SONHO ERÓTICO E PECADO
Côn.
José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Sonho erótico não é pecado em si. Para que haja pecado mortal é
necessário que a matéria seja grave, haja pleno conhecimento e pleno
consentimento naquilo que afronta um dos dez mandamentos sagrados da Lei de
Deus. Os psicólogos recomendam,
inclusive, que pela manhã se recorde todo o desenrolar do sonho para uma
proveitosa autoanálise. Junto dos analistas, porém, não se encontra uma
explicação concorde do simbolismo das imagens noturnas. Cada um, contudo,
pode relacionar o seu estado emocional com o que veio a sonhar. Por exemplo, sonhar que se está caindo num
precipício significa insegurança. É preciso, neste caso, remover
psicologicamente as causas do descontrole de si mesmo. Incidência frequente de sonhos eróticos deve levar a uma
purificação dos pensamentos, desejos e atitudes. Segundo o Catecismo da Igreja Católica, “a virtude da castidade é comandada pela virtude cardeal da temperança,
que tem em vista fazer depender da razão as paixões e os apetites da
sensibilidade humana (2343) “A castidade representa uma tarefa eminentemente
pessoal, mas implica também um esforço cultural, porque “o ser humano
desenvolve-se em todas as suas qualidades mediante a comunicação com os outros”
(2344)”. Nunca se esforça demais para vivenciar
as dimensões morais e espirituais da vida humana. Se o sonho tem relação com
algum dos sete pecados capitais, é preciso tratar de cultivar a virtude que se
opõe aos mesmos. Aos sonhos eivados de soberba, cumpre opor a prática da
humildade; se contaminados de avareza, exercer a generosidade; se são
luxuriosos, ser mais casto; se repletos de inveja, está faltando caridade; se
carregados de gula, se pratique a mortificação e a temperança; sonhos impregnados
de ira, devem levar a rezar “Jesus manso e humilde de coração fazei o meu
coração semelhante ao vosso” e exercitar a paciência; sonhos de fuga do estudo,
do trabalho, do esforço são alerta para que haja mais diligência, mais empenho,
mais energia. Há relação entre o sonho e
o equilíbrio psíquico. Ao contrário do que falou Freud o sonho não dissimula,
mas se exprime numa linguagem natural, imaginada. Quase todos os sonhos são
coerentes, têm um enredo e sua linguagem concerne ao modo de ser de cada um em
determinada circunstância de sua vida. O sonho é um educador, ele deve levar a
corrigir as atitudes conscientes
errôneas e guiar para uma autoformarão
corajosa e perseverante. * Diretor
Espiritual do JSC
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