domingo, 5 de abril de 2020

Páscoa

JESUS RESUSCITOU

Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*

Júbilo imenso paira sobre a cristandade em festa, recordando um
episódio fundamental bem alicerçado na Sagrada Escritura: Jesus
ressuscitou (Jo 20-9; Mt 28,1-10). Significativo o fato das piedosas
mulheres e dos apóstolos irem até o lugar onde Jesus fora sepultado. O
sepulcro estava vazio. Um anjo e o próprio Jesus testemunharam que a
morte fora vencida.  Cristo ressuscitara imortal e impassível a dar
esta ordem: ”Não temais. Ide dizer aos meus irmãos que vão para a
Galileia e lá me verão”. A fé levou até ao Mestre vitorioso e o túmulo
vazio, mostrava como é importante procurar a verdade dos
acontecimentos. Isto tem sempre como resultado uma profunda esperança
que dilata o amor ao divino Redentor. As realidades deste mundo
enfraquecem a coragem, mas a visão do Ressuscitado leva a realidades
sublimes. Este foi, depois, o conselho de São Paulo aos Colossenses:
“Se, portanto, ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas lá do alto,
onde Cristo está sentado à direita de Deus. Afeiçoai-vos às coisas lá
de cima, e não às da terra. Porque estais mortos e a vossa vida está
escondida com Cristo em Deus” (Col 3,1-3). As realidades terrenas
causam decepção, mas o apelo de Jesus repleta de coragem, pois Ele tem
sempre palavras de vida eterna, bem longe das ilusões terrenas. Tal o
seu legado sublime, ou seja, lá onde nada se tem a esperar, rebrilha
sempre a esperança luminosa que flui de um túmulo vazio, pois a
ressurreição de Jesus lança uma nova luz a inundar de felicidade seus
seguidores. Isto vem ocorrendo através dos séculos e transforma cada
contexto histórico num tempo favorável. Eis porque muitas vezes nas
Missas, após a consagração, os fiéis, com estas ou outras palavras
proclamam: “Nós anunciamos tua morte, Senhor Jesus, nós celebramos tua
ressureição, nós esperamos tua vinda na glória”. É que a Ressurreição
de Cristo é o ponto alto do mistério da salvação. Sua ressurreição é
um momento essencial da fé cristã no amor de Deus que se dá através
dos tempos ao mundo em seu Filho Jesus Cristo. É isto que as primeiras
testemunhas, Maria Madalena, Pedro e João foram encarregados de
anunciar a partir de sua descoberta de que o túmulo estava vazio e do
encontro que tiveram com o Mestre muito amado. Eles viram e creram.
Esta fé prossegue séculos afora. Dirá São Paulo aos Coríntios: “Se
Cristo não ressuscitou vã seria minha fé” (I Cor 15,17). Com Ele,
porém, vencedor da morte, o cristão vive totalmente para Deus. Mortos,
porém, para as incoerências e as aberrações morais suscitadas pelo
espírito das trevas. Mortos para o pecado, vivos para Deus em Cristo
Jesus (Rm 6,9-11), Eis porque o dia da Páscoa é um dia de alegria de
libertação de todos os males. Como bem lembrou o Papa Francisco, cabe
ao cristão disseminar pelo mundo afora estas mensagens gloriosas que
são germens de um mundo novo. (In A alegria do Evangelho, 278).
Reflitamos nesta verdade, proclamada por Laurette Lepage, de Québec:
“A pedra do túmulo foi retirada e deixa passar Aquele que está vivo.
Entre o céu e a terra fulge notável luminosidade que flui em milhares
de fagulhas. Jubilosa notícia lançada ao mundo como fermento, semente
e fogo. é um Deus que passa, um Deus que é passagem, Deus para sempre
no meio de nós. Aleluia”. De fato, este é o dia que fez o Senhor, que
ele seja para nós dia de festa e de alegria” (Sl 117,24). Como
proclama a Sequência da Missa, “O Mestre da vida morreu, mas, vivo,
Ele reina” Ele, realmente age nos seus seguidores, abre um caminho,
oferece a verdade e a vida. Dá aos que nele creem e O amam a
possibilidade de receber em suas vidas o Deus da vida. Foi procurado
no túmulo que estava vazio e pelos séculos afora seria encontrado nos
Sacrários das Igrejas e em todas as pessoas humanas. Ele seria sempre
o contrário dos ídolos que se apresentam sob todas as formas de
prazeres desordenados, do orgulho, da vaidade, das ilusões terrenas,
Ele e apenas Ele oferece sempre felicidade, alegria e paz. Em Jesus os
fiéis sempre encontrariam tudo que é preciso para alcançar sua
salvação eterna. Isto se dá nos corações que nele depositam todas as
suas esperanças. Nele se pode confiar. * Professor no Seminário de
Mariana durante 40 anos.

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