JESUS,
O FILHO DE DEUS.
Côn.
José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Ao
apresentar Jesus como o Cordeiro de Deus, João Batista O mostrou como quem
existia desde sempre, portador do Espírito Santo, o Messias, o Filho de Deus
(Jo 1,29-34). A imagem do cordeiro era em si um resumo da história da Aliança,
dado que ela evoca o cordeiro pascal do Êxodo, cujo sangue, indicando a casa
dos hebreus, os protegeu na noite de sua libertação. Figurava também o Servidor
sofredor descrito pelo profeta Isaias, levado ao matadouro como cordeiro por
causa dos pecados de seu povo. Além disto, prefigurava o cordeiro vencedor que
devia destruir o mal no mundo. Ali estava aquele que era o Verbo Encarnado, que
assumira a natureza humana a fim de resgatá-la com seu sacrifício redentor. É
de se notar que o evangelista sublinhou que o Espírito no batismo desceu sobre
Jesus que O comunicaria aos homens que viessem até Ele pela fé. Maravilhoso o
testemunho de João Batista que deixou claro ter o Pai santificado Jesus e O
enviado ao mundo para construir a paz. Ele foi dado aos homens como o salvador
que se tornou um companheiro de seus seguidores na caminhada para o céu. O
importante seria sempre uma crença profunda naquele que era o Messias, o Filho
de Deus. Para todas as gerações cristãs São João Batista estaria assim apontando
o Cordeiro de Deus como único meio de salvação. Daí o significado profundo das
palavras do celebrante antes da comunhão dos fiéis: “Eis o Cordeiro de Deus que
tira pecado do mundo”. Este divino salvador teria sempre compaixão de seu povo,
dando-lhe o perdão de suas faltas por entre a miséria dos males morais que
devem levar não à desesperança, mas à mais total confiança. De fato, arrependidos,
graças a Jesus, os pecadores podem deparar o perdão divino. Trata-se da vitória
sobre o pecado, desde que o arrependimento seja sincero e absoluto. Cordeiro de Deus triunfador do mal que afasta
todas as diferenças e triunfa sobre todas as indiferenças, sempre mostrando que
a fraternidade deve reinar entre os seus discípulos. Deste modo, novos caminhos
se abrem dentro dos corações. É Jesus assim oferecendo através dos tempos sua
paz garantindo a esperança na vida eterna. Fica claro, porém, que para receber
Cristo no seu mistério redentor as luzes do Espírito Santo são indispensáveis.
Iluminados por este Espírito os cristãos podem ultrapassar o visível para
atingir as maravilhas invisíveis, penetrando fundo nas revelações trazidas pelo
Filho de Deus a esta terra. O fiel pode então atinar com a verdadeira
personalidade de Jesus a qual escapa aos olhos terremos, bem como sua presença
insubstituível. Isto se dá com um crescimento de cada um que se transforma dia
a dia, docilmente, até poder repetir com São Paulo: “Já não sou eu quem vive é
Cristo quem vive em mim”! É desta forma que o cristão se torna testemunha viva
do Evangelho com uma mente incorrupta, imune aos dardos terrenos e armado com
as armas da fé. Trata-se de fazer a experiência da graça neste encontro com Cristo,
o Cordeiro de Deus, que age em cada um através do Espírito Santo. Deste modo, a
revelação feita por São João Batista se perpetua pelos séculos afora até s
extremidades da terra. O essencial é que todos os cristãos estejam sempre
dispostos a acolher Jesus, o Cordeiro de Deus, com confiança e amor para se
tornarem luminosos e intrépidos num mundo hostil às verdades sobrenaturais. Jesus,
realmente, é o Cordeiro que tira o pecado do mundo numa missão divina sublime.
É que o amor de Jesus é um amor infinito que o levará a ser imolado no Calvário
para assim resgatar toda a humana linhagem. É de bom alvitre fixar que o pecado
que este Cordeiro de Deus remove é a recusa do ensinamento que Ele nos
transmitiu, enquanto homem, da parte de Deus, é a recusa a ouvir as inspirações
celestes, é não querer ver as maravilhas que o Criador opera em derredor de
cada um. Jesus veio para salvar aqueles que estão na sombra dos erros e os quer
colocar no caminho da virtude, praticando o bem e evitando o mal. Aquele que
não reconhece seus erros morais não conhece Jesus. Este, com efeito, vem àqueles
que O procuram para mostrar como remover o pecado e suas consequências
funestas. É este também o papel do Espírito Santo (Jo 16 8-9). Cabe ao cristão
estar atento a tudo isto. * Professor no
Seminário de Mariana durante 40 anos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário