domingo, 21 de junho de 2020

PEDRO, PEDRA ANGULAR DA IGREJA
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Na solenidade de hoje, dia do Papa, a liturgia apresenta o Evangelho da confissão de São Pedro (Mt 16,13-19). Trata-se da narrativa de um fato memorável no qual Pedro que se chamava Simão, confessa sua fé na divindade de Cristo. Em Cesareia de Filipe, num local tranquilo. Jesus quis se manifestar mais claramente aos apóstolos e lhe indaga: “Quem dizem os homens que é o Filho do homem?”. Após o relato de seus discípulos Ele foi direto ao perguntar: “E vós quem dizeis que eu sou?” Pedro tomou a palavra e sua resposta, inspirada pelo Espírito Santo, repercutiria através dos tempos: “Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo”. Por estas simples palavras Pedro proclamou a divindade de Cristo e sua fé na Encarnação do Verbo, testemunhando que aquele homem semelhante aos outros era também Deus. Fé admirável daquele que seria proclamado a pedra angular da Igreja de Jesus e que naquele instante iluminava a fé de todos os cristãos na realidade da Encarnação. Jesus declara então que foi o Pai que lhe havia revelado isto e faz a grande promessa que Ele cumpriria após sua Ressurreição; ”Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”.Pedro na sua união com Cristo se torna o fundamento da Igreja para a salvação de todas as nações. Ele que seria o primeiro Papa demonstrava uma fé profunda que seria imitada por São Paulo e que Maria a Mãe de Jesus já havia patenteado, como fiel entre os fiéis. Neste dia do Papa cumpre recordar o que ensina o Catecismo da Igreja: “O Papa, Bispo de Roma e sucessor de São Pedro, "é o perpétuo e visível princípio e fundamento da unidade, quer dos Bispos, quer da multidão dos fiéis". Com efeito, o Pontífice Romano, em virtude de seu múnus de Vigário de Cristo e de Pastor de toda a Igreja, possui na Igreja poder pleno, supremo e universal. E ele pode exercer sempre livremente este seu poder. (§882) Através dos tempos os sucessores de Pedro no exercício do magistério ordinário sempre levaram a uma compreensão melhor da revelação em matéria de fé e de costumes, assistidos que são pelo Espírito Santo. A este ensinamento ordinário os fiéis devem “ater-se com religioso obséquio do espírito” (§892) É que “o Pontífice Romano, em virtude de seu múnus de Vigário de Cristo e de Pastor de toda a Igreja, possui na Igreja poder pleno, supremo e universal” (§882). É de notar que o Papa é dotado de infalibilidade “quando, na qualidade de pastor e doutor supremo de todos os fiéis e encarregado de confirmar seus irmãos na fé, proclama, por um ato definitivo, um ponto de doutrina que concerne à fé ou aos costumes”. A infalibilidade que Cristo prometeu à Igreja “reside também no corpo episcopal quando este exerce seu magistério supremo em união com o sucessor de Pedro", sobretudo em um Concílio Ecumênico” (§891). Cumpre então aos cristãos sempre rezar para que o Papa, assistido pelo Espírito Santo, possa sempre exercer sua sublime missão com uma digna transcendência na vida da Igreja. Ele é o fundamento seguro para todos que o amparam com preces contínuas em suas intenções. De Pedro e seus sucessores vem para os discípulos de Cristo o “sentido sobrenatural da fé”, dado que o Espírito Santo os conduz à “plenitude da Verdade”, como bem se expressou São João no seu Evangelho (Jo l6,13). Se é o mesmo Espírito divino que guia o Papa através dos tempos e Jesus declarou formalmente que as portas do inferno não prevaleceriam contra sua Igreja, é preciso total atenção e acatamento às orientações do Sumo Pontífice A caminhada da Igreja rumo à Verdade, não obstante a contradição humana, prossegue, século após século, contando sempre, porém, com a fidelidade de um sem número de cristãos sinceros. Jesus assim se dirigiu ao Pai:” Escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos”, ou seja, aos humildes que não levam a seu pobre tribunal o que Ele ensinou e é defendido pelos Papas. Orientados por eles a sã doutrina do Evangelho chega a cada cristão em sua primitiva luminosidade, sem as deturpações dos hereges que se multiplicam numa vã tentativa de contradizer o que o Filho de Deus ensinou. Pedro encontrou dificuldades em ir além das fronteiras de Israel e em abrir as portas da Igreja aos que não eram da descendência de Abraão. Deus, contudo, sempre suscitou missionários, como o Apóstolo Paulo, para levar a Boa Nova por todo o mundo. Nesta evangelização todos os cristãos devem se empenhar. Mensagens luminosas, não há dúvida, deste dia do Papa. * Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.


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