quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

SONHO ERÓTICO E PECADO


SONHO ERÓTICO E PECADO

Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*

Sonho erótico não é pecado em si. Para que haja pecado mortal é necessário que a matéria seja grave, haja pleno conhecimento e pleno consentimento naquilo que afronta um dos dez mandamentos sagrados da Lei de Deus.   Os psicólogos recomendam, inclusive, que pela manhã se recorde todo o desenrolar do sonho para uma proveitosa autoanálise. Junto dos analistas, porém, não se encontra uma explicação concorde do simbolismo das imagens noturnas. Cada um, contudo, pode relacionar o seu estado emocional com o que veio a sonhar.  Por exemplo, sonhar que se está caindo num precipício significa insegurança. É preciso, neste caso, remover psicologicamente as causas do descontrole de si mesmo. Incidência frequente  de sonhos eróticos deve levar a uma purificação dos pensamentos, desejos e atitudes.  Segundo o Catecismo da Igreja Católica, “a virtude da castidade é comandada pela virtude cardeal da temperança, que tem em vista fazer depender da razão as paixões e os apetites da sensibilidade humana (2343) “A castidade representa uma tarefa eminentemente pessoal, mas implica também um esforço cultural, porque “o ser humano desenvolve-se em todas as suas qualidades mediante a comunicação com os outros” (2344)”.  Nunca se esforça demais para vivenciar as dimensões morais e espirituais da vida humana. Se o sonho tem relação com algum dos sete pecados capitais, é preciso tratar de cultivar a virtude que se opõe aos mesmos. Aos sonhos eivados de soberba, cumpre opor a prática da humildade; se contaminados de avareza, exercer a generosidade; se são luxuriosos, ser mais casto; se repletos de inveja, está faltando caridade; se carregados de gula, se pratique a mortificação e a temperança; sonhos impregnados de ira, devem levar a rezar “Jesus manso e humilde de coração fazei o meu coração semelhante ao vosso” e exercitar a paciência; sonhos de fuga do estudo, do trabalho, do esforço são alerta para que haja mais diligência, mais empenho, mais energia. Há  relação entre o sonho e o equilíbrio psíquico. Ao contrário do que falou Freud o sonho não dissimula, mas se exprime numa linguagem natural, imaginada. Quase todos os sonhos são coerentes, têm um enredo e sua linguagem concerne ao modo de ser de cada um em determinada circunstância de sua vida. O sonho é um educador, ele deve levar a corrigir  as atitudes conscientes errôneas  e guiar para uma autoformarão corajosa e perseverante. * Diretor Espiritual do JSC

 

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