de todos os santos repleta de esperança aqueles que creem. Esperança fulgurante de se tornar semelhante a Jesus Redentor para gozar dele por toda a eternidade. A santidade que Deus quer de cada batizado vai se desenvolvendo através da vida do cristão e desabrochará na ultravida. Desde esta terra, porém, Deus quer que todo batizado seja bem-aventurado (Mt 5,3 e ss), feliz em todas os acontecimentos e situações. As beatitudes não são simplesmente um código moral ou um ideal irrealizável, ou uma sabedoria de vida. Elas são bênção de Deus sobre nossa humanidade um vibrante apelo à esperança da posse um dia da vida eterna junto de todos os santos.  Entretanto, para fazer parte um dia desta vida eterna feliz, todo batizado deve praticar a pobreza do coração e a doçura, chorar e desprezar todo e qualquer pecado, tornar-se misericordioso, ter fome e sede de justiça para poder viver a bondade e a pureza de coração, passar pela contradição dos maus por causa de Cristo, sendo assim também artesão da paz. A solenidade de hoje é um apelo a que cada um se torne verdadeiramente “santo”. Não se trata, é certo de se tornar pessoas perfeitas, mas cristãos que acolhem a vida de Deus e procuram se ajustar sempre em tudo e em toda parte à vontade santíssima do Ser Supremo.  Cada um, não obstante, é livre e pode recusar, infelizmente, a adoção filial proposta pelo Senhor de tudo. É a triste condição do pecador, dado que o pecado é a ruptura com a filiação divina. Foi o que aconteceu com o Filho Pródigo da parábola contada por Jesus. O retorno à casa paterna é sempre possível, porque a Casa dos Santos está sempre aberta graças à misericórdia divina e oferece oportunidade para a vivência das Bem-aventuranças. O amor do divino Redentor é sempre oferecido graças à misericórdia de um Deus que quer a salvação de todos. É Jesus que leva à prática das oito beatitudes e a participação na Eucaristia é o lugar basilar da união com o Coração amoroso do Filho de Deus. Quem comunga com fervor não se apartará da vida eterna junto com todos os eleitos. Todos os santos que hoje são fervorosamente homenageados realizaram em suas vidas sua admirável vocação à santidade e, como dizem os teólogos, se tornaram mestres de uma vida santa. Todos eles, mas sobretudo os santos da devoção de cada fiel os levam a   assegurar sempre a caminhada rumo ao céu, onde estão à espera dos que na terra nele confiaram e os imitaram com perseverança.  * `Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.


 

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

 

O MAIOR MANDAMENTO

Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*

Qual é o maior mandamento da lei foi a questão que, no templo de Jerusalém, apresentaram a Jesus os fariseus (Mt 22.24-40). O Mestre divino foi interrogado na qualidade de Rabi, ou seja, como alguém cuja autoridade se queria averiguar. Ele ofereceu a seus interlocutores uma resposta completa, mostrando que o amor a Deus era o primeiro e o maior mandamento, mas acrescentou que o segundo é semelhante a este, isto é, amar o próximo como a si mesmo. No judaísmo este tema se revestia de uma particular importância, dada a multiplicidade de preceitos da lei. Contavam-se 613, repartidos em 365 proibições e 248 preceitos. Daí a necessidade de separar o essencial do acessório, atingindo o principal mandamento. Ninguém melhor do que Jesus para condensar de uma maneira perfeita toda a fé de Israel, conjugando o amor de Deus e a dileção fraterna Aquele que era a Verdade enunciou um princípio espiritual de ação, uma atitude que deveria ajudar cada um a caminhar na verdadeira via em qualquer situação. Jesus mostrou que o amor em sua plenitude deve abarcar o Criador e todas as suas criaturas. Seguir Jesus Cristo implica uma dupla e radical abertura a Deus, o Pai, e aos irmãos. A resposta dada por Jesus traça uma cruz com uma haste vertical voltada para o céu, o amor do Pai, outra horizontal, o amor ao próximo. Estava claro no Livro do Deuteronômio (6,5): Amarás o Senhor teu Deus de todo teu coração, de toda tua alma e de todo teu espírito”, mas também estava preceituado no Levítico (19,18):” Tu amarás teu próximo como a ti mesmo” A originalidade de Cristo é que Ele colocou estes dois mandamentos no mesmo plano. Não há dois amores, mas apenas um. A atitude que se tem para com o próximo indica a postura que se tem para com Deus. É deste modo que devia ser todo o passado de Israel, a Lei e os profetas. A Nova Aliança não teria outra exigência senão viver o amor manifestado em Jesus e por Jesus. O evangelista São Mateus frisa claramente que o apelo ao amor é o coração da nova aliança realizada no Filho de Deus Na trajetória do cristão a observância dos mandamentos o deve colocar na rota sagrada deste amor pregado por Jesus. Ser agradável a Deus é observar sua vontade santíssima atendendo sempre a ordem de Cristo de amar o Criador e todos os seres racionais que Ele criou. Deste modo, o apelo à dileção divina e humana não se torna algo vago, indeterminado. Jesus se apresenta a seus seguidores como aqueles que têm fome, que choram, que padecem injustiça e tudo mais que Ele detalhou ao falar do juízo universal (25, 31-46). São João asseverou que se alguém diz que ama a Deus, mas odeia a seu irmão é mentiroso Pois, quem não ama a seu irmão que vê, não pode amar a Deus que não viu (1 Jo 4,20); O próximo é todo aquele que tem necessidade do outro como Jesus deixou claro na parábola do Bom Samaritano. É aquele que  cruza nosso caminho regularmente ou ocasionalmente. Ele não pede senão um pouco de atenção, de ajuda, de reconforto, de justiça, de amor e isto sem exigir nenhum retorno. O próximo é Deus que todos os dias se apresenta sob uma aparência humana. Jesus ligou o amor ao próximo e o amor a Deus, colocando o amor a Deus em primeiro lugar, porque o segundo mandamento é semelhante ao primeiro e não o inverso. Entretanto, este termo semelhante atrai nossa atenção e estabelece uma relação estreita entre os dois aspectos do grande mandamento.  Relação estreita que não pode ser comentada de maneira simplista por declarações categóricas como: “Não há amor de Deus senão no amor ao próximo”. Não se trata de equivalência, mas da maneira de agir da consciência cristã que, a cada passo, manifesta sua dileção a seu Senhor e aos irmãos, sem privilegiar uma ou outra atitude. Os dois mandamentos são semelhantes, ou seja, amar a Deus, o Criador e Redentor do homem, e amor ao ser humano, imagem e similaridade de Deus. São João assim se expressou: “Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus, e todo aquele que ama é gerado por Deus e conhece a Deus quem não ama não aprendeu a conhecer a Deus, porque Deus é amor ( 1 Jo 4,7). Na prática, porém, distinguimos entre um ato que manifesta nosso amor a Deus e outro que manifesta nossa dileção ao próximo. Em síntese, o certo é que a doutrina de Cristo mostra a seus discípulos o caminho maravilhoso do amor. O autêntico cristão é aquele que sabe amar de maneira incondicional, que acolhe nele a unção magnífica do amor paternal de Deus, origem e termo de toda dileção, e, assim, ama ternamente também o seu semelhante. Trata-se do dom de si mesmo a Deus e do maravilhoso acolhimento aos outros em todas as circunstâncias. “Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

terça-feira, 13 de outubro de 2020

 

01 A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR E A DEUS O QUE É DE DEUS.

Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*

Este precioso ensinamento de Jesus se tornou um lema para seus seguidores (Mt 22,15-21). Entretanto, nem sempre se penetra fundo no seu significado. Esta fórmula não visa, de plano, determinar uma linha de demarcação entre o temporal e o espiritual e, menos ainda, justificar os que querem restringir o aspecto religioso à estrita esfera da vida privada. É preciso analisar o contexto no qual  Jesus a proferiu. Ele percebera bem as más intenções de seus interlocutores, os quais não procuravam uma solução para uma questão que os preocupava e, menos ainda, estavam em busca da verdade. Eles tentavam armar uma cilada da qual Jesus não pudesse escapar. Uma resposta afirmativa tê-lo-ia tornado mal visto pelo povo que o julgaria partidário do opressor  estrangeiro; se negativa  tê-lo- ia  feito  passar por rebelde  e agitador contra a autoridade do César romano. Fulgiu, porém, a sabedoria do Mestre divino que lhes pede uma peça da moeda do tributo. A moeda era o sinal por excelência da autoridade, pois cunhar a moeda era um direito do poder político. Os fariseus aceitavam a moeda romana, pois eles a tinham consigo e a mostraram a Jesus.  Viviam, portanto, dentro do jogo econômico dirigido pelo ocupante, aceitando assim sua soberania inclusive o imposto por ele estabelecido. Jesus patenteia então a incoerência de seus interlocutores. Que então dessem a Cesar o que era de César e a Deus o que era de Deus. Jesus, porém, se serviu daquele episódio para ministrar uma lição espiritual profunda, abrindo o espírito deles ao que estava na Bíblia. Foi por isto que Ele perguntou de quem era a efigie que estava na moeda. Era a imagem da autoridade suprema do Império romano que tinha sobre os judeus um evidente poder político. Entretanto, focalizando este aspecto da imagem, Cristo queria que se pensassse em uma outra imagem. Quem trazia a moeda com a imagem de César que lhe desse o que lhe era devido. No entanto, aqueles que acreditavam em Deus trazem em si a imagem de Deus e a Deus cumpre Lhe dar o que Lhe é devido. Nas primeiraspáginas da Bíblia, lemos que Deus disse: “Façamos o homem a nossa imagem e semelhança” [...] “Deus criou o homem a sua imagem, a imagem de Deus Ele o criou, homem e mulher os criou”. Mediante estas palavras a máxima de Jesus ganhou um esplendor peculiar. Os fariseus levantavam uma questão econômica, mas o principal, porém, era o significado espiritual que Jesus ressaltou, ou seja, dar a Deus o que é de Deus. Para viver, acatamos as normas do jogo da economia, mas isto não é tudo em nossa vida. Cumpre estar atentos às exigências da vida espiritual. A presença de Deus, por vezes, é facilmente esquecida, porque se trata de uma presença discreta. Deus não se impõe, Ele se propõe. Somos chamados a viver em comunhão com Ele. Se o dinheiro que traz a marca da autoridade política lembrava os deveres políticos como o  pagamento dos impostos, a pessoa humana traz, contudo,a marca da imagem divina, devendo se voltar continuamente para o seu Criador. Esta volta para Aquele que marcou em nosso coração sua imagem se dá não somente no fim de nossa trajetória terrena.  O importante é reconhecer a presença de Deus em nossa vida cotidiana, como ensinam os grandes teólogos. Eis por que é preciso viver na presença divina, já que o ser humano é criado à imagem de Deus. Ao Estado pagamos cada dia, direta ou indiretamente, impostos, mas nossa relação com Deus deve também ser ininterrupta. A pressão espiritual do Senhor sobre seus fiéis é claramente menos forte que a coação fiscal do Estado, mas cabe ao fiel, usando sua liberdade, voltar-se sempre para o seu Senhor, consagrando-Lhe com fervor tempo reservado à oração e se dirigindo a Ele com fervorosas invocações durante todo o dia. Marcado com o selo do Espírito, durante toda a vida, o fiel deve ser uma oferenda contínua ao seu Senhor  e estar no serviço ao  próximo, vendo nele a imagem de  Cristo. Além disto, o engajamento nas diversas pastorais é outra meneira de dar a Deus o que é de Deus. Trata-se de organizar sabiamente a vida espiritual. * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

 

segunda-feira, 5 de outubro de 2020

 

O BANQUETE NUPCIAL

Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*

A parábola do banquete nupcial (Mt 2,1-14) tem oferecido aos hermeneutas, aos intérpretes da Bíblia, inúmeras interpretações. Aqueles que fazem uma leitura histórica deste texto reconhecem nesta página do Evangelho o drama da aliança no Antigo Testamento. Deus convidou seu povo para entrar em aliança com Ele, partilhando seu amor. Este convite figurado então num chamado para um festim de núpcias, uma união celebrada entre seu Filho e a humanidade. Infelizmente, os homens têm respondido mal a este chamado divino ou com indiferença, ou com desprezo e até com rejeição dos profetas que falaram em nome do Senhor. O plano traçado por Deus entretanto permanece, uma vez que a malquerença e até a hostilidade para com seu próprio filho da parte de alguns permitiu que o convite para aquele banquete nupcial fosse estendido a um grande número de pessoas. Isto se deu na Nova Aliança. Jesus foi claro ao afirmar que Ele veio a este mundo “para que todos tivessem a vida e a tivessem em abundância” (Jo 10,10). Esta ampla abertura das novas núpcias na Nova Aliança foi uma demonstração de afeição sem limites para com toda a humanidade, causa de um imenso júbilo. Tudo isto proporcionando uma gratidão imensa para com este Deus três vezes santo. Imersos nesta alegria os que procuram corresponder a tanta bondade não lhes cabe julgar os ingratos para com o honroso convite divino. Adite-se que o fato de um dos convidados ter entrado no banquete sem a vestimenta apropriada e ter sido expulso e atado de pés e mãos. sendo lançado nas trevas exteriores, é um alerta para o comportamento daqueles que desejam ser fiéis a Jesus Cristo. O rei da parábola condenou severamente o ousado que entrou sem ter traje adequado para aquela celebração. Para os cristãos através dos tempos cabe aqui uma leitura simbólica, ou seja, a vestimenta das núpcias simboliza bem as boas obras realizadas pelos batizados. A graça santificante conservada pelas boas ações cotidianas são indispensáveis para estar no banquete do grande Rei Jesus. Aliás, punição semelhante a desta parábola merece aquele que ousa ir ao banquete eucarístico, comungando em pecado mortal, sem estar em estado de graça. É o alerta de São Paulo a quem vai comungar: “Examine-se, pois, cada qual a si mesmo e assim coma deste pão e beba deste cálice, pois quem come e bebe sem fazer distinção de tal corpo come e bebe a própria condenação” (l1 Cor 11,27-30). Torna-se, de fato, réu ao participar indignamente, não estando em estado de graça. São Jerônimo comenta esta passagem do Evangelho sobre o banquete nupcial dizendo que o traje deste banquete sagrado são as obras realizadas segundo a lei do Evangelho. Trata-se do traje do homem novo. Com razão, o sacerdote antes de iniciar a distribuição do pão eucarístico proclama: “Felizes os convidados para a ceia do Senhor”, ou seja, os que se acham preparados para uma fervorosa comunhão, para participar do banquete de Jesus. O banquete eucarístico nesta terra é o anúncio e uma antecipação do grande festim da eternidade lá na Casa do Pai. A graça santificante supõe que o coração do fiel se acha revestido de ternura, bondade, humildade, doçura, paciência. Pela sua conduta os convidados para este banquete por suas boas obras se ajustam à grandeza deste festim entrando em comunhão com Deus. Eis porque o cristão que se prepara para comungar está numa transformação contínua, transformação exterior e interior. A Eucaristia é um banquete maravilhoso oferecido a todos de boa vontade. A participação digna na Eucaristia, porém, está ligada a uma maneira de viver que torna o cristão apto para compartilhar da mesa eucarística e para entrar um dia no banquete das núpcias eternas. Como falou São Paulo aos Gálatas, “todos quantos em Cristo fostes batizados, de Cristo vos revestistes” (Gal 3,27). Nisto consiste a santificação: (1 Ts 4, 3a). Deste modo esta Parábola do banquete nupcial lembra esta realidade sublime de que o cristão é o homem novo de que fala São Paulo, assim revestido  de Cristo com o qual estará por toda a eternidade, após recebê-lo em comunhão aqui na terra. Isto se formos encontrados “vestidos e não despidos”, como lembra o Apóstolo. (2 Cor 5,3), Este homem novo foi criado segundo Deus na justiça e na santidade da  verdade (Ef 4,22-24). Numerosas lições oferece, deste modo, o Evangelho de hoje. Convidados para as núpcias do Cordeiro o cristão deve consciente e livremente dar uma sábia resposta ao convite de Deus para participar de tão honroso convite da aliança com Ele nesta e na outra vida. Todo descuido trará consequências funestas. Impedindo o acesso aos espaços de tão sublimes banquetes, no tempo e na eternidade. *Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.